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Organismos Geneticamente Modificados - Transgênicos

 

Mensagens publicadas em 16/7/2000


Produtor investe na agroecologia. Consumidor valoriza mais os alimentos sem agrotóxicos, mesmo custando mais caro.

 

O desenvolvimento sustentável, sem o prejuízo do meio ambiente e da saúde do homem. Esta é a proposta dos agricultores que estão trabalhando com a agroecologia, uma reinvenção da horta caseira, em que é totalmente proibido o uso de agrotóxicos.

"Quanto mais natural, melhor'', afirma o presidente da Associação dos Produtores Agroecológicos de Blumenau, que congrega 13 agricultores, João Batista Correa.

Com o apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), que na semana passada promoveu um seminário sobre as técnicas de plantio natural em Blumenau, os agricultores estão abandonando, aos poucos, o plantio convencional para se dedicar a uma forma mais natural de produzir.

No entanto, o engenheiro agrônomo da Epagri, Euclides Schallenberger, diz que ainda há muita resistência porque, no início, a produção sem o uso de agrotóxico é mais demorada e tem que ser plantada em menor escala, o que temporariamente reduz os lucros do agricultor. Para exemplificar, o presidente da Associação Orgânica do Paraná, José Antonio Marfil, diz que 
na mesma área em que se colhe 100 caixas de tomates plantados de forma convencional, colhem-se apenas 20 caixas no método orgânico, o que torna o produto mais caro. Em um supermercado da cidade, a diferença do preço do quilo do tomate convencional para o orgânico chega a 322%.

Nas folhas ­ como couve, espinafre, agrião, rúcula, chicória, almeirão, alface, entre outras, a diferença do preço não é tão assustadora. O responsável pela compra de produtos hortifrutigranjeiros do Supermercado Angeloni, Pedro Pedroso, conta que toda semana aumenta o pedido de produtos sem agrotóxicos. Atualmente, o Angeloni vende cerca de 200 quilos de milho 
verde, 200 quilos de cenoura, 230 quilos de tomate e centenas de folhas sem agrotóxicos por semana. O supermercado Stoc começou a vender produtos orgânicos há dois meses.

O gerente comercial da área de perecíveis do Stoc, Márcio José de Souza, conta que faz pedido quase que diariamente e que está aumentando a procura por produtos naturais.

 
Porto Alegre, 16/7/2000 LILIANI BENTO AGÊNCIA RBS/BLUMENAU


Brasil desenvolve seus próprios transgênicos

 

BRASÍLIA. A comercialização de transgênicos no Brasil está longe de um consenso, mas a tecnologia desenvolvida no país é considerada uma das mais avançadas do mundo. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e universidades federais, como a de Brasília, se transformaram, nos últimos anos, em verdadeiras fábricas de transgênicos. Nesses centros estão sendo criadas plantas a partir de alterações genéticas, como o cacau resistente à praga da vassoura-de-bruxa e até plantas-vacinas contra doenças humanas.

Um dos projetos mais arrojados da Embrapa é a tentativa de criar uma alface para servir como vacina contra a leishmaniose humana e a brucelose bovina. A pesquisa, feita em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, inda está na fase inicial. O plano é introduzir na alface genes dos microorganismos causadores das doenças. Os cientistas querem que os genes 
determinem a produção de proteínas capazes de estimular uma reação protetora do organismo, criando defesas, como as vacinas convencionais.

Em associação com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Embrapa desenvolve soja e milho transgênicos capazes de produzir insulina e hormônio de crescimento humanos. A Embrapa faz testes com a soja e a Unicamp desenvolve a pesquisa com o milho. Os pesquisadores da Embrapa separaram os genes humanos responsáveis pela produção do hormônio de crescimento e da insulina e os introduziram em células de soja. Os primeiros resultados são satisfatórios.

- Vamos fazer uma avaliação para saber se é mais barato produzir hormônio de crescimento humano e insulina a partir da soja ou do milho - disse Elíbio Rech, um dos coordenadores de projetos de transgênicos da Embrapa.

A produção de insulina e hormônio a partir de vegetais é considerada importante para a saúde pública. A insulina é largamente utilizada por diabéticos e o hormônio de crescimento, além de combater o nanismo em casos especiais, é fundamental para reconstituição de pele com queimadura.

Mas a Embrapa não está só nessa área. O pioneirismo na produção de insulina humana a partir de um transgênico coube ao Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB). Em 94, o instituto, comandado por Spartaco Astolfe Filho, concluiu o processo de fabricação de insulina a partir de um gene humano inoculado numa bactéria.

O resultado do trabalho foi adquirido pela Biobrás. Mas até o momento a empresa, por motivos mercadológicos, ainda não iniciou a comercialização do produto. Até então, a insulina só poderia ser produzida a partir do pâncreas bovino.

- Nossos cientistas são muito bons. São reconhecidos no mundo inteiro. O que precisamos é de mais investimentos neste setor, fundamental para o desenvolvimento do país - afirma a diretora do Instituto de Biologia da UnB, Maria Sueli Felipe.

A Embrapa desenvolve ainda diversos tipos de soja, mamão, feijão, cacau, banana, eucalipto, café, entre outros, resistentes a herbicidas, vírus e insetos. Cada um destes projetos custa em média R$ 5 milhões.

 
Jailton de Carvalho  O Globo, 16/7/2000


Governo investirá na pesquisa de biotecnologia

 

BRASÍLIA. O Governo federal decidiu deixar claro que é favorável à produção 
de transgênicos. Uma semana depois da divulgação de uma nota assinada por 
seis ministros sobre o assunto, o vice-presidente Marco Maciel declarou que 
a exploração de produtos geneticamente modificados no Brasil é 
imprescindível para o desenvolvimento econômico do país. Em 2001, segundo 
Maciel, o Governo deverá aumentar em R$ 1 bilhão o orçamento do Ministério 
da Ciência e Tecnologia. Deste total, 20% serão destinados às universidades 
e parte financiará a pesquisa com transgênicos.

- Nós não podemos deixar de ocupar um nicho de mercado tão importante como 
este, como já estão fazendo vizinhos como a Argentina. Não podemos abrir 
mão dos transgênicos, que são o resultado de um avanço tecnológico - disse 
Maciel ao GLOBO.

Autor da Lei de Biossegurança, o vice-presidente acha que a engenharia 
genética pode ser uma das alternativas para aumentar a produtividade 
agrícola do Brasil.

A safra agrícola brasileira deste ano foi de 85 milhões de toneladas de 
grãos. Embora este seja um recorde nacional, Maciel acha que é pouco diante 
da produção de países como os Estados Unidos, que é, em média, de 600 
milhões de toneladas de grãos por ano.

Maciel é contra a liberação indiscriminada dos transgênicos. Segundo ele, 
os pedidos de importação, comércio, plantio ou experimentação devem ser 
analisados pelo Governo e pela sociedade:

- As autorizações para transgênicos devem ser examinadas com cautela. É bom 
que haja debate. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança tem sido o 
fórum adequado para a discussão.

O vice-presidente é favorável também às pesquisas sobre transgênicos feitas 
pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e por 
universidades públicas.

- No século XXI vai haver um grande desenvolvimento das ciências da vida, 
especialmente da biotecnologia. Não podemos ficar indiferentes a isso - 
disse Maciel. (J.C.)

 
Conheça prós e contras:

A falta de estudos conclusivos alimenta a polêmica sobre a chegada dos alimentos transgênicos à mesa do consumidor. Abaixo, prós e contras da nova tecnologia.

BENEFÍCIOS: Indústrias e cientistas dizem que os transgênicos reduzem o uso de agrotóxicos e aumentam a produtividade. Além disso, podem ser mais resistentes a mudanças climáticas e crescer mais depressa. Algumas variedades prometem suprir a carência de nutrientes.

RISCOS: Teme-se que transgênicos possam causar alergias e resistência a antibióticos (certas variedades de plantas ganharam genes de bactérias). Além disso, pesquisadores e ambientalistas dizem que a inclusão de genes novos numa espécie pode ter efeitos imprevisíveis. Outra crítica diz 
respeito ao risco de desequilíbrios ambientais trazidos pela introdução de plantas transgênicas na natureza.


Ministros alertam para riscos de transgênicos

 

PARIS - Os ministros do Meio Ambiente da União Européia (UE) reunidos em Paris manifestaram-se ontem contra a liberação de 15 produtos transgênicos. O encontro, que se encerra hoje, pretende estabelecer bases legais para proteger os consumidores de eventuais perigos sanitários provocados pelos produtos. "Todos os riscos à saúde ou ao meio ambiente precisam ser analisados minuciosamente", afirmou ontem a ministra Dominique Voynet, porta-voz do grupo. (DPA)

 
O Estado de São Paulo. Domingo, 16 de julho de 2000


Brasil devuelve maíz argentino 

 

Brasil anunció que devolverá las 38.000 toneladas de maíz transgénico(genéticamente modificado) que compró a la Argentina. Por el momento, la carga está estacionada en el puerto de Recife, estado de Pernambuco, en el nordeste brasileño. Pero el Ministerio de Agricultura de ese país ya
decidió devolverlo después de analizar unos 30 kilos de la carga en el Centro Nacional del Maíz y del Sorjo.
El maíz argentino fue comprado por 30 avicultores pernambucanos como alimento de aves y cerdos.

Las pruebas confirmaron las denuncias de la organización no gubernamental Greenpeace sobre la presencia de la proteína Cryl Ab,producida por un gen derivado del Bacillus Thuringiensis en granosexistentes en todas las muestras recogidas.
En ese momento, la denuncia de Greenpeace llevó a la Justicia a solicitar   la <b>prohibición de desembarcar el cargamento hasta que se llevasena cabo los análisis.
Greenpeace argumentó que apunta al menor uso de agroquímicos y de semillas patentadas por las empresas.

La traba sorprendió a los exportadores argentinos, que ya habíancolocado 800.000 toneladas de maíz en Brasil, donde nunca se habían adoptado restricciones por el hecho de que en la Argentina se utilicen maíces Bt. Incluso porque los Bt aprobados para la siembra están aceptados por la Unión Europea, que es donde hay más resistencia a los organismos genéticamente modificados.
Ahora los exportadores están desviando los barcos destinados a Brasil
para evitar el mismo problema.Con todo, la cuestión no se reflejó en el mercado porque el maíz
argentino tiene más de 50 países de destino. El problema es más seriopara los productores de aves y cerdos brasileños, que tendrán queapelar a granos forrajeros más caros. Los productores brasileños tienen dos alternativas: usar otros granos, o comprar maíz con certificado &quot;no GMO&quot;, que en la Argentina también se consigue.
Algunos exportadores están ofreciendo con buenos sobreprecios maíz con garantía de no transgénico para ciertos mercados, como los snacks europeos.

También podrían comprarlo en EE.UU., que está segregando estos materiales, pero en este caso tendrían que pagar, además de la prima, los derechos de importación del 13%, que corresponden a los productos de extra zona Mercosur.

En la Argentina también se sintió el impacto de la medida: es la primera vez que se frenan exportaciones locales por acciones contra los transgénicos

 
Domingo 25 de junio de 2000


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