14.janeiro/2004 - Brasil – Adital – O Brasil, até pouco tempo, era a maior potência agrícola mundial cuja produção estava livre de cultivos realizados a partir de organismos geneticamente modificados, os transgênicos. Atualmente, o país ocupa o 4ª lugar mundial em área semeada com transgênicos, superado apenas por EUA, Canadá (berços da transgenia) e Argentina (origem das primeiras sementes de soja transgênica que chegaram ilegalmente ao país), segundo dados do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, sigla em inglês de ONG estadunidense que defende a expansão da tecnologia de produção de transgênicos) através de informe sobre o tema.
Embora a introdução oficial dos transgênicos no país
só tenha acontecido com a liberação do uso de sementes
de soja modificada para a safra 2003/2004, através de medida provisória
de outubro do ano passado, transformada em lei em dezembro (questionada como
inconstitucional através de ação impetrada pelo procurador
geral da República, Cláudio fonteles), os organismos transgênicos
já estão nas prateleiras dos supermercados brasileiros. Testes
científicos detectaram a presença de modificação
genética em produtos, na maioria importados, como batatas fritas, lácteos
e outros com adição de soja ou milho, e até macarrão
instantâneo, conforme lista divulgada pelo Instituto Nacional de Defesa
do Consumidor e Greenpeace, que pode ser visualizada em www.idec.org.br.
Como a Lei de Biossegurança estabelecendo as normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam os transgênicos ainda deve ser votada pelo Congresso, em data indefinida, e a portaria que obriga as empresas de alimento a identificar através de selo produtos com elementos transgênicos na composição entra em vigor apenas em fevereiro, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Via Campesina estão incentivando a população e entidades sociais a rotularem desde agora os alimentos que contenham transgênicos.
Isso pode ser feito através de adesivo cujo modelo, inspirado no selo
a ser exigido pelo governo, está sendo disponibilizado pelo MST para
impressão, a fim de que sejam colados nos produtos por quem desejar participar
da manifestação. Segundo as organizações, o ato
será importante porque "o governo federal dificilmente vai fiscalizar
esta medida". Também se incentiva a maior divulgação
possível da etiqueta adesiva "para estimular a população
em geral a exigir dos supermercados os selos".
Fonte: ADITAL, Agência de Informação
Frei Tito para a América Latina, 14.janeiro/2004
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