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Boletim 510 por um Brasil Ecológico, livre de Transgênicos e Agrotóxicos

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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS
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Polêmica da berinjela transgênica é reacesa na Índia: relatório de seis academias de ciência do país afirmando a segurança do produto contém partes plagiadas de material de divulgação da indústria de biotecnologia

Número 510 - 01 de outubro de 2010

Car@s Amig@s,

O objetivo do relatório assinado pelas seis principais academias de ciência da Índia era derrubar a moratória imposta em fevereiro ao cultivo da berinjela transgênica Bt, tóxica a insetos (o produto seria o primeiro cultivo transgênico destinado à alimentação humana a ser plantado no país).

Mas o tiro saiu pela culatra quando organizações da sociedade civil apontaram que partes do documento haviam sido plagiadas verbatim de um artigo pró-transgênicos publicado anteriormente no informativo Biotech News, de um grupo de lobby financiado pelas empresas de biotecnologia. O artigo era assinado por Ananda Kumar, um conhecido defensor dos transgênicos na Índia, diretor do Centro Nacional de Biotecnologia de Plantas e membro do Comitê de Aprovação de Engenharia Genética (GEAC, na sigla em inglês).

Em outubro de 2009, o GEAC decidiu pela liberação comercial da berinjela Bt, mas a decisão foi fortemente atacada por organizações da sociedade civil. A polêmica provocada foi tanta que em fevereiro de 2010 o Ministro do Meio Ambiente Jairam Ramesh decidiu impor uma moratória ao produto até que uma avaliação interacadêmica comprovasse a sua segurança para a saúde humana e para o meio ambiente.

O relatório das seis academias foi divulgado em 24 de setembro, mas no dia seguinte a Coalizão pela Índia Livre de Transgênicos apontou o problema do plágio.

Esta semana o Ministro Ramesh anunciou que rejeita o relatório das academias. Para o ministro, o mais frustrante é que o documento não acrescentou nada novo além de sugestões e informações distorcidas. "Minha ideia ao remeter para as academias a avaliação sobre as lavouras transgênicas era a de obter uma visão mais abrangente da comunidade científica, e não apenas a visão de Ananda Kumar, que eu já conhecia mesmo antes de decretar a moratória à berinjela Bt", declarou Ramesh ao jornal Times of India.

Devinder Sharma, o presidente do Fórum sobre Biotecnologia e Segurança Alimentar da Índia, classificou o relatório inteiro como um "exercício de corta e cola". Para ele, o caso indica claramente o quão vazias e sem utilidade são as academias de ciência. "Onde está o rigor científico que é esperado de tão 'ilustres' organizações?", indaga.

Agora cientistas indianos temem pela reputação científica internacional do país.

Este semana, a Academia Nacional de Ciências Médicas do país (NAMS, em inglês) reuniu seu conselho e decidiu que não mais endossa o documento -- já assinado pela entidade. Fontes da Academia disseram que o relatório foi finalizado antes que tivesse terminado um processo interno de consulta, e que várias opiniões de seus membros não foram incorporadas. A entidade sugeriu a necessidade de um novo documento, elaborado com rigor científico e que não simplesmente reitere a versão atual do relatório apenas incluindo as referências das informações apresentadas. Segundo fontes da NAMS, o presidente do conselho escreveu ainda uma carta às outras academias observando as controvérsias e as partes plagiadas.

Mas, segundo afirmou ao jornal Times of India uma importante autoridade do país neste tema, o plágio desacreditou as academias e mesmo com um novo relatório será difícil convencer os políticos e o público em geral que o que elas afirmam se refere a informação científica autêntica.

Com informações de:

- Nature, 29/09/2010.
- The Times of India, 29/09/2010.

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Neste número:

1. Milho Bt polui rios do cinturão do milho dos EUA
2. Monsanto reconhece que milho SmartStax produz menos
3. Syngenta troca café gourmet por agrotóxicos
4. Cresce monopólio sobre as sementes

A alternativa agroecológica

Rede de Sementes do Xingu está batalhando para conquistar autonomia

Dica de fonte de informação:

Assista ao clipe da música "Glifosato matando a la tierrra", do grupo musical espanhol Mañana me Chanto. Imperdível!

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1. Milho Bt polui rios do cinturão do milho dos EUA

The Independent, por Steve Connor, Editor de Ciência, 28/09/2010.

Tradução: AS-PTA

Um inseticida usado nas culturas geneticamente modificadas extensivamente cultivadas nos Estados Unidos e em outras partes do mundo vazou para os corpos d'água do entorno das plantações.

O inseticida é produto de um gene bacteriano inserido no milho transgênico e em outros cereais para protegê-los de insetos como a broca europeia do colmo. Cientistas detectaram o inseticida em um número significativo de córregos do grande cinturão do milho do meio oeste americano.

Os pesquisadores detectaram a proteína bacteriana em resíduos vegetais que foram arrastados das lavouras de milho para córregos até a distância de 500 metros. Eles não determinaram quão significante é o fato em termos de riscos para a saúde humana e para o meio ambiente em geral.

"Nossa pesquisa soma-se ao crescente corpo de evidências de que derivados de milho podem se dispersar pela rede de córregos e riachos e que os componentes associados às culturas transgênicas, tais como as proteínas inseticidas, podem atingir os corpos d'água próximos", disse Emma Rosi-Marshall do Cary Institute of Ecosystem Studies de Millbrook, Nova Iorque.

As sementes transgênicas são amplamente cultivadas, com exceção da Inglaterra e outras partes da Europa. Em 2009, mais de 85% do milho estadunidense era geneticamente modificado para repelir insetos ou para ser tolerante a herbicidas usados para matar plantas daninhas nas áreas cultivadas.

O milho transgênico tem um gene da bacteria Bacillus thuringiensis (Bt) inserido para repelir o besouro da broca do colmo. O gene Bt produz uma proteína chamada Cry1Ab que possui propriedades inseticidas.

O estudo, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Science, analisou 217 córregos de Indiana. Os cientistas encontraram 86% dos locais contendo folhas, palha ou sabugo do cereal em seus canais e 13% contendo níveis detectáveis da proteína inseticida.

"A ligação próxima entre as áreas de milho e os córregos assegura a realização de novas pesquisas sobre como subprodutos do milho, incluindo as proteínas inseticidas, potencialmente impactam ecossistemas não alvo, tais como córregos e outros corpos d'água", disse a Dra. Rosi-Marshall.

Todos os locais dos córregos com proteínas inseticidas em quantidades detectáveis estavam localizados num raio de até 500 metros de uma plantação de milho. As ramificações são vastas em Iowa, Illinois e Indiana, onde cerca de 90% dos rios e córregos -- algo como 295 mil km de cursos d'água -- estão também localizados dentro de um raio de 500 metros das áreas de milho.

Depois da colheita, uma prática comum é deixar os restos vegetais na área. Essa forma de "plantio direto" minimiza a erosão do solo, mas também abre caminho para resíduos de milho entrarem nos córregos das redondezas.

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N.E..: Em 2007, a equipe de Emma Rosi-Marshall publicou estudo indicando que as larvas de um inseto herbívoro da ordem trichoptera que vivem nos ecossistemas aquáticos do norte de Indiana também são afetadas pelo Bt. No artigo, publicado na mesma revista científica PNAS, os autores concluíram que o plantio de lavouras Bt provoca consequências inesperadas em escala de ecossistemas.

O artigo gerou reação furiosa e imediata de cientistas pró-transgênicos. Diversos pesquisadores escreveram para as autoras, para a PNAS e para a Fundação Nacional de Ciência (NSF, em inglês) do governo americano, que financiou o trabalho de Rosi-Marshall. O trabalho foi acusado de falho, omisso, mal desenhado, entre outras coisas. Curioso que nenhuma das críticas pediu mais pesquisas ou a repetição do estudo. Os novos dados agora divulgados reforçam a tese de que as plantas transgênicas são liberadas no escuro, sem se conhecer seus reais impactos.

Saiba mais sobre o bloqueio a pesquisas independentes:

Cientistas denunciam perseguição e "poder de veto" da indústria de biotecnologia para pesquisas sobre efeitos dos transgênicos

Monsanto, Syngenta e DuPont vetam uso de planta em pesquisa independente

Scientific American denuncia como empresas de biotecnologia impedem a realização de pesquisas independentes sobre transgênicos

Saiba mais sobre o artigo publicado na PNAS em Pratos Limpos.

2. Monsanto reconhece que milho SmartStax produz menos

De acordo com a empresa, os dados iniciais referentes à safra estadunidense revelam que o híbrido SmartStax, que tem 8 transgenes, está produzindo menos que suas variedades mais antigas de 3 transgenes.

A variedade SmartStax é a semente mais cara da Monsanto, que foi propagandeada por seu presidente Hugh Grant como sendo 5 a 10% mais produtiva.

As variedades resultantes do cruzamento de diferentes transgênicos são chamadas de piramidadas. Órgãos como a CTNBio as aprovam considerando que os diferentes transgenes não interagem e portanto não podem produzir efeitos adversos ou inesperados na planta modificada.

Quem garante que essa diferença na produtividade reconhecida pela própria Monsanto não é resultado dessas interações desconhecidas que os biotecnólogos afirmam não existir?

Com informações da Bloomberg, 20/09/2010.

3. Syngenta troca café gourmet por agrotóxicos

Empresa "fideliza" produtor condicionando venda de sua produção de café à compra de um pacote completo de insumos e agrotóxicos

Uma empresa sem nenhuma tradição ou foco na comercialização de commodities está se consolidando como uma das maiores exportadoras brasileiras de cafés especiais. A indústria de agroquímicos e sementes Syngenta tem contratos para comprar e exportar 208 mil sacas de café gourmet ao longo deste ano, dentro de um programa no qual troca seus produtos por sacas do grão.

A Syngenta está levando às últimas consequências a prática conhecida no mercado agrícola como barter, que é justamente a troca de insumos -- fertilizantes, agrotóxicos, sementes -- por produtos agrícolas. O agricultor paga os insumos com sua própria produção, e não em dinheiro. Mas as fornecedoras desses insumos repassam os produtos agrícolas recebidos para tradings, empresas especializadas na compra e venda de grãos, porque esse não é seu negócio principal.

Com os cafés especiais, a Syngenta decidiu fazer ela mesma a comercialização, em uma estratégia para que os produtores de café sejam fiéis aos seus agroquímicos. "Não queremos competir com as tradings, mas percebemos que havia como agregar mais valor ao café", diz Giuliano Tozzi, gerente-geral para a América Latina da Nutrade, empresa criada pela Syngenta para comercializar os cafés especiais.

Só podem vender seu café por meio da Nutrade os produtores que adotarem integralmente o pacote de tecnologias da Syngenta, chamado de Nucoffee. A plataforma inclui os agroquímicos [agrotóxicos] da Syngenta e também serviços pós-colheita e treinamentos.

A fidelização garantida pela plataforma Nucoffee ainda tem efeito multiplicador, porque as 208 mil sacas comercializadas pelo sistema são apenas uma parte, a nata da produção de cada fazenda integrante do sistema. Na prática, o Nucoffee garante que outras centenas de milhares de sacas tenham sido cultivadas com produtos Syngenta.

Volume

Neste ano são mais de 600 produtores participantes, e a meta é atingir 1 mil. "O ano passado foi o ano da nossa consolidação, especialmente no relacionamento com os próprios produtores", diz Tozzi. Mais de 30 clientes internacionais recebem esse café com a marca de cada produtor, já que a Syngenta não imprime marca própria no produto.

Mas o volume de café comercializado, que também se expandiu rapidamente desde a criação do projeto, em 2006, deverá estagnar ou até cair no ano que vem. "O preço muito alto do café será um limitante", diz o executivo. Essa limitação ocorre porque o Nucoffee é baseado na troca de café por defensivo, e quando o primeiro sobe de preço é preciso um número menor de sacas para comprar o mesmo volume do segundo.

O sucesso do modelo já leva a Syngenta a estudar a aplicação em outras culturas nas quais a separação dos produtos de qualidade possa gerar mais valor. "Queremos fazer o Nucotton para atender melhor o mercado de algodão", afirma Tozzi.

Fonte: Brasil Econômico, 30/09/2010 - via Pratos Limpos.

4. Cresce monopólio sobre as sementes

Enquanto as empresas seguem renovando suas promessas -- a bola da vez são as sementes resistentes à seca -- cresce o monopólio e as sementes não transgênicas cada vez mais somem do mercado. É o que mostra a reportagem abaixo do Valor Econômico (30/9/2010) a partir de informações da Pioneer:

OGM movimenta 66% da receita da Pioneer

Braço de sementes da multinacional americana DuPont, a Pioneer tem trabalhado fortemente suas sementes nos segmentos de soja e milho, dois carros-chefes do agronegócio internacional.

De acordo com a empresa, 96% de toda a soja vendida por ela aos EUA e Canadá é geneticamente modificada. No Brasil, esse percentual gira em torno de 70% a 80%. Ao mesmo tempo, a América do Norte compra entre 84% e 90% das sementes modificadas de milho, Argentina 95% e países da Europa, como Espanha e Portugal, 50% (os europeus são historicamente arredios a esse tipo de tecnologia).

"O Brasil é o país onde mais estamos crescendo com transgênicos", diz Paul Schickler, presidente da Pioneer Hi-Breed, que ressaltou o crescimento "extraordinário" da soja no país. "Já as nossas vendas de milho transgênico saltaram de 5% [das vendas totais], em 2008, para 83% neste ano", acrescentou.

O avanço da biotecnologia nos negócios da Pioneer é um retrato do que ocorre de forma generalizada no campo brasileiro. Líder mundial no mercado de sementes, a Monsanto também comercializa hoje mais sementes transgênicas que convencionais -- a empresa não informa quanto, alegando serem números "estratégicos".

Assim como suas principais concorrentes, a Pioneer corre contra o tempo também para desenvolver sementes com novas características, como resistência ao estresse hídrico. Até 2015, a empresa pretende colocar no mercado os primeiros produtos dessa linha. (...)

A alternativa agroecológica

Rede de Sementes do Xingu está batalhando para conquistar autonomia

Mais de 40 coletores se encontraram em São Félix do Araguaia, Mato Grosso, nos dias 25 e 26 de setembro, para o 7° Encontro da Rede de Sementes do Xingu. Em seu quarto ano de existência reúne mais de 300 famílias de coletores e dois desafios: desenvolver sua autonomia e atender à crescente demanda por sementes nativas para os trabalhos de restauração florestal desenvolvidos na região. As novas oportunidades e possíveis cenários para o futuro da rede foram discutidos durante o encontro.

Para esta safra de sementes, que vai de julho a fevereiro, a rede tem uma encomenda de 32 toneladas de sementes nativas do cerrado e da floresta amazônica. O volume supera a quantia produzida em todos os anos anteriores, que foi de 25 toneladas. O aumento da demanda é atribuído ao reconhecimento do trabalho da rede e à popularização do plantio mecanizado de florestas. "Muitos produtores rurais da região nos procuram porque precisam restaurar suas Áreas de Preservação Permanente (APPs). Nós utilizamos a técnica do plantio mecanizado de sementes nativas, feito com o mesmo maquinário usado para plantar soja e milho. O plantio de sementes acaba ficando bem mais em conta que o plantio de mudas e é mais indicado para grandes áreas", afirma Eduardo Malta, do Instituto Socioambiental (ISA), uma das organizações envolvidas na Campanha Y Ikatu Xingu e na rede.

A Rede de Sementes do Xingu foi criada em 2007 justamente para atender a demanda por sementes nativas dos projetos de restauração florestal realizados pelas instituições envolvidas na Campanha Y Ikatu Xingu, na Bacia do Rio Xingu. Em quatro anos, a rede cresceu de maneira surpreendente e hoje envolve agricultores, assentados e indígenas que se dedicam a coletar sementes em 19 municípios e sete comunidades indígenas.

O que era uma iniciativa socioambiental para atender uma demanda localizada mostrou-se um negócio lucrativo. "Quando a rede foi criada, nós nem imaginávamos que ela poderia crescer tanto assim. Era apenas uma iniciativa socioambiental que atenderia nossa necessidade de sementes. Hoje, essa atividade garante renda para diversas pessoas e se tornou um negócio rentável e próspero. Os pedidos crescem a cada mês", explica Nicola Costa, assessor técnico do ISA e animador da rede.

Negócio rentável

Os coletores da rede de sementes já desenvolvem seu trabalho com autonomia, sabem onde encontrar as sementes, como coletá-las e beneficiá-las. Porém, a rede ainda não é autônoma -- serviços como transporte, armazenamento e comercialização ainda são apoiados e subsidiados pelas instituições que animam o projeto. O próximo passo para garantir seu crescimento com segurança e estabilidade é a autonomia, isto é, a organização dos coletores para cuidar de todas as etapas do trabalho.

Para isso, a rede está contando com a ajuda do consultor Stefano Ilha Dissiuta, engenheiro florestal com experiência na organização de cooperativas, que desenvolve um plano de negócios para a atividade. "Hoje a rede é um negócio subsidiado e não precisa ser. Os coletores já podem assumir o potencial desse negócio e fazer a rede decolar".

Dissiuta ressalta também o potencial da rede de sementes. "Temos pessoas de várias partes do País querendo comprar as sementes daqui. São mais de 200 espécies dos biomas floresta, cerrado e caatinga, isto é, que atendem a diferentes necessidades. Além disso, tem o valor agregado, pois é uma iniciativa socioambiental que envolve pessoas de diferentes culturas e origens".

Outras ações estão sendo realizadas para encaminhar a autonomia da rede. Uma delas é a criação de um fundo rotativo, através do qual os coletores podem pegar empréstimos para comprar materiais utilizados na atividade, como facões, peneiras e combustível para o transporte. O Fundo tem hoje R$ 50 mil, dos quais R$ 12 mil já foram emprestados.

O valor do quilo das sementes nativas varia entre R$0,50 e R$ 300,00, dependendo da dificuldade para encontrá-las e beneficiá-las. A média paga por quilo, portanto, é de R$ 10,00. Dissiuta avalia o crescimento da rede como uma grande oportunidade de desenvolver uma forte economia florestal no estado. "Se considerarmos que a encomenda de sementes para esta safra será de 32 toneladas, isso significa que a rede irá gerar R$ 320 mil aos coletores. Isso representa um impacto significativo na renda dessas pessoas".

Troca de experiências

Muitos coletores desenvolvem sua própria técnica para beneficiar e limpar as sementes que colhe. Algumas frutas devem ser secas antes, outras devem ser passadas na peneira, com água corrente, para que as sementes sejam separadas. Essas descobertas e experiências de cada grupo coletor foram partilhadas no encontro. "Para limpar a lobeira, eu tiro ela quando está bem madura e mole, depois espremo bem com as mãos e em seguida piso nela para separar toda a polpa. Depois disso, lavamos em uma peneira até ficar limpa. Ela deve ser seca na sombra". Elivaldo da Silva Nogueira, de São José do Xingu-MT, coleta de 15 a 20 espécies do cerrado e da floresta e garante que a atividade complementa sua renda mensal.

Números da Rede de Sementes do Xingu

- 300 famílias de coletores de sementes - indígenas, agricultores familiares, assentados rurais e viveiristas
- 200 espécies de floresta, cerrado e caatinga na lista de comercialização
- 19 municípios e sete aldeias indígenas envolvidas
- 25 toneladas de sementes coletadas em quatro anos

Extraído de: ISA - Instituto Socioambiental, 29/09/2010.

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Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos

Este Boletim é produzido pela AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e é de livre reprodução e circulação, desde que citada a AS-PTA como fonte.

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