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Soja transgênica é retirada do porto de Paranaguá por 2 navios

Soja transgênica é retirada do porto de Paranaguá por 2 navios

SÃO PAULO, 24 de novembro (Reuters) - Atracaram na madrugada desta segunda-feira dois navios que devem levar do Porto de Paranaguá cerca 59 mil toneladas de soja contendo grãos transgênicos estocadas no silão (silo público), informou um agente do porto.

As embarcações --Apostolovo e Petalis-- devem ser carregadas até 0h do dia 26, segundo informações do agente e da assessoria de imprensa do porto. "(Os navios) vão levar 59 mil toneladas. Eles chegaram no dia 22 e atracaram esta madrugada, devendo sair dia 26", afirmou o agente portuário, acrescentando que a operação está sendo realizada pela Bunge.

A assessoria de imprensa do porto informou que o destino dos navios é Itália --no caso do Apostolovo-- e Portugal e Marrocos --para o Petalis. Mas o operador contestou essa informação, dizendo que o produto não foi vendido ainda.

"Esse embarque não é normal. A carga será vendida durante a viagem", afirmou ele, citando entraves burocráticos. "Existe comprador, mas o negócio não foi fechado ainda."

O embarque da soja transgênica havia sido acertado entre a administração do porto e os operadores privados, depois que testes feitos pelo governo paranaense identificaram a presença de grãos geneticamente modificados no porto.

A administração do porto de Paranaguá havia definido o prazo até o dia 15 para que a soja transgênica existente nos terminais privados do porto fosse transferida para o silão e que o seu embarque fosse feito, em uma operação única, nos dias 24 e 25 de novembro.

PROIBIÇÃO ESTADUAL

A restrição ao produto GM pelo porto começou no fim de outubro, quando o governo do Paraná sancionou lei vetando o plantio, transporte e comercialização de transgênicos no Estado, inclusive no porto.

Na ocasião, a administração do porto suspendeu todos os embarques de soja até que se inspecionasse os terminais e que se transferisse toda a soja contaminada encontrada para o silão (até o dia 15).

O silo público foi então lacrado contendo 64 mil toneladas, conforme informações da administração do porto. Dessa maneira, após o embarque das 59 mil toneladas, ainda restará produto contaminado com transgênico no silão. Conforme a assessoria do porto, esse volume extra deverá ser retirado --pelos dois navios atracados ou por um terceiro-- até o dia 26.

Também restam cerca de 12 mil toneladas de soja transgênica no terminal da Cargill, segundo o porto, que agora exige que o produto seja tirado dali de outra maneira que não por navio -- já que acabou o prazo para a transferência.

A empresa, que ainda não se manifestou a respeito do assunto, está impedida de operar em Paranaguá até que retire o produto, conforme o porto.

fonte: Agência Reuters, 24 Nov 2003 16:36

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