Transgênicos - Organismos Geneticamente Modificados
Conama debate transgênicos sem visão de mercado | POLEMICA TECNOLOGICA: FRENO A EXPORTACIONES Habría normas de etiquetado en Brasil |
TRANSGÊNICO/MILHO: AVICULTORES DO ES AGUARDAM LIBERAÇÃO DE CARGA | TRF EXIGE NOVO TESTE DE TRANSGENIA EM MILHO ARGENTINO |
TRANSGÊNICO/MILHO: PARA AVICULTOR, "CTNBIO AUTORIZA IMPORTAÇÃO" |
Americanos voltam a discutir rotulagem |
Conama debate transgênicos sem visão de mercado |
Enquanto se discute internamente o uso ou não de organismos geneticamente modificados na agricultura, o mercado de commodities continua se movimentando sob outra dinâmica. Com o surgimento de pactos regionais semelhantes ao Mercosul, se abrem novos nichos de mercado ao Brasil, modificando espaços internacionais de comércio, até então demarcados e cativos. Tanto as autoridades que atuam na área agrícola, quanto a iniciativa privada brasileira e mesmo o Congresso sempre apostaram no crescimento do comércio com a Ásia. Esse mercado potencial somente poderá se configurar sustentado por uma produção agrícola competitiva, quase inviável sem o uso da tecnologia genética.
As discussões estão ocorrendo no grupo de trabalho criado no âmbito da Câmara Técnica de Controle Ambiental do Conama. A coordenação do grupo está sob a responsabilidade da representação das organizações não-governamentais do Sudeste e conta com a participação do Ministério do Meio Meio Ambiente (MMA), Ibama, Greenpeace, Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Universidade Federal de Viçosa, Governo do Rio Grande do Sul, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia, além do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC).
Os moldes em que o documento básico foi elaborado abarca, ainda, os princípios da precaução e do direito à informação, tendo em vista que quando se olha para trás, percebe-se um triste rastro de degradação ambiental e social, um atestado incontestável da nossa profunda ignorância e inobservância das leis que regem nossas vidas e nosso planeta.Visão de Mercado. A protelação na liberação de sementes modificadas está inserida num contexto estratégico de mercado, aspecto não considerado no âmbito das discussões sobre o EIA/RIMA. O licenciamento ambiental, ainda que importante, não deveria estar elevado a um tal nível de importância, a ponto de desconsiderar a realidade mundial na produção de OGMs na agricultura e as oportunidades que esta inovação tecnológica proporcionará em termos sociais, econômicos e políticos. É desta falta de visão global que padecem as discussões no âmbito do Conama, cujo resultado final poderá ser um processo de licenciamento carreado de vícios, extremamente custoso e lento. A impossibilidade do uso de sementes transgênicas por parte dos agricultores brasileiros até poderá inibir a pesquisa e o desenvolvimento de novas variedades por parte da Embrapa, a exemplo do vácuo criado pela malfadada reserva de mercado da informática. |
TRANSGÊNICOS: JUSTIÇA BARRA MILHO EM VITÓRIA |
Parece sem fim o impasse em relação às importações de milho. Na sexta-feira, o juiz José Eduardo Nascimento, da 3ª Vara da Justiça Federal do Espírito Santo, deferiu liminar a favor do Ministério Público, e determinou a apreensão de dois navios com milho importado da Argentina. O produto foi importado por um pool de avicultores e suinocultores. Segundo o presidente de Associação de Avicultura do Espírito Santo (Aves), Antônio Venturini, um dos navios, o Fênix, já foi descarregado. Parte de seu carregamento de 15 mil toneladas já foi entregue às granjas, mas agora 8.500 toneladas estão apreendidas no armazém do porto. O outro navio, o Lili, tem uma carga de 31 mil toneladas de milho e de 6 mil toneladas de sorgo, mas ainda não chegou ao Brasil. Ele saiu da Argentina no último sábado e deve chegar até sexta- feira em Vitória. Venturini afirmou que o Ministério Público entrou com ação pública na Justiça após denúncia do grupo Greenpeace. Os importadores do milho pediram ao juiz para reconsiderar sua decisão. Segundo Venturi, o juiz quer que os importadores apresentem declaração do Ministério da Agricultura sobre os procedimentos para descarregamento e acompanhamento até as granjas e laudo fitossanitário emitido pelo Ministério. De acordo com o presidente da Aves, o milho do navio Lili tem certificado de não-transgênico emitido pelo Instituto de Tecnologia da Argentina. Já o milho do navio Fênix, já descarregado, seria transgênico, segundo Antonio Venturini. CARGA LIBERADA NO SUL Está liberada a carga de 3.960 toneladas de milho da Avipal, retida desde o último dia 14 no Porto de Rio Grande, no sul do país. Segundo fontes da Delegacia Regional do Ministério da Agricultura, a carga foi liberada mediante divulgação de laudo negativo para transgênico dado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A retirada do milho, no entanto, ainda não foi solicitada. Conforme a coordenadoria da área de Estoques do Terminal Marítimo (Termasa), onde a carga permanece depositada, até as 16h de ontem não havia nenhum pedido de liberação nesse sentido. Essa foi a segunda carga da Avipal retida em menos de 30 dias. A anterior, que chegou ao porto no final de agosto, permanece retida à espera de mais duas análises de laboratórios diferentes. "A carga está sob medida judicial a pedido do Ministério Público de Rio Grande o que impede a liberação pelo Ministério da Agricultura", explicou o fiscal da área de Transgênicos do Ministério, em Porto Alegre. O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Paulo Vellinho, defendeu uma ação imediata do governo federal no sentido de agilizar a liberação do milho importado. |
Valor Econômico, 27/09/2000 |
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