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Cansadas de veneno na comida, mulherada mudou a vida com os orgânicos

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Em Campo Grande, quem não aceita mais agrotóxicos ou conservantes garante que também se livrou das doenças

Com os agrotóxicos envenenando todo mundo, os espertos colocaram os orgânicos na rotina. Em Campo Grande, quem fez a troca garante que tudo é diferente, do sabor aos efeitos no corpo. E pelos relatos, cada vez é mais fácil encontrar esse tipo de produto aqui na cidade que também são mais baratos.

“Faço compras de uma a duas vezes por semana”, diz a administradora Ana Carla Oliveira. São mais de dez anos comprando apenas os produtos naturais e os motivos dela são óbvios: alimentação saudável e preservação do meio ambiente. “Invisto dinheiro em saúde, prefiro economizar em salão, manicure para ter uma alimentação de qualidade”, destaca.

Ana Carla mora com a família e conta que não tem nada com conservantes ou agrotóxicos em casa. Como a administradora não tem frescura na hora de comer, ela aproveita a mãe natureza para experimentar de tudo um pouco. “Como frutas, verduras e legumes. Seleciono tudo e como apenas frango orgânico”.

Ela gosta de cozinhar e até quando viaja mantém a dieta, preparando uma marmita para comer no caminho. Para a administradora, não é difícil encontrar produtos orgânicos à venda. “Temos feiras pela cidade e são baratas”, fala. Por conta do hábito alimentar, Ana Carla tem uma saúde de “ferro”. “Raramente fico doente, nem gripada”, completa.

Estilo de vida - Tem 15 anos que a nutricionista Graciela Araújo também optou por esse estilo de vida mais saudável. “Quanto menos industrializado consumo, mais previno doenças como câncer, problemas no fígado”, diz. Para ela, essa opção é mais viável economicamente. “São mais baratos que os convencionais. O que aumenta é o valor do frango orgânico”, complementa.

Para Graciela, alguns alimentos duram menos, enquanto outros mais. “Produtos orgânicos como verduras duram mais do que o leite, caldo de cana que são livres de aditivos. Fontes de proteína são menos tempo, pois um frango orgânico na geladeira dura dois dias, enquanto o convencional fica cerca de quatro. Tenho experiência sinto a diferença. Comprei um porco caipira e o sabor muda. Muita gente não sabe diferenciar, mas o orgânico tem mais gosto”.

A nutricionista tem 40 anos e desde que mudou a alimentação nunca teve problemas de saúde. “Não tomo remédio, durmo bem, sem contar que faço atividades físicas. Tenho energia e não sinto dor como muitos na minha idade”, conta.

Futuro e sustentabilidade - A jornalista Fernanda Kintschner mudou o hábito alimentar há cerca de um ano e meio, após uma amiga convidá-la para o grupo “Comunidade Sustenta Agricultura – Céu do Cerrado” e conhecer as vantagens dos produtos orgânicos, porém, com o tempo, trocou de fornecedor.

“Senti falta de ter o poder de escolha porque quando se consome orgânico, ficamos presos a sazonalidade e tem que consumir o que a natureza produziu. Mas a gente se propõe a fortalecer o sistema de orgânico por conta das vantagens e a saúde em primeiro lugar”, diz.

Para a jornalista, a diferença da rotina vai aparecer daqui uns 10, 20 anos. “Essa visualização do que muda vou obter daqui uns anos. Estou com 30, mas consumo menos veneno. Acho que vou poder notar o resultado mais no futuro”. Fernanda também teve de reaprender a armazenar os alimentos, para durarem mais.

“Compro alface, rúcula, alface romana, maxixe, jiló e até conheci frutas como cajá-manga. As folhas duram uma semana, mas mantém a aparência vistosa. Contudo, os legumes tendem a ser menos. Armazeno em um pote fechado com tampa. Sempre lavo, deixo de molho no vinagre ou bicarbonato de sódio, coloco papel toalha no recipiente, o produto e guardo”, conta. Fernanda vai às compras apenas uma vez por semana.

A empresária Márcia Chiad, proprietária do Restaurante Recanto das Ervas, explica o motivo da diferença entre o tempo de “vida” dos produtos orgânicos em comparação com os demais. “Quando se colhe alface, banana orgânica, não passam por processo de amadurecimento rápido. Elas amadurecem naturalmente. Difícil ter um cacho de banana estragado".

Os valores entre uma compra orgânica e a convencional aumentam levemente. “O preço está bem equiparado, mas acho que deve ser uns 20% mais caro”, diz.

Adaptando - A contadora, Joseane Martins, resolveu dar uma chance para os orgânicos há seis meses, por conta da saúde. “Tantos estudos consolidados mostrando que os agrotóxicos fazem mal, o corpo fica intoxicado. Fui na nutricionista, fiz exames de sangue, vi tudo que precisa e estou atrás dessa melhora”, afirma.

Ela conta com a ajudinha da família para fazer a dieta dar certo. “Meus parentes têm chácara, então peço frango, ovo, banana, frutas, tudo sem agrotóxicos. Mudei várias coisas na alimentação, deixei de comer farinha, açúcar e está sendo um combo de diferença. Ganhei mais disposição, energia, sinto estar mais leve. Estou fazendo detox e é incrível como me sinto bem”, destaca.

Ontem (3), ela aproveitou para fazer as compras e levar para a casa mais alface, rúcula, agrião e conta que adora tomate cereja. “Esse dura uma semana e até quem não está acostumado sente a diferença. É mais gostoso. Faço as compras uma vez por semana e dependendo do tipo de produto pode durar mais ou menos como os convencionais”.

Lidiane Mendes é corretora de imóveis e diz que encontrou na “Quintanda da Jé” os produtos que procurava para ter uma alimentação com produtos orgânicos. “Venho há oito meses. Já gostava, mas não encontrava até conhecer aqui e desde então passei a vir uma vez por semana. Compro couve, cenoura, abobrinha, pepino e acredito que a durabilidade não muda muito comparada a outros. Faço a lavagem e guardo na geladeira”, disse. Nesse tempo de mudança, ela percebeu melhora na disposição.

Veja a programação de feiras orgânicas em Campo Grande:

Segunda - A semana começa com promoção na Orgânicos da Jé, quitanda no Bairro São Francisco que as segunda-feira abre com 15% desconto em todos hortifrutis. A loja fica aberta das 9h às 19 horas, na Rua das Paineiras, 235.

Terça - Toda terça-feira, das 15h às 19h, as opções saudáveis estão na feirinha orgânica da Grão & Grão, na unidade da Via Park, 933, esquina com a Mato Grosso. Tem cenoura, couve-flor, milho, hortaliças frescas e algumas facilidades, como abóbora cabotian limpa e cortada.

Quarta - Até em academia há feira sem veneno. Na Praktika da Rua Sebastião Lima, 733, no Jardim São Bento, entre 7h e 11h da manhã você encontra a feirinha do Seu Miguel. Ele vem de Ribas do Rio Pardo há dois anos para vender os produtos plantados pela família. No estoque há brócolis de ramo, alface, batata doce e cebola "de cabeça" por R$ 3,00 cada, já cebolinha e salsinha custam R$ 2,00.

Já tradicional em Campo Grande, as bancas da Praça do Rádio Clube são montadas todas as quartas a partir das 6h da manhã, os mesmos expositores também estão aos sábados no Pátio da Prefeitura Municipal das 5h às 9h da manhã.

Outro ponto de orgânicos na quarta-feira é a feirinha em frente à Igreja Perpétuo Socorro. Aproveitando o movimento das novenas, a venda começa às 6h da manhã.

Quinta - A Alimentar Dietas, na Rua Antônio Maria Coelho, 3635, Jardim dos Estados, há um mês vende grãos, frutas e verduras orgânicas as quintas-feiras, das 10h às 16h. Laís Lanardon, proprietária do espaço, esclarece que, como a produção é sem agrotóxicos, a variedade e os preços dependem da sazonalidade. Em alguns dias, é possível achar até ovos caipiras orgânicos.

Também na quinta, a feira de orgânicos volta a Grão e Grão, mas na loja da Rua Grande do Sul, 1602. Mas a venda nessa unidade só ocorre em quintas-feiras alternadas, das 14 às 17h.

Sábado - Para quem decidiu, além de se livrar dos agrotóxicos, também tirar da rotina alimentos de origem animal, uma opção é a Feira Vegana da Praça dos Imigrantes, no Centro de Campo Grande. O evento ocorre há dois anos aos sábados, das 18h às 22h.

Os produtos do Seu Miguel voltam no sábado à Capital, mas com venda em frente a Green Produtos Naturais, na Rua Marques de Lavradio, 380, sala 05, Jardim São Lourenço, sempre de 7h30 às 11h.

Fonte:Campo Grande News em 04-07-2019

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