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Notícias publicadas ou recebidas em 27/06/2000


A salvação (ecológica) da lavoura - Commodities ambientais podem tirar agricultores das dívidas
 
A produção de produtos agrícolas orgânicos, a comprovação da utilização de métodos ecologicamente corretos na produção e a preservação do solo ou de mananciais pode maximizar, num futuro próximo, as possibilidades de lucro dos empresários do setor no Paraná. Uma nova modalidade de mercadoria, a ser negociada em bolsa, surge com cada vez mais força no mercado financeiro do país. Os commodities ambientais dividem os bens naturais - mata, energia minerais, água, solo etc. - em categorias, comercializando não só sua existência, mas também os benefícios a serem retirados dela. A modalidade de negócio foi desenvolvida pelo Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo com o apoio de sociedades ambientais e de biólogos.
 
http://www.gazetamercantilpr.com.br/jornal/2521.htm

O dia D das plantas transgênicas - Justiça julga amanhã a liberação da soja; CTNBio analisa importação de milho
 
Dois eventos, marcados para esta semana, em Brasília, podem definir o rumo que o Brasil seguirá em relação ao plantio e ao comércio dos transgênicos. Amanhã à tarde, o Tribunal Regional Federal (TRF) julgará, em segunda instância, o recurso da empresa Monsanto contra a sentença que proíbe a liberação comercial da soja Roundup Ready. Até a próxima sexta-feira, a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) emitirá um parecer sobre a importação de milho transgênico. Uma vez liberada pela Justiça, a soja Roundup Ready terá ainda que receber a aprovação dos ministérios da Agricultura, da Saúde e do Meio Ambiente.
 
http://www.uol.com.br/fsp/agrofolh/fa2706200001.htm   

Potencial do mercado chega a R$ 1 bilhão
 
As empresas de biotecnologia estimam que os transgênicos possam atingir 30% das lavouras de milho (3,7 milhões de ha) e 20% da área plantada de soja (2,6 milhões de ha) no Brasil, num prazo de três safras, a partir da chegada dos produtos ao mercado. "Falar no faturamento das empresas é inoportuno, pois aumenta a hostilidade no debate", diz o gerente de biotecnologia da Aventis Seeds, André Abreu.
 
http://www.uol.com.br/fsp/agrofolh/fa2706200002.htm

Olvebra garante uso de soja não-transgênica
 
A Olvebra informou ontem que já esta utilizando soja não transgênica certificada desde o início do mês. A empresa é responsável pela produção do Cereal Shake Diet, sabor morango, que teve resultado positivo em teste de trangênia realizado pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e pelo Greenpeace. Segundo a engenheira de alimentos da Olvebra, Clarissa Peixoto, os lotes analisados haviam sido fabricados antes de junho.

O gerente de negócios da Genetic Id do Brasil, Augusto Freire, confirma a informação da Olvebra. Ele disse ainda que, além de estar usando a soja certificada, a Olvebra também esta com um projeto para obter a certificação da empresa. Freire salientou que a Genetic Id avalia os riscos na Olvebra para que haja certificação. 'A utilização de soja não transgênica é uma meta para a empresa e é uma pena que o teste tenha penalisado a Olvebra' disse Freire. A coordenadora executiva do Idec, Marilena Lazzarini, confirmou que a Olvebra é uma das únicas empresas brasileiras que tem se mostrado receptiva a adaptação dos não-transgênicos. O Idec espera que, no próximo teste a ser realizado, os produtos da Olvebra não apresentem mais a presença de transgênicos.

 
 
CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2000

PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO ACEITO INTERNACIONALMENTE PODE ASSEGURAR QUE EXPORTAÇÕES DE MILHO DA ARGENTINA SEJAM ISENTAS DE TRANSGÊNICOS
 

Contato: Jeffrey Smith

+ 1 515 472-9979 Ramal 127

 
(Fairfield, Iowa, EUA, 5 de junho de 2000) – O arresto da semana passada de dois carregamentos de milho da Argentina, pelas autoridades brasileiras, que eram suspeitos de conter variedades geneticamente modificadas (GM) proibidas ressalta a necessidade urgente de um sistema que assegure fornecimentos de milho não-transgênico da Argentina, diz um especialista agrícola da Genetic ID, empresa baseada nos Estados Unidos e líder global na identificação de transgênicos.

"Esta infração da lei federal e os custos resultantes poderiam ter sido evitados se as companhias envolvidas tivessem um sistema de rastreabilidade rigoroso funcionando para assegurar que o milho não contivesse organismos geneticamente modificados (OGMs). O programa de certificação de não-transgênicos Cert ID, que é usado por produtores de alimentos mundialmente, oferece um sistema assim", diz Jochen Koester, vice-presidente da Genetic ID.

Uma liminar expedida pela 3o Tribunal Federal de Joinville (SC) mandou prender um total de aproximadamente 50.000 toneladas de milho argentino de dois navios que iam descarregar nos portos de Rio Grande (RS) e São Francisco do Sul (SC). O milho era destinado à Perdigão e à Penabranca, dois fornecedores de carne. O milho será testado quanto ao seu conteúdo de transgênico. Koester diz que pelo menos quatro outros navios também trazendo milho da Argentina estão agora navegando a caminho do Brasil, e podem ter o mesmo destino. Aproximadamente de 15 a 25 por cento do milho da Argentina contém variedades transgênicas.

 

A combinação de testes de transgênicos com

um sistema rigoroso de PI

Koester enfatiza que a certificação de não-transgênico não deve ser confundida com certificados que são expedidos com base em testes de transgênicos. "Enquanto o teste de transgênico identifica o conteúdo de OGM de uma amostra específica, o Cert ID fornece um nível mais alto de controle porque ele rastreia o conteúdo de OGM de alimentos desde a prateleira do varejo de volta até de qualquer um de todos os estágios da produção", diz Koester.

De acordo com Koester, o Cert ID é o único programa deste tipo no mundo que integra testes de OGM da mais alta qualidade com um sistema de preservação de identidade (PI) que cumpre com a ISSO, com rastreabilidade rigorosa, para assegurar o status de não-transgênico. Uma exigência essencial do Cert ID é que os produtos certificados contenham menos do que 0,1 por cento de conteúdo de OGM. Esse limite mostrou-se aceitável para consumidores e prático para produtores, com base na experiência com sistemas de produção de alimentos por todo o mundo.

Uma vantagem principal do Cert ID é que ele é um programa independente, jeito por uma terceira empresa, que não representa nenhum grupo de interesse na cadeia da produção de alimentos. "O Cert ID adiciona maior credibilidade à condição de não-transgênico porquê ele é de uma organização independente sem interesse direto no assunto", diz Koester.

O Cert ID foi desenvolvido pela Genetic ID e introduzido na Europa a pedido de um consórcio de grandes varejistas e fabricantes de alimentos europeus que queriam evitar danos sérios às suas marcas de seus produtos alimentícios e queriam satisfazer à demanda por produtos não transgênicos por parte dos consumidores. A Cert ID é agora a certificação de não-OGM mais amplamente aceita do mundo, usada por produtores, processadores de alimentos, e fabricantes por todo o mundo. A Cert ID pode ser usada para certificar uma ampla faixa de produtos brutos e alimentos processados.

Tanto os produtores da Argentina quanto os processadores de milho brasileiros serão beneficiados com a certificação. Os especialistas em certificação trabalharão com os produtores para implementar processos de PI para prevenir a contaminação de variedades de milho GM e colherão amostras do milho e as testarão, assegurando assim às empresas brasileiras fontes confiáveis de milho não-GM. Por sua vez, os processadores de milho brasileiros assegurarão aos seus compradores que eles estejam recebendo produtos de milho não-GM.

Em resultado, as empresas brasileiras cumprirão com as determinações federais e estaduais e terão acesso aos mercados internacionais em expansão, de produtos não-transgênicos, de acordo com Koester. "Por motivo dos OGMs serem ilegais no Brasil, os produtores de alimentos brasileiros estão em posição ;única para suprir a demanda internacional de produtos não-GM de milho e soja", diz Koester. "A Cert ID os capacitará a atender essa demanda."

Koester diz que diversos produtores brasileiros e fabricantes estão usando efetivamente a Cert ID para atender esses mercados. "Esses produtores de alimentos estão realizando excelentes oportunidades nesses mercados em expansão, e nós não vemos a hora de ajudar mais produtores brasileiros, bem como produtores argentinos, a alcançar sucesso semelhante."

Para maior referência,veja o seguinte noticiário da Reuters News Items em:

ESPECIALISTA EM TESTES DE TRANSGÊNICOS DIZ QUE TESTE DE BIOENSAIO COM HERBICIDA TEM SÉRIAS LIMITAÇÕES

 
(Fairfield, Iowa, EUA, 5 de junho de 2000) – Um fundador da indústria de testes de transgênicos diz que o teste de bioensaio de resistência a herbicida para detectar soja geneticamente modificada (GM) que foi recentemente recomendado pela divisão de pesquisa do Ministério da Agricultura do Brasil, tem sérias limitações. John Fagan, um biólogo molecular e fundador da Genetic ID, Inc., a líder global na identificação de transgênicos, diz que "Damos as boas vindas à recomendação da Embrapa para testar a soja brasileira antes de exporta-la, mas queremos ressaltar que esse teste tem sérias limitações que podem criar riscos de alto custo para os exportadores."

O teste, também conhecido como o teste de "germinação e pulverização", envolve a colocação de grãos de soja em uma toalha de papel embebida em uma solução diluída contendo um herbicida. Os grãos que germinam com raízes normais são resistentes ao herbicida e, portanto, grãos transgênicos; aqueles que não desenvolvem raízes normais, serão grãos convencionais, não-transgênicos.

De acordo com Fagan, o teste tem três limitações sérias:

  1.  
  2. O crescimento de mofo ou fungos pode interferir no bioensaio com herbicida e conduzir a resultados incorretos.
  3. Não é pratico executar o bioensaio com herbicida no número grande de sementes que é necessário para assegurar precisão e sensibilidade máximas. O teste fica limitado a algumas centenas de sementes no máximo. Em resultado, as verificações do teste serão fracas estatisticamente e somente oferecerão uma estimativa grosseira do conteúdo de transgênico.
  4. O método de bioensaio com herbicida é vagaroso, e não é possível fornecer informações para basear um contrato de transgênicos no devido tempo.

Testes precisos são críticos para exportadores

Além disso, Fagan enfatiza que soja exportada como não-transgênica deve mais tarde passar por dois ou mais testes de transgênico. As exportações de alimento que inicialmente foram testadas como negativas para transgênico, mas depois testaram positivas, foram recusadas no país importador. Outros riscos potenciais incluem recolhimento de produto, prejuízos à marca, ações judiciais, e mesmo penalidades criminais. Em resultado, Fagan diz que testes precisos de transgênico antes da exportações são críticos para evitar esses problemas de alto custo.

Para assegurar essa precisão, Fagan recomenda o uso do método baseado em ADN, que é reconhecido mundialmente como o padrão de teste de transgênico por causa de sua sensibilidade, confiabilidade, e precisão. Esse método é usado extensivamente na Europa, um destino de exportações chave para a safra de soja não-transgênica brasileira.

O método baseado em ADN da Genetic ID pode detectar tão pouco quanto duas moléculas de ADN modificado geneticamente e fornece resultados quantitativos precisos de 0,1 por cento de conteúdo transgênico para baixo. A Genetic ID executou milhares de testes em uma ampla faixa de grãos crus e plantas de cultivo, e alimentos processados.

O custo do bioensaio com herbicida pode ser alto

À primeira vista, o custo do bioensaio com herbicida pode parecer baixo, que é o motivo da Embrapa recomenda-lo. Porém, Fagan aponta que o custo para tornar o teste significativo estatisticamente – com um tamanho de amostra adequado – é muito maior do que o método baseado em ADN.

Outros fatores também aumentam o custo. "Quando você considera o tempo e mão de obra envolvidos, o custo do bioensaio com herbicida é caro. Esse custo aumenta quando se considera a responsabilidade associada com a incerteza dos resultados obtidos com o teste,"diz Fagan.

Fagan diz que o método baseado em ADN pode assegurar resultados confiáveis, precisos. "Por causa da sensibilidade incomum doa abordagem baseada em ADN, amostras de muitos produtores podem ser compostas para uma única análise, reduzindo o custo pode produtor para ainda mais baixo do que o custo do bioensaio com herbicida," diz Fagan.

 

Contato: Jeffrey Smith + 1 515 472-9979 Ramal 127


GOVERNO E EMPRESAS FAZEM ROLO COMPRESSOR PARA INFLUENCIAR A DECISÃO DO JUDICIÁRIO SOBRE  TRANSGÊNICOS
 
No próximo dia 28, quarta feira, às 14:00 horas, reúne-se o Tribunal Reginal Federal da Primeira Região para julgar, em segunda instância, a medida cautelar impetrada por IDEC e Greenpeace exigindo avaliação de impacto ambiental da liberação de organismos geneticamente modificados (OMG), isto é, transgênicos, na natureza.

O governo brasileiro vem pressionando a juíza relatora do processo para rejeitar a decisão do juiz Antônio Prudente, que proibiu a produção comercial da soja transgênica Roundup Ready, da multinacional Monsanto. A própria juíza comentou que nunca em seus 12 anos de prática viu tanta pressão de tantas fontes do governo e da própria empresa em uma decisão judicial.

A sociedade civil precisa reagir com veemência contra esta interferência no poder judiciário. A proposta de coordenação da Campanha Por Um Brasil Livre de Transgênicos  é levar o máximo de representantes da sociedade civil à Brasília para assistir ao julgamento. Sabemos que são poucas as entidades que poderão enviar representantes mas esperamos que todas possam, pelo menos, enviar telegramas à juíza com o seguinte teor: “Repudiamos tentativas de  pressão sobre judiciário no processo dos transgênicos. Confiamos interesse da sociedade e legislação serão respeitados”.

Lembramos que e-mails não serão eficazes neste caso (a juíza pode nem estar abrindo seu correio eletrônico) assim como cartas, dado o tempo curto para manifestação. Telegrama é caro mas a urgência e emergência são dramáticas pois se perdermos esta parada  agora estará aberta a via para a entrada dos transgênicos no Brasil. Não conseguiremos reverter esta decisão no legislativo antes das eleições e, até lá, estaremos inundados de transgênicos. Lembramos ainda que a CTNBio se reúne no mesmo dia 28 para liberar a importação de transgênicos o que significa que está confiando na vitória nos tribunais.

O endereço da juíza Assuzete Dumont Reis Magalhães é o seguinte:
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Praça dos Tribunais Superiores
Setor de Autarquias Sul
Bloco A, sala 16
70095-900
Brasília DF

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