Em 19/05/2000
O Globo, 19/5/2000 |
LONDRES. Uma
empresa européia admitiu ontem que vendeu sementes
normais de colza (tipo de couve) misturadas a sementes
geneticamente modificadas, sem conhecimento dos
compradores. As sementes foram vendidas para centenas de
agricultores na Suécia, na Grã-Bretanha, na França e
na Alemanha. Segundo a Advanta Seeds, a contaminação
foi casual. A plantação que deu origem às sementes ficava próxima de um campo de cultivo de colza transgênica, no Canadá. A empresa acredita que o pólen das plantas transgênicas tenha alcançado e fertilizado a plantação normal. A contaminação ocorreu em 1998. A esta altura, as sementes vendidas como 100% normais deram origem a plantações que se aproximam do período de colheita. Há risco de colheitas anteriores terem levado modificações genéticas. A semente da colza é usada para extração de óleo comestível. A Advanta Seeds - uma joint-venture do grupo anglo-sueco Astra Zeneca com a empresa holandesa Cosun - assegurou que o consumo do óleo, mesmo daquele feito com sementes misturadas, não representa risco de exposição a material genético modificado. O óleo não contém o DNA da planta. Isso, porém, também torna extremamente difícil, pelos métodos atuais, identificar produtos fabricados a partir de sementes transgênicas. A identificação de grãos e plantas transgênicas é mais simples. Bastam exames comuns de DNA. Mas na prática isso será quase impossível de se fazer com as sementes da Advanta. A carga mista foi usada para milhões de hectares de plantio. As plantas com alterações genéticas foram originadas desse carregamento. A empresa disse que o número de sementes modificadas no carregamento era pequeno. Na semana passada, o Departamento de Agricultura da Suécia informou que, num carregamento de 14 toneladas de sementes importadas do Canadá em 1999 pela empresa Svalof Weibull AB, 0,4% eram de sementes geneticamente alteradas. |
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