Transgênicos - Organismos Geneticamente Modificados
Governo aperta cerco à soja transgênica |
A presença de sementes transgênicas, flagrada dias atrás, em Vera Cruz, fez aumentar a vigilância no Oeste. Fiscais do Ministério da Agricultura estão intensificando a procura de sementes de soja geneticamente modificadas (transgênica), em todo o Estado, principalmente na região Oeste, onde já foi localizado um lote daquele material - no município de Vera Cruz do Oeste. Ontem, a Folha acompanhou inspeção feita no município de Cascavel, em empresas que comercializam sementes. Para haver comprovação as sementes precisam ser submetidas a testes em laboratório da Universidade Federal do Paraná (Curitiba). |
21/9/00, via clipping agrolink |
D.O. PUBLICA DOAÇÃO DE ARROZ E MILHO DO BRASIL À ANGOLA |
Brasília, 21 - O Diário Oficial publica hoje decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso autorizando a doação de alimentos à República de Angola. De acordo com o decreto, o Brasil fica autorizado a doar àquele País dez milhões de quilos de arroz em casca e cinco milhões de quilos de milho em grão, dos estoques públicos de alimentos. |
(Equipe AE/Broadcast) |
Resumindo, Greenpeace identificou ingredientes transgênicos em: |
- sopão de galinha da Knorr, - sopa de galinha Pokémon, da Arisco, - Ovomaltine Cereais e Fibras, da Novartis, e - mistura para bolo de chocolate da Sadia, que contêm soja transgênica Roundup Ready, da Monsanto, e/ou milho transgênico Bt 176, da Novartis. |
BIOTECNOLOGIA Produtos retirados de supermercado Greenpeace aponta quatro alimentos com transgênicos no comércio brasileiro |
Mais quatro produtos encontrados em supermercados brasileiros contêm ingredientes transgênicos. O resultado foi divulgado ontem pela organização Greenpeace, durante protesto no Supermercado Pão de Açúcar, em São Paulo. Os alimentos, retirados das prateleiras, foram lacrados com cadeados em um carrinho de compras e as chaves foram entregues à Vigilância Sanitária, juntamente com os laudos do laboratório suíço Interlabor Belp AG. Segundo a coordenadora da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace, Mariana Paoli, o laboratório identificou a presença de soja transgênica Roundup Ready, da Monsanto, e milho transgênico Bt 176, da Novartis, no sopão de galinha da Knorr, na sopa de galinha Pokémon, da Arisco, no Ovomaltine Cereais e Fibras, da Novartis, e na mistura para bolo de chocolate da Sadia. De acordo com a ativista, é a segunda vez que componentes transgênicos são encontrados em produtos fabricados pela Knorr. A sopa de milho verde da empresa já havia sido denunciada em junho, quando o Greenpeace e o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) divulgaram os resultados de testes que identificaram transgênicos em 11 produtos. A comercialização de alimentos com insumos transgênicos é ilegal no Brasil, já que não atende às exigências previstas na Lei de Biossegurança (lei número 8.974, de 1995) e também viola o Código de Defesa do Consumidor. A portaria sobre rotulagem de alimentos transgênicos em discussão no governo federal deverá fixar o percentual de 5% para que determinado ingrediente ou alimento contenha na embalagem a informação de que é geneticamente alterado. Os alimentos que tiverem percentual inferior deverão ser excluídos da exigência de rótulo. A informação é do presidente da Embrapa, Alberto Duque Portugal. O QUE DIZEM AS EMPRESAS - O gerente da Anaconda (grupo paulista que adquiriu recentemente a unidade de processamento de bolos da Sadia), Fernando Augusto Ribeiro de Souza, disse que a mistura analisada não tem adição de proteína de soja e de milho, utilizando apenas cacau, farinha de trigo e leite. Os ingredientes não contêm transgenia, garante. Mesmo assim, a empresa vai recolher os produtos do lote analisado que ainda estão no mercado, para futuros testes. Pediu a declaração dos fornecedores de que não há transgênicos em suas composições. - O diretor Internacional de Comunicações da Novartis, Sheldon Jones, afirmou que, há alguns meses, a empresa decidiu eliminar de seus produtos todos os ingredientes geneticamente modificados. Jones garante que os fornecedores da Novartis apresentam certificados de que seus grãos não contêm transgênicos. Assegurou ainda que não há motivo de preocupação para os consumidores. - A direção da Refinações Milho do Brasil, que controla as marcas Knorr e Arisco, ainda não recebeu oficialmente o laudo do laboratório suíço. Por isso, a assessoria do grupo informou que evitaria qualquer manifestação sobre as denúncias. |
Zero Hora, Porto Alegre, 21/9/00 |
O ministro da Agricultura quer rever o acordo agrícola do Mercosul e diz que o Brasil só deve comprar de quem comprar aqui |
Farpas à vista nas relações do Mercosul. Depois de adotar a postura conciliadora com o vizinho contrariado, o Brasil vai endurecer nos próximos meses nas negociações de produtos agrícolas como açúcar e frango. Nas palavras do próprio ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, o governo brasileiro vai tirar do bolso a velha tática do "toma lá dá cá".Não gosto de fazer ameaças. Mas posso assegurar que o Brasil não vai importar produtos argentinos se a Argentina não importar do Brasil", disse à DINHEIRO em seu gabinete. Se os argentinos voltarem a bater o pé, a ordem é explícita: rever todo o acordo agrícola do Mercosul. A nova postura nas mesas de negociação poderá ser respaldada por um projeto de lei que tramita no Congresso brasileiro e prevê a proibição de produtos argentinos que contêm açúcar. A idéia de Pratini de Moraes é estender a nova estratégia de negociações na área agrícola para outros parceiros comerciais como Canadá e Estados Unidos. "Só vamos comprar de quem nos der reciprocidade. Chega de concessões agrícolas para compensar concessões dadas à indústria." Conhecido por suas frases diretas e certeiras,</font><u> <font
face="Arial, Helvetica">Pratini de Moraes é ainda mais duro quando o problema é a febre aftosa, que atinge o gado do Rio Grande do Sul, onde nasceu e quer ser governador. Ele culpa a falta de controle da fiscalização do governo petista de Olívio Dutra pelo problema. "A culpa é do governo do Estado, que é o responsável pela vacinação".</u> A metralhadora de Pratini também dispara em direção aos transgênicos, alimentos geneticamente modificados.</font><u> <font
face="Arial, Helvetica">Diz que os transgênicos não são aprovados por causa do lobby de grandes fabricantes de agrotóxicos, e surpreende ao concluir: "Esse é um caso de polícia
A seguir, a entrevista:
PRATINI -</b> Eu não vi nenhum número comprovando isso até agora. Como os produtos transgênicos usam muito menos agroquímicos, as empresas fabricantes desses produtos - que vão perder esse mercado - estão patrocinando essa campanha (contra os transgênicos). Desse novo mercado de US$ 2,5 bilhões, cerca de US$ 1,2 bilhão pode ser perdido pelas empresas que patrocinam essas coisas. São interesses europeus, em geral. E tem muita gente no Brasil, de boa fé, que embarcou nessa canoa e virou agente desses interesses. O Brasil está a mercê de interesses supostamente ambientais, que não são. São, na verdade, interesses comerciais poderosos em jogo. A Monsanto, por exemplo, virou emblema desse negócio. Ela é parte disso. O que é preciso é detectar o impacto para o País e para a renda dos produtores. Na verdade, esse é um caso de polícia. Os interesses são muito grandes. Há também interesses ideológicos e políticos internos aqui também. <br> <br> |
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Estela Caparelli e Fernando Thompson |
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