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Glifosato: Cientista alerta Juncker para falhas das agências europeias

A avaliação europeia do risco para a saúde do uso de glifosato passou ao lado de oito casos de aumento de tumores após exposição ao herbicida, denuncia um dos cientistas mais reconhecidos no campo da saúde ambiental.

A carta endereçada por Christopher Portier ao presidente da Comissão Europeia aponta para falhas das agências europeias encarregues de avaliar o risco para a saúde do glifosato, no âmbito do processo da eventual renovação da autorização do seu uso na União Europeia.

O estudo em causa é feito a partir de dados confidenciais transmitidos pela indústria do glifosato às agências europeias. Portier acusa as agências de segurança ambiental europeias de não terem levado em conta “oito casos de aumentos significativos de tumores após exposição ao glifosato”, o que sugere que as avaliações feitas aos riscos do uso deste herbicida ficam comprometidas.

Os dados do estudo chegaram às mãos de Christian Portier através de um requerimento de eurodeputados dos Verdes, que demorou um ano a ter resposta, dada a oposição das companhias produtoras. Ele é o primeiro cientista independente da indústria a ter acesso aos dados do estudo. Portier dedicou as últimas três décadas ao estudo da saúde ambiental, com  foco nos carcinógenios, e integra a Agência Internacional para a Investigação do Cancro(link is external) (IARC) e o Comité da Academis de Ciências dos Estados Unidos.

“A classificação de risco do glifosato parece ser um bom exemplo de como a falta de transparência sobre os dados científicos que estão por detrás de decisões importantes sobre a saúde pública podem minar a confiança do público e aumentar a preocupação” dos cidadãos, diz o cientista.

Na carta a Jean Claude Juncker,(link is external) Portier propõe que as avaliações das agências públicas europeias sejam repetidas e que todos os dados em que essas avaliações se baseiam sejam tornados públicos. “Estas omissões tornam impossível aos cientistas exteriores julgarem a qualidade dos estudos, o rigor dos métodos usados para analisar os dados, ou para determinar se existem razões legítimas nas discussões para que os tumores identificados na Tabela 1 terem sido excluídos”, acrescenta o cientista.

A carta termina com o cientista a pedir ao presidente da Comissão Europeia que haja uma reavaliação do estudo à luz destes dados e que Bruxelas se abstenha de tomar qualquer decisão sobre o glifosato até que sejam incluídas as novas descobertas.

Fonte:Esquerda.net em 30-05-2017

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