Organismos Geneticamente Modificados - Transgênicos
06 de dezembro de 2000
Embrapa fortalecerá área de biotecnologia |
Luciana Cavalini - [email protected], de São Carlos 06 de Dezembro de 2000 - A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai fortalecer os estudos em biotecnologia para agilizar o desenvolvimento de produtos. Apesar da discussão em torno dos possíveis efeitos negativos dos produtos transgênicos, a instituição de pesquisa pertencente ao governo federal busca parcerias para desenvolver novas tecnologias com base no setor. Embora reconheça uma postura favorável da instituição aos transgênicos, o chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, ressalta que a biotecnologia moderna não se restringe a isso. 'A transgenia é apenas uma opção, mas há um conjunto enorme de tecnologias que podem ser geradas a partir das pesquisas e o Brasil não pode prescindir desses avanços', afirma. O pesquisador compara a polêmica em torno dos transgênicos com as
discussões originadas em relação à energia atômica. 'Mas na verdade as
pessoas estão percebendo a necessidade de questionar alguns usos, mas sem
rechaçar a tecnologia', diz. O chefe do departamento de pesquisa considera O engenheiro agrônomo Rodolfo Godoy Filho, chefe da Embrapa Pecuária Sudeste, instalada em São Carlos, ressalta que o desenvolvimento da biotecnologia deverá aumentar a velocidade das inovações. 'Com o mapeamento genético, será possível agilizar os resultados, barateando custos e tornando a pesquisa mais acessível', diz. Aplicação |
Gazeta Mercantil-DF, 6/12/2000 Agribusiness |
STJ aguarda parecer do Ministério Público sobre carga de milho transgênico |
O julgamento definitivo da reclamação ajuizada no Superior Tribunal de
Justiça em torno do desembarque, em Recife, de uma carga de 38 mil
toneladas de milho transgênico para uso como ração animal depende do retorno dos autos do processo do Ministério Público Federal, onde será
emitido um parecer sobre o caso. Tão logo a questão retorne ao STJ, o
relator da causa – ministro Francisco Falcão – preparará seu voto para que
os demais integrantes da Primeira Seção do Tribunal se manifestem sobre a
reclamação. A disputa judicial, no STJ, em torno do desembarque do lote de milho geneticamente modificado na capital pernambucana teve início em julho passado, durante o recesso das atividades forenses. Na oportunidade, a União ingressou com um conflito de competência formulado diante da existência de decisões conflitantes entre a justiça federal de Pernambuco (5ª Vara Federal) e do Distrito Federal (6ª Vara Federal) sobre a entrada da mercadoria em Recife. Ao analisar o conflito entre os dois órgãos federais, o presidente do STJ, ministro Paulo Costa Leite, reconheceu a divergência e designou, em 07 de julho passado, o juiz da 5ª Vara Federal de Pernambuco como o responsável pela “adoção das necessárias medidas no âmbito de sua jurisdição”. Tal entendimento resultou na liberação do ingresso daquela específica carga de grãos em território pernambucano. O posicionamento adotado pelo presidente do STJ acabou sendo reafirmado em
fins de agosto passado pelo ministro Francisco Falcão. O integrante da 1ª
Seção do Tribunal foi sorteado como o relator de uma reclamação proposta
pela União diante de nova decisão tomada pelo juiz da 6ª Vara Federal do
Distrito Federal a fim de impedir o desembarque da carga de milho transgênico em Recife. As duas decisões tomadas pelo ministro Francisco Falcão tiveram como objeto liminares apresentadas pela União nos autos da reclamação em curso no STJ. Os posicionamentos adotados, segundo o relator da causa, estão restritos ao desembarque, em Recife, e posterior comercialização da referida carga de material geneticamente modificado para utilização como ração animal. Os demais aspectos ligados ao ingresso de outros lotes de produtos transgênicos no País, assim como sua produção ou comercialização em território nacional, não foram objeto de apreciação pelo Superior Tribunal de Justiça. |
http://www.stj.gov.br/stj/noticias/consulta_noticias.asp
terça-feira, 5 de dezembro de 2000 |
Rio de Janeiro importa milho transgênico |
No final do mês de Novembro o navio Norsul desembarcou entre 2 e 3 mil
toneladas de milho transgênico (provavelmente milho Bt) no porto de Vitória
no Espírito Santo, comprados pela Buaiz Importadora e Exportadora Ltda.
Este desembarque foi feito com base na decisão do juiz José Maria Lucena,
do TFR da 5ª Região (que engloba o estado de Pernambuco), que permitiu o
desembarque de milho transgênico no porto de Ceará - PE no mês de julho
passado. Esta decisão criou um conflito de competência com o TRF de
Brasília e dele o governo aproveitou-se para favorecer a importação de
transgênicos em outros portos. Foi a última oportunidade para usar este
subterfúgio já que o conflito de autoridade foi dirimido nos últimos dias e
passa a prevalecer a decisão do TRF de Brasília impedindo o plantio,
comercialização e importação de transgênicos. Ou seja, por uma questão de dias esta importação seria ilegal. A importação de milho transgênico só pode destinar-se ao consumo animal e tem que submeter-se a rigorosas regras de transporte, armazenamento e manipulação. Em Pernambuco, embora tenham sido as indústrias de ração para frangos que tenham importado o milho transgênico, há fortes suspeitas de que parte do produto tenha acabado sendo utilizada em produção de farinha para consumo humano. Por outro lado, as entidades ambientalistas pernambucanas denunciaram a total falta de cuidado no transporte do milho transgênico sendo que foi impossível conseguir que se fiscalizasse a aplicação das regras de manejo dentro das indústrias. As 2 ou 3 mil toneladas de milho transgênico estão sendo transportadas
(sabe Deus com que cuidados) por centenas de caminhões em direção aos
municípios de Rio Claro, no sul fluminense e Petrópolis e São José do Rio
Preto, na região serrana. Os compradores são granjeiros, produtores de Apesar da posição da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) afirmar que não há riscos ao consumidor pela ingestão de carne de frango ou ovos de galinhas alimenados por produtos contendo transgênicos, a Campanha prefere acompanhar a opinião do diretor do Centro de Medicina Veterinária da Food and Drugs Administration dos Estados Unidos que acredita que "rações derivadas de plantas geticamente modificadas apresentam grandes preocupações para a segurança alimentar e animal". Segundo os especialistas deste organismo do governo americano "os riscos seriam ainda maiores que se consumissem diretamente os alimentos geneticamente modificados". A Campanha "Por Um Brasil Livre de Transgênicos" está examinando a possibilidade de impedir através de ação judicial o uso deste milho transgênico para ração. Caso isto não seja possível a Campanha apelará para o Governador Anthony Garotinho Matheus para conseguir que o estado exerça uma vigilância severa sobre as condições de manejo deste material. Lembramos que o milho é, de todas as plantas transgênicas, a mais suscetível de produzir contaminação ambiental caso haja disseminação de grãos na natureza. Finalmente, a Campanha fará uma mobilização dos consumidores para que boicotem os frangos destas empresas e exigirá que os supermercados informem claramente quais os frangos contendo transgênicos em suas gôndolas. Finalmente, a Campanha lembra o Governador e a Assembléia Legislativa da existência de um projeto de lei do deputado Carlos Minc, do Partido dos Trabalhadores, estabelecendo uma moratória para o plantio, comercialização e importação de produtos contendo transgênicos no Estado do Rio de Janeiro, à imagem dos estados de Santa Catarina e Pará e do município de Belo Horizonte. Esta lei deveria ser votada com urgência para livrar-nos desta ameaça à saúde e ao meio ambiente dos fluminenses. |
Jean Marc von der Weid Coordenador da Campanha "Por um Brasil Livre de Transgênicos" AS-PTA - Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa Rua da Candelária, 9 / 6º andar - Rio de Janeiro - RJ Telefone: (21) 253 8314 Fax: (21) 233 8363 E-mail: [email protected] |
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