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Algodão recolhido no MT provavelmente é transgênico-Abrapa

Por Bruno Marfinati

SÃO PAULO (Reuters) - As amostras de algodão recolhidas pelo Ministério da Agricultura em 33 fazendas no Mato Grosso provavelmente indicarão a presença de OGMs (organismos geneticamente modificados), informou nesta quarta-feira a Abrapa, entidade que reúne os produtores de algodão brasileiros.

O resultado das análises das 40 amostras de algodão suspeito de ser transgênico, que foram enviadas pelo ministério para laboratórios em São Paulo, ainda não saiu.

"Há forte indício de que realmente existe a contaminação", afirmou à Reuters o vice-presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen Rodrigues. Ele afirmou que o plantio não foi intencional e opinou que a investigação, a partir de agora, deve ser dirigida para descobrir como o produto chegou às lavouras do Estado.

"Não existe nenhum interesse (por parte do produtor) de entrar na ilegalidade", disse.

O Ministério da Agricultura encontrou no início de agosto algodão transgênico em áreas no sudeste do Mato Grosso. O produto foi destruído e o ministério resolveu intensificar a fiscalização, inclusive em outros Estados. Dias depois, o ministério enviou novas amostras para análise.

A pesquisa de campo, o plantio e a comercialização de algodão transgênico estão proibidos no Brasil, que é o sexto maior produtor mundial.

"O produtor pode estar sendo punido injustamente. Ele não usufruiu das vantangens de cultivar um transgênico e foi pego de surpresa", afirmou Rodrigues, que diz não ter idéia de como as sementes transgênicas chegaram ao campo.

A Abrapa defende a liberação do algodão transgênico, dizendo que ele traria redução de custos com defensivos agrícolas e ajudaria a controlar pragas como a do bicudo, que provocam m milhões de reais em prejuízo ao setor.

"(O Brasil) é o único que não pode utilizar transgênicos ainda. Queremos que o governo defina claramente e urgentemente isso. Enquanto os outros países evoluem, nós andamos de marcha ré", disse ele.

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