Transgênicos - Organismos Geneticamente Modificados
Transgênicos - Panorama Político |
Diana Fernandes A proposta da senadora Marina Silva (PT-AC) de proibir, por um período de três anos, o plantio e comercialização de alimentos contendo organismos geneticamente modificados começa a ganhar a adesão dos colegas. Lúcio Alcântara (PSDB-CE), com sua preocupação de médico, é um dos que apoiam o projeto, com o argumento de que o Brasil precisa conhecer mais sobre os transgênicos antes da liberalização. Apesar do lobby contrário dos ruralistas, a proposta de Marina tem mais chances de ser aprovada, entre tantas outras no Congresso, porque determina o período da proibição. E também porque não veda o cultivo experimental para instituições que tenham o Certificado de Qualidade em Biossegurança. |
Jornal "O Globo" de hoje |
Os transgênicos e a sociedade rural Para acabar com a fome é preciso distribuir a renda, já que a produção de alimentos cresce mais que a capacidade de absorção |
JOSÉ MARIA ALVES DA SILVA John Kenneth Galbraith , o grande economista norte-americano, chamou de opinião convencional as idéias que são reafirmadas pelo fato de serem convenientes para os grupos que as professam ou cultuam. Por constituírem uma espécie de "capital cultural" que é oneroso perder, as idéias convencionais, como disse
Galbraith, "são inerentemente conservadoras; não cedem facilmente ao ataque de outras idéias, somente ao assalto furioso das circunstâncias com as quais não podem lutar".
Cada vez mais surgem aqui e acolá resultados científicos que apontam para os perigos sanitários e ambientais dessas tecnologias. A marcha dos acontecimentos, portanto, não é muito favorável para as grandes corporações que investiram no desenvolvimento das tecnologias transgênicas. É de se esperar que elas usem todo o poder econômico que possuem para fazer lobby político e "persuadir" o meio científico a trabalhar a seu favor. Num país como o Brasil, em que a classe política é dominada pela cultura pecuniária, e as instituições públicas de pesquisa estão cada vez mais depauperadas, suas possibilidades de sucesso são muito grandes.
Os fatos mostram que a capacidade mundial de produção de alimentos tem crescido muito mais que a capacidade de absorvê-los, indicando que, para acabar com a fome, é preciso antes de tudo aumentar a capacidade de distribuição da renda. Sem aumentar a equidade econômica, sem efetivas medidas de combate à pobreza, o aumento da produção agrícola pode somente implicar aumento do desperdício alimentar que já ocorre em larga escala nos países subdesenvolvidos, fato que é prudentemente omitido nos discursos dos defensores dos transgênicos. Os governos também costumam se omitir sobre a questão do desperdício. É mais cômodo autorizar tecnologias de risco do que promover melhorias organizacionais. |
Folha de São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2000 OPINIÃO |
Transgênicos: biosegurança e cidadania |
Muita confusão e pouca informação tem chegado ao cidadão comum sobre os riscos ambientais e para a saúde associados aos alimentos transgênicos. A realidade é que a promessa da biotecnologia não se cumpriu na área de alimentos, uma vez que os produtos que hoje chegam ao mercado não trazem qualquer tipo de vantagem em qualidade para o consumidor e tampouco são mais baratos. Os possíveis benefícios ao produtor também são questionáveis, tendo em vista que não se alcança maior produtividade com plantas alteradas. Trata-se muito mais de uma corrida comercial. O interesse em recuperar rapidamente os investimentos de grandes corporações e de garantir mercados futuros de sementes faz com que esses produtos sejam empurrados goela abaixo de governos e da população, atropelando a legislação e a demanda de pesquisas que garantam a biosegurança, em relação à saúde e meio ambiente. |
Artigo publicado no Jornal do Sindicato dos Engengeiros: No. 151 do Jornal do Engenheiro, de 16 a 31 de Agosto de 2000. |
ESTE É O ÓTIMO EXEMPLO DO EMPREGO DAS MODERNAS BIOTECNOLOGIAS, USANDO A TÉCNICA DA CULTURA DE CÉLULAS, MAS SEM RECORRER À TRANSGENIA OU "ENGENHARIA" GENÉTICA: |
Veneno de cobra é feito em laboratório LONDRES - Cientistas do Instituto de Biofísica Teórica e Experimental, na Rússia, conseguiram cultivar em laboratório células de glândulas de cobras que produzem veneno e identificar quais as substâncias que influenciam sua produção. O feito permitirá que o veneno, usado em soro antiofídico e em remédios contra a asma, seja obtido sem o réptil. |
Jornal do Brasil. Segunda-feira, 18 de setembro de 2000 |
Entrevista Steven Druker A ONG que atormenta a FDA |
Por Mauro Zanatta* - De Brasília Steven Druk quer que sejam revistos os procedimentos de liberação dos transgênicos no mundo. |
Valor - Nº 97 - 17.09.2000 |
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