Cristina Rios
Curitiba, 3 de Maio de 2006 - A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul) pretende entrar com ação na Justiça contra a decisão que liberou o embarque de transgênicos no porto de Paranaguá. Segundo a entidade, a liberação teria provocado a perda de um contrato de exportação de 60 mil toneladas de soja, com prejuízo de R$ 23 milhões.
A liminar que liberou o embarque de organismos geneticamente modificados (OGMs) acatou pedido da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP) e foi confirmada no último dia 10 pelo Supremo Tribunal Federal. "Perdemos um contrato de exportação de 60 mil toneladas de soja devido à possibilidade da contaminação da soja convencional com a transgênica no porto", disse Marcos Rochinski, coordenador da Fetraf-Sul.
O governador do Paraná, Roberto Requião, que é contra o plantio, armazenagem e comercialização de transgênicos no estado, anunciou apoio à Fetraf na condução da ação judicial.
Na sexta-feira passada, outra instituição já havia manifestado posição contrária ao embarque de transgênicos. O Greenpeace enviou carta para o governo federal pedindo que intervenha na decisão do STF de obrigar Paranaguá a exportar soja transgênica por todos os seus terminais.
Paranaguá fez o seu primeiro embarque (8 mil toneladas) de soja transgênica no último dia 25 de abril. Para atender a liminar, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) determinou que todos os terminais possam armazenar o grão, mas liberou apenas um dos três berços do corredor de exportação para a atracação dos navios para transgênicos. A medida, segundo a APPA, visa obedecer a lei de Biossegurança, que prevê a segregação da soja modificada.
A medida desagradou os terminais que obtiveram a liminar, que querem que toda a estrutura portuária em Paranaguá possa ser utilizada. Os advogados da ABTP prometem entrar hoje na justiça com pedido de utilização dos demais berços.
Fonte:Gazeta Mercantil, 03/05/2006
Agronegócio - Finanças & Mercados - Pág. 13
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