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FAO alerta sobre resíduos de pesticidas

Curitiba – As grandes quantidades de resíduos químicos tóxicos de praguicidas inutilizados ou envelhecidos é motivo de preocupação para entidades como a FAO, que lançou ontem um alerta sobre a grave ameaça representada, tanto para as pessoas como para o meio ambiente. A organização destacou o problema principalmente nas regiões do leste da Europa, Ásia, Oriente Médio e América Latina.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), na América Latina e no Oriente Médio o volume de substâncias químicas envelhecidas procedentes de pesticidas chega a 10 mil toneladas.

Somente a Ucrânia tem 19,5 mil toneladas deste tipo de produto em mau estado, enquanto na Macedônia existem 10 mil, na Polônia 15 mil e na Moldávia 6,6 mil.

Na Ásia, os produtos contra pragas em má conservação chegam a 6 mil toneladas. Isso sem contar a China, país do qual a FAO não possui dados concretos mas onde, segundo se supõe, o "problema dos pestidas é conhecido".

A situação mais grave, segundo a organização, com sede em Roma, está África, onde o número de substâncias em 53 nações passa de 50 mil toneladas. "Países como Argélia, Camarões, Somália, Eritréia e Senegal estão muito preocupados com os graves e contínuos efeitos de suas reservas de defensivos agrícolas inutilizados", afirma o chefe do programa da FAO sobre Prevenção e Eliminação de Praguicidas Envelhecidos, Mark Davis. Ele insistiu na urgente necessidade de proporcionar ajuda aos países atingidos "para eliminar os pesticidas inutilizados e impedir a acumulação de resíduos químicos tóxicos".

O pesticidas envelhecidos são os restos que ficaram das campanhas de controle de pragas, que não foram retirados e que continuam armazenados contaminando o ambiente e colocando em risco a saúde das pessoas. Estima-se que a limpeza de uma tonelada deste tipo de resíduo custa cerca de US$ 3.500.

Brasil

O diretor do curso de Engenharia Ambiental da PUC-PR, Carlos Mello Garcias, pondera que no Brasil apesar da Lei nº 7.802, de 1989, que regula o uso de embalagens e armazenamento de praguicidas, o problema dos resíduos tóxicos ainda preocupa. "As embalagens têm de ser recolhidas e destruídas devidamente para que não ocorra reutilização nem a poluição do solo".

Estima-se que mais da metade dos agricultores brasileiros não sabe aplicar corretamente o produto, de acordo com o coordenador da ONG Vale Verde, André Miragaia. "No Vale do Paraíba, em São Paulo, onde atuamos, muitos estão intoxicados e doentes por causa destes produtos". Ele acredita que a FAO junto aos ministérios da Agricultura dos países mais afetados com os resíduos de pesticidas deveriam firmar compromissos para reverter esse problema.

fonte: Agência EFE por Keyse Caldeira

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