CONTAMINAÇÃO TRANSGÊNICA - COEXISTÊNCIA IMPOSSÍVEL (1 de 4)
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Edição Espcial do Boletim Por um Brasil Livre de Transgênicos enviado em 18 de junho de 2007 por AS-PTA <[email protected]>
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EDIÇÃO ESPECIAL - 18 de junho de 2007
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CONTAMINAÇÃO TRANSGÊNICA - COEXISTÊNCIA IMPOSSÍVEL
Caso 1.
Contaminação de produção agroecológica em Medianeira-PR
Ademir e Vilma Ferronato moram em Medianeira, na região Oeste do Paraná, onde cultivam cerca de 16 hectares de lavouras orgânicas. Além da produção de soja e milho para o mercado, o casal mantém uma propriedade bastante diversificada, com horta, criação de animais e produção de frutas, que lhes garante uma alimentação saudável e diversificada. Tudo no sistema ecológico. Na vizinhança, porém, predominam produtores convencionais ou de soja transgênica.
Na safra de 2006/07 o casal foi surpreendido ao ter parte de sua produção de soja orgânica rejeitada pela Gebana, empresa que comercializa produtos orgânicos e que compra a produção da família. Os testes realizados detectaram a presença de soja transgênica misturada à produção orgânica de seu Ademir e dona Vilma. As sementes foram fornecidas pela própria Gebana, que testa todos os lotes antes de repassá-los aos produtores. A análise das sementes da soja BRS 232 usadas pelo casal indicou negativo para contaminação por transgênicos.
Para Ademir e Vilma, a contaminação se deu no momento da colheita. Eles contam que o plantio da soja em 2006 foi escalonado em duas etapas para que eles pudessem dar conta da carpida da área. A primeira soja colhida foi de uma área de aproximadamente 7 hectares. Esta foi testada e vendida com orgânica. A segunda área, de pouco mais de 4 hectares foi a que acusou a presença de soja transgênica.
A colhedora usada nos dois casos foi a mesma. A diferença é que na primeira passada ela só havia colhido soja convencional.
Já na segunda, a máquina vinha de produções transgênicas. A limpeza da máquina foi realizada, conforme as orientações da empresa certificadora, mas possivelmente não foi suficiente para evitar a contaminação.
O prejuízo foi inevitável. Na primeira área foram colhidas 280 sacas, vendidas a R$ 40,00 cada. As 140 sacas colhidas nos 4 hectares restantes foram vendidas por R$ 28,50 cada. Com isso a família deixou de receber R$ 1.610,00.
A transição para a agroecologia na propriedade de Ademir e Vilma teve início em 2000. Em 2004 eles se filiaram à Rede Ecovida de Agroecologia, que faz a certificação participativa da produção. Além disso, a propriedade também tem o selo orgânico da IMO-Control do Brasil.
Na verdade, a busca por uma forma mais sustentável de produzir começou bem antes, na época em que o pai de Ademir tocava a propriedade. Já em 1983 ele introduziu na propriedade práticas de conservação do solo e o controle biológico da lagarta da soja com baculovírus.
Nesse meio tempo seu Ademir trabalhou com aplicador de agrotóxicos. Os prejuízos a sua saúde foram se acumulando e o levaram de volta ao caminho da agricultura ecológica. A contaminação por transgênicos surge agora como ameaça que ele ainda não sabe como evitar.
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Campanha Por um Brasil Livre de Transgênicos
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