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Transgênicos - Organismos Geneticamente Modificados

FAPEMIG PROMOVE DEBATE SOBRE TRANSGÊNICOS

Portaria sobre rotulagem de transgênicos será concluída hoje

Desta vez, o inimaginável: NO IOGURTE!!!

TRANSGÊNICOS Barrados da prateleira

Coelha que brilha causa polêmica


FAPEMIG PROMOVE DEBATE SOBRE TRANSGÊNICOS
 
Já faz algum tempo que os alimentos transgênicos estão nas prateleiras dos supermercados, mas ainda hoje muitas pessoas não sabem exatamente o que são os transgênicos, quais os impactos na saúde do ser humano e no meio ambiente e como o Brasil se posiciona no contexto internacional.
Estas e outras questões serão discutidas no dia 27 de setembro, quarta-feira, às 18 horas, no auditório da FAPEMIG Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Rua Raul Pompéia, 101 12º andar São Pedro BH/MG), dentro da série Minas Faz Ciência Debate.
O Professor da Universidade Federal de Viçosa/MG, Sérgio Brommonschenkel fará a palestra sobre transgênicos. O ciclo de debates é promovido pela FAPEMIG e faz parte do projeto de divulgação científica para o público leigo desenvolvido pela Fundação. O objetivo é incentivar o debate sobre temas atuais e de importância na área de ciência e tecnologia, com a participação dos diversos setores da sociedade.
As palestras são gratuitas e abertas à  participação de todos os interessados e as inscrições podem ser feitas pelo telefone: (31) 280-2141 (Liliane ou Karina) ou pelo e-mail [email protected], informando apenas o nome e a profissão do participante. As vagas são limitadas à capacidade do auditório (70 lugares). Mais informações:
Assessoria de Comunicação Social/FAPEMIG Tel: (31) 280-2141 E-mail: [email protected] ou [email protected] 
 

Portaria sobre rotulagem de transgênicos será concluída hoje
 
Jaílton de Carvalho/Liana Verdini

BRASÍLIA, 21 (Agência O GLOBO) - Os ministros da Justiça, José Gregori, da Agricultura, Pratini de Moraes, e da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, se reúnem hoje, às 18 horas, para definir o texto final da portaria que fixa as regras para a rotulagem de produtos transgênicos. 
Ontem, o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alberto Duque Portugal, afirmou que só produtos com mais de 1% ou 5% (o percentual ainda não está definido) de transgênicos em sua composição ao final terão essa identificação especial.
O Globo-On, Plantão, 21/9/2000

Desta vez, o inimaginável: NO IOGURTE!!!
Cientistas brasileiros e franceses estão desenvolvendo lactobacilos transgênicos para obter imunidade à brucelose. Pesquisa quer usar iogurte como vacina
 

CLAUDIO ANGELO, ENVIADO ESPECIAL A ÁGUAS DE LINDÓIA

Uma pesquisa desenvolvida por cientistas do Brasil e da França poderá, em alguns anos, realizar um sonho de criança: tomar vacina no iogurte e não injeção.

Os pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e do Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da França estão usando lactobacilos para a produção de vacinas genéticas vivas. Resultados preliminares do trabalho foram apresentados ontem, durante o 46º Encontro da Sociedade Brasileira de Genética, em Águas de Lindóia (SP).

Os lactobacilos são bactérias responsáveis pela fermentação do leite. A idéia dos cientistas é usá-los como biorreatores ("usinas celulares") para a produção de proteínas. Eles modificaram o genoma de lactobacilos para que carreguem um gene da bactéria que causa a brucelose, doença do gado que também afeta seres humanos e que pode levar à morte.

Esse gene carrega as instruções para a produção de um antígeno, uma proteína "inimiga" que, ao ser reconhecida pelas células de defesa do corpo, estimula a resposta imunológica.

"A grande vantagem dos lactobacilos para produzir vacinas é o fato de eles serem inofensivos ao homem", disse o agrônomo Vasco Azevedo, da UFMG.

A maioria das linhagens de bactérias e vírus utilizadas hoje na pesquisa de vacinas genéticas carrega o risco de uma "recaída" ao estado selvagem.

Em contato com uma linhagem natural, bactérias como a salmonela (que causa infecção intestinal), usadas hoje como veículo para levar o gene da vacina para dentro da célula, poderiam deixar o paciente doente.

Além de vacina, os lactobacilos transgênicos poderiam ser usados como biorreatores para a produção de uma série de proteínas, como a lipase (que degrada gordura) e a lactase.

"Poderíamos fazer um coquetel de proteínas e dar aos pacientes no iogurte", disse Azevedo.

Os primeiros testes da vacina contra a brucelose, em camundongos, mostraram um grau de produção grande do antígeno. Mas Azevedo ressalta que o iogurte transgênico ainda deve demorar muito tempo para começar a ser testado em humanos. "Os testes em bovinos só começam daqui a um ano", afirmou.
Folha de São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2000 GENÉTICA

TRANSGÊNICOS Barrados da prateleira
 
Greenpeace divulga nomes de mais quatro produtos à base de soja ou milho geneticamente modificados e consumidos no país. 

A organização não-governamental ambientalista Greenpeace recolheu alguns produtos nas prateleiras dos supermercados brasileiros e enviou ao laboratório suíço Interlabor. E constatou que quatro deles contêm milho ou soja geneticamente modificados: sopão de galinha Knorr; sopa de galinha Pokemon, da Arisco; Ovomaltine Cereais e Fibras, da Novartis; e mistura para bolo de chocolate da Sadia. ''Os produtos genéticos oferecem riscos e são comprovadamente ilegais'', diz Mariana Paoli, coordenadora do Greenpeace.


Em junho, o Greenpeace e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) comprovaram por testes que outros 11 produtos eram feitos com milho ou soja que continham material transgênico. Os quatro novos integrantes da lista também são fabricados com dois vegetais modificados - a soja Roundup Ready, da Monsanto, e o milho BT 176, da Novartis. Esses alimentos são vendidos em todo o país. 
Em Brasília, a assistente administrativa Marília Carvalho Marques, 45 anos, não sabia que estava comprando produtos transgênicos. ''São aqueles produtos que dão câncer, né?'', indaga. Como ela, a maioria dos brasileiros não sabe o que são transgênicos. Mas, questionada, acha que eles devem ser identificados. ''Com letras bem grandes em vermelho'', diz a moradora do Cruzeiro Novo, que consome o sopão da Knorr e o massa de bolo da Sadia. 


Marília tem razão em reclamar. Primeiro, porque a venda no Brasil de alimentos com insumos transgênicos é ilegal: não atende às exigências previstas na Lei de Biossegurança (8974/95) e viola o Código de Defesa do Consumidor, que garante a clara informação da composição do produto no rótulo da embalagem. Segundo a Lei de Biossegurança, o plantio, importação e venda de transgênicos depende de um parecer técnico conclusivo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão que regulamenta a pesquisa científica na área de biotecnologia, e posterior autorização dos ministérios do Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura. Até hoje, nenhum destes produtos cumpriu estes trâmites.


Para piorar, nenhum dos produtos traz a informação no rótulo porque o governo brasileiro não obriga as empresas a informar a composição completa do produto. Desta forma, o consumidor está exposto à culinária transgênica. É importante observar que não existem pesquisas capazes de comprovar que os alimentos geneticamente alterados não trazem risco à saúde. 
O Correio procurou as quatro empresas denunciadas pelo Greenpeace. A assessoria da RBM, que representa as empresas Knorr e Arisco, afirma que não recebeu nenhum laudo oficial da OnG e que, por isso, não irá se manifestar. A gerente de garantia de qualidade de alimentos da Sadia, Ivone Delazari, avisa que a massa de bolo para chocolate não é produzida pela empresa, mas por uma licenciada. O vice-presidente da Novartis, Sheldon Jones, afirma que o Ovomaltine possui menos de 1% de matéria-prima geneticamente modificada. 


Já o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alberto Duque Portugal, informou ontem que portaria sobre rotulagem de alimentos transgênicos em discussão no governo federal deverá fixar o percentual de 5% para que determinado ingrediente ou alimento contenha na embalagem a informação de que é geneticamente alterado. Os alimentos que tiverem OGM (Organismos Geneticamente Modificados) em percentual inferior a 5% deverão ser excluídos da exigência de rótulo. Transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGMs) são produtos que contém material genético de bactérias, fungos e vegetais com objetivos diversos - como melhorar o valor nutritivo das plantas, amenização da ação do tempo no amadurecimento e conservação de alimentos, maior resistência às pragas e herbicidas. A soja e o milho trangênicos, por exemplo, contêm genes que os protegem contra ataques de pragas. 

 

Coelha que brilha causa polêmica
 
CHICAGO - No colo de Eduardo Kac, artista plástico nascido no Rio, mas que vive em Chicago, Alba parece uma coelha branca absolutamente normal.

Mas iluminada pela mesma luz usada em casas noturnas, todas as suas células - das patas, das vibrissas e dos olhos - emitem um estranho brilho esverdeado. Alba é um animal transgênico, que recebeu genes de uma água-viva fosforescente.

Ela é o resultado de uma encomenda polêmica, que vem motivando protesto de defensores dos direitos de animais e de cientistas. Kac encomendou-a a geneticistas franceses porque queria usar um animal transgênico numa performance, mas, à medida que sua existência se tornou conhecida, cresceram os protestos contra o uso de biotecnologia para uma exibição.Kac, que se defendeu num debate esta semana, diz que está apenas criando uma nova forma de arte, a arte transgênica.
 
O Estado de São Paulo. Sexta-feira, 22 de setembro de 2000

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