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POR UM BRASIL
LIVRE DE TRANSGÊNICOS
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Car@s Amig@s,
Nas últimas três semanas, o Governo FHC lançou
uma ofensiva para destruir as barreiras que impedem a entrada de produtos
transgênicos e/ou o cultivo de plantas transgênicas no país. A pressão “desde o
mais alto nível” sobre a juíza relatora do TRF de Brasília não deu certo e a
proibição foi mantida até que os outros dois juízes daquele tribunal se
manifestem, o que deve ocorrer na primeira semana de agosto.
Frustrado pela
posição da juíza, o governo, através da CTNBio, forçou a barra na interpretação
da decisão judicial e permitiu o desembarque de milho transgênico em Pernambuco.
Uma queda de braço entre diferentes foros acabou fazendo prevalecer a posição do
governo criando uma incoerência legal.
No plano político, o governo lançou
nota assinada por seis ministros, inclusive os responsáveis pela saúde e meio
ambiente, apoiando a postura ilegal da CTNBio. Para completar, o Ministro
Pratini acusou as ONGs de “defensoras das empresas de agrotóxicos”!!
Ao que
parece a visita de Sr. Shapiro, presidente da Monsanto, a FHC há um mês atrás
teve o efeito de uma chicotada do dono na sua matilha, lançando-a contra a sua
presa com toda a fúria.
Precisamos reagir com energia. Enviem mensagens aos
juízes do TRF antes do dia 1 de agosto. Manifestem sua indignação contra as
pressões sobre o Judiciário e o repúdio à liberação dos transgênicos. Enviem
também cartas aos jornais e mobilizem parentes e amigos a se
manifestarem.
A mensagem aos juízes pode ser do seguinte teor:
“Repudiamos pressões do
governo e empresas sobre o Judiciário e confiamos que os transgênicos não serão
liberados no Brasil sem estudos sérios de riscos de impacto ambiental e na saúde
da população.”
Endereços dos
Juízes:
Juíz Jirair Aran
Menguerian
TEL:
0XX-61-3145174
FAX: 0XX-61-3145381
E-MAIL:
<[email protected]>
Gabinete do Juiz ARAN
MENGUERIAN
Praça dos Tribunais Superiores
Bloco - Edifício Sede - 2 andar
/Gabinete 13
CEP: 70095-900
Brasília-DF
Juíz Carlos Fernando Matias de Souza
TEL: 0XX-61-3145119
FAX: 0XX-61-3145387
E-MAIL:
<[email protected]>
Gabinete do Juiz ARAN
MENGUERIAN
Praça dos Tribunais Superiores
Bloco - Edifício Sede - 3 andar
/Gabinete 03
CEP: 70095-900
Brasília-DF
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Neste
número:
1. Absurdos do ministro da Agricultura
2. ONG's reagem a
apoio
3. Aprovada comercialização de milho alterado
4. MP diz que é
irresponsável liberação de transgênicos
5. Rotulagem I - Boa notícia
6.
Rotulagem II - Má notícia
7. Governo
transgênico
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1. Absurdos do ministro da
Agricultura
O ministro da Agricultura, Marcus
Vinicius Pratini de Moraes, considera que a discussão em torno da introdução de
produtos transgênicos no país não passa de mais um capítulo de uma guerra
comercial por um mercado que movimenta US$ 40 bilhões ao ano em todo o mundo.
Ele acusa as organizações não-governamentais que se opões aos trangênicos de
serem patrocinadas por multinacionais que perderão terreno com a redução do uso
de herbicidas nas lavouras ou de servirem aos interesses de países que disputam
com os produtores brasileiros uma fatia importante do mercado agrícola global. O
ministro calcula que, só no Brasil, os negócios com defensivos cairão de US$ 2,5
bilhões para US$ 1,25 bilhão a partir da disseminação do uso de
transgênicos.
Afirmou o ministro:
-“O brasil não pode ser um país
babaca. Temos que ir a fundo nas questões e ver qual é o interesse
nacional”.
-“Porque essa celeuma toda? Porque os caras que fabricam e vendem
esses herbicidas que vão deixar de ser usados estão patrocinando esse troço.
Isso é uma guerra comercial”.
-“Esse Idec é capaz de ser lobista de algum
concorrente brasileiro de frango no mercado internacional”.
Jornal do
Brasil,17/07/00
N.R. : Informamos que a variedade de soja
transgênica Roundup Ready é preparada para o uso do herbicida Roundup, produzido
também pela Monsanto. Esta multinacional está instalando uma enorme fábrica para
produzir este herbicida em Camaçari, na Bahia com recursos provenientes do
Finor Fundo de Investimento do Nordeste, do Governo
brasileiro.
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2. ONGs reagem
a apoio
Um grupo de 12 Organizações
Não-Governamentais criticou a posição assumida pelo governo brasileiro em defesa
de organismos geneticamente modificados (transgênicos), expressa em nota
divulgada em 06/07/00. “Foi com profunda estranheza que tomamos conhecimento da
nota divulgada pelo governo, na qual o Executivo expressou seu apoio político à
liberação imediata de plantas transgênicas no meio ambiente e para a alimentação
humana”, diz a nota enviada às autoridades.
A nota da ONGs considera o
apoio do governo “incompreensível e apressado”, salientando que a liberação só
interessa às multinacionais de biotecnologia, como a Monsanto e a Novartis, e
“aos países que pretendem dominar nossos mercados de sementes e desbancar nossa
concorrência agrícola, como é o caso dos Estados Unidos”, As ONGs pedem aos
ministros “que reavaliem a postura assumida”.
“Além do mais, a não introdução
desses produtos só trará benefícios do ponto de vista econômico. Hoje, os
mercados europeus e japonês declaram sua preferência por produtos livres de
transgênicos”, conclui a nota encabeçada pela ABONG Associação Brasileira
de ONGs que congrega 270 associadas.
Jornal do Brasil,
08/07/00
N.R. A nota divulgada refere-se às 12 redes de ONG’s e
algumas entidades, somando mais de 1000 ONG’s, que subscrevem o documento de
repúdio à atitude do governo em relação aos transgênicos.
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3. Aprovada comercialização de milho
alterado
A Advocacia Geral da União (AGU)
conseguiu derrubar, no início da noite de 11/07/00, a liminar que proibia a
comercialização das 38 mil toneladas de milho transgênico que estavam
retidas no porto do Recife. No início do dia, o juiz da 4ª Vara, Antonio Bruno
de Azevedo Moreira, havia acatado requerimento do Ministério Público Federal que
determinava que a carga só saísse do porto após o cumprimento do parecer técnico
conclusivo da CTNBio.
“O STJ determinou que deve prevalecer a decisão do
Tribunal Regional Federal da 5ª Região, que estabeleceu, entre outras coisas,
que seja levado em consideração o parecer conclusivo da CTNBio”, afirmou o
procurador da República Marcos Costa.
Jornal Valor,
11/07/00
N.R.: A CTNBio determinou a liberação do milho
transgênico em nota divulgada no seguinte endereço:
http://www.mct.gov.br/sobre/noticias/2000/30_06b.htm
http://www.mct.gov.br/sobre/noticias/2000/30_07.htm(nota do governo)
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4. MP diz
que é irresponsável liberação de transgênicos
O
procurador do Ministério Público Federal, Marcos Costa, disse em 11/07/00, que o
governo federal está agindo de forma irresponsável ao defender a liberação, sem
fiscalização, das 38 mil toneladas de milho transgênico (geneticamente
modificado) provenientes da Argentina e que estão sendo descarregadas no Porto
do Recife. “O governo federal não tem estrutura para receber sequer um quilo de
qualquer produto transgênico, quanto mais 38 mil toneladas”, acusou.
“O
governo criou a Lei de Biossegurança e a Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio), mas não tem estrutura administrativa nem funcionários
treinados para lidar com a questão e fiscalizar e acompanhar a entrada e
destinação desses artigos”.
Costa fez estas declarações depois da decisão do
Tribunal Regional Federal (TRF-5ª região), que suspendeu atendendo pedido
da Advocacia Geral da União AGU) liminar concedida algumas horas antes
pelo juiz da 4ª Vara Federal, Antonio Bruno de Azevedo Moreira, proibindo a
saída do milho das dependências do Porto do Recife.
Moreira acatou
solicitação do Ministério Público Federal e condicionou a liberação do produto à
observância das regras ditadas pela CTNBio relativas à autorização formal dos
ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente e procedimentos técnicas
quanto ao descarregamento, estocagem e transporte do produto transgênico.
Na
sua sentença, o presidente do TRF-5ª Região, José Maria de Lucena, determinou
que essas regras fossem deixadas de lado, exigindo apenas que o milho fosse
transportado por graneleiros para evitar dispersão de grãos durante o trajeto.
Lucena justificou a decisão alegando os graves danos que a retenção do milho
causariam à economia pernambucana, promovendo desemprego, aumento do preço do
frango, redução do consumo e da carga tributária.
Para Costa, é inadmissível
que a AGU tenha entrado com recurso que na prática significa a renúncia da União
à sua tarefa de fiscalizar. “A Cargil (que intermediou a importação do milho
adquirido por avicultores pernambucanos) poderia ter feito este papel em defesa
dos seus interesses”, observou o procurador. “Nunca a AGU, que é a voz da União
em juízo”, disse. “Os advogados públicos estão sendo pagos para defender que
interesses? São esses os interesses da União?”, indagou, indignado. “É como a
União entrar com recurso num caso de contrabando dizendo que não quer
fiscalizar”.
Ele disse ainda que de nada adianta o estabelecimento de regras
de biossegurança se elas não são cumpridas. “O governo federal está como cego em
meio a um tiroteio, não sabe como se comportar em relação aos transgênicos, uma
atividade controlada que pressupõe estrutura e pessoal treinado”,
disse.
E destacou que a delegacia regional do Ministério da Fazenda em
Pernambuco não tem conhecimento sobre biossegurança, nem sabe qual o órgão que
expede a autorização para a entrada de transgênicos. “Além disso, nem o
Ministério do Meio Ambiente nem da Saúde se pronunciaram”, observou. “Se eles
tivessem gente capacitada para acompanhar a operação, teriam enviado para o
Recife”.
Agência Estado, 11/07/00
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5. Rotulagem I - Boa notícia
O
Governo federal decide hoje, em reunião interministerial no Ministério da
Justiça, os termos da portaria que obrigará as empresas a identificar no rótulo
os produtos que contenham organismos geneticamente modificados. A proposta do
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, é que
a obrigatoriedade da rotulagem seja ampla e sem exceções, mesmo que a origem dos
produtos seja o Mercosul ou parceiros comerciais privilegiados, como os Estados
Unidos ou a União Européia.
O artigo primeiro da proposta de portaria
elaborada por técnicos do Governo diz que todo tipo de produto geneticamente
modificado, para ser vendido, transportado ou importado pelo país, deve trazer
obrigatoriamente a expressão “produto transgênico”. As palavras devem ser
escritas em vermelho.
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), uma das
organizações que têm liderado a resistência à entrada dos transgênicos no país,
defende a obrigatoriedade da rotulagem de produtos com ingredientes
transgênicos, a despeito da quantidade presente.
“Estamos confiantes em que,
finalmente, o Ministério da Justiça conseguirá deliberar isso. A rotulagem dará
ao consumidor liberdade de escolha e permitirá a fiscalização dos produtos
afirmou o consultor técnico do Idec, Sezifredo Paz.
O
Globo,13/07/00
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6. Rotulagem
II - Má notícia
Adiada decisão sobre
rotulagem de culturas geneticamente alteradas
O governo adiou por 15 dias
a decisão sobre a obrigatoriedade da rotulagem de produtos fabricados com
ingredientes geneticamente alterados (transgênicos). Em reunião ontem (13/07/00)
no Ministério da Justiça, a comissão interministerial encarregada de estudar o
assunto decidiu aprofundar os estudos técnicos relativos ao
tema. |
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7. Governo
transgênico
A insistência de certos setores do
governo em introduzir no Brasil os produtos agrícolas alterados em sua natureza,
os chamados transgênicos, só encontra uma explicação: esses setores integram o
governo transgênico, que tem sua natureza constitucional alterada por
influência, seja lá de que tipo for, de multinacionais no caso, a gigante
Monsanto, cujo nome não deve iludir ninguém.
O que mais caracteriza o
confronto entre os aliados da Monsanto e os que defendem estudos convincentes
sobre os efeitos dos transgênicos, no organismo e o meio ambiente, é a total
ausência de justificativa para defender o consumo já, ou para dispensar os
estudos conclusivos. O consumidor brasileiro não terá vantagem alguma com os
grãos transgênicos. O comércio internacional do Brasil só tem a perder, com
aumento das importações e perda de mercados como a União Européia, que quer
comprar grãos brasileiros inalterados porque não aprova os transgênicos
americanos e argentinos.
Apesar disso, a Advocacia Geral da União vai
recorrer das duas decisões judiciais que proibiram a importação de transgênicos
até que, em 90 dias, o governo apresente dados consistentes sobre a
confiabilidade da soja e do milho alterados pelos laboratórios da Monsanto. Só
quem tem a ganhar com esse recurso é a Monsanto: o governo briga por ela e, se
vitorioso, a Monsanto é que leva o ganho o que não quer dizer que não
haja, por aí, outros ganhos.
Aliado da Monsanto, o ministro da Agricultura,
Pratini de Moraes, faz previsões catastróficas, se a Justiça mantiver a
proibição, mesmo que só até o estudo definitivo. A base da sua defesa do milho
transgênico é patética: vai faltar milho para a criação de frangos no nordeste.
Assim sendo, em vez de defender o transgênico e a importação, Pratini de Moraes
devia ter pedido demissão. É indecente que um país como o Brasil precise
importar milho, o que só se explica por incúria do governo e, nele,
particularmente do ministro da Agricultura.
Mas não é esse o motivo que
leva a CTNBio, a discutível Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, e a
Advocacia Geral da União a batalharem pelos produtos gerados nos laboratórios da
Monsanto.
Jânio de Freitas
Folha de São Paulo, 11/07/00
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