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Certificação francesa para o vitelo

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As fazendas onde ocorre a criação do vitelo do Pantanal já são visitadas por uma equipe da Ecocert do Brasil, empresa de origem francesa com escritório em Porto Alegre (RS), que certifica produtos orgânicos em mais de 50 países.

O programa de criação do vitelo, bezerro abatido com idade entre sete e 12 meses, pesando 180 quilos, foi lançado em agosto pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, Marcus Pratini de Moraes, na pousada Caimam, no município de Miranda. Agora, a Ecocert deverá certificar a qualidade da produção para que a carne chegue com a comprovação de rastreabilidade ao exigente mercado consumidor europeu. O presidente do Instituto Parque do Pantanal (IPI), Roberto Folley Coelho, disse que 400 animais serão abatidos já no próximo ano dentro de um projeto piloto. O IPI é uma entidade que reúne os produtores do vitelo com apoio técnico da Embrapa e do Ministério da Agricultura, que repassou R$ 180 mil para desenvolvimento inicial do programa durante seu lançamento em agosto.

A produção anual está estimada em 13 mil toneladas de carne. Por enquanto, 21 propriedades do Pantanal criam cada um 25 animais (no projeto piloto) para abate no próximo ano que servirá de teste, pois ainda não há mercado consumidor estabelecido o qual deve surgir com a certificação da Ecocert. Por enquanto, o IPI realiza churrascos para degustação em encontros, seminários e feiras. Um desses evento contou com a participação do ministro e do presidente. Todo o modelo de criação do Vitelo do Pantanal será definido a partir do projeto piloto, já em desenvolvimento nas 21 fazendas, e das orientações da empresa certificadora. Está claro aos produtores que o animal deverá ser criado sem uso de qualquer produto químico, tanto na alimentação como no tratamento sanitário, e isso inclui a substância ivermectina, o antiparasitário usado no umbigo dos bezerros.

Vantagens

O abate com até no máximo 12 meses de vida do animal resulta numa carne macia (menos músculos), com menos gordura e mais saborosa, afirma Coelho. De acordo com ele, o custo de produção não aumenta de forma significativa e os criadores ainda resolvem o problema da falta de pasto, o que ocorre quando o animal é criado por mais tempo, ou seja, até 36 meses, idade em que geralmente o animal e enviado ao batedouro. A expectativa, segundo já adiantou o ministro Pratini de Moraes, é que a carne tenha boa aceitação junto aos países europeus, principalmente França e Itália, e ainda possivelmente a Alemanha.

A criação de vitelo também foi associada a uma espécie de marca chamada Brazilian Beff, que por ter origem em sistema orgânico ganharia preferência de consumidores no mercado internacional, justamente por ser mais confiável em época do mal da vaca louca e febre aftosa, dois problemas registrados na Europa. Além se caracterizar como produto orgânico, o vitelo deverá ser produzido em harmonia com o meio ambiente que o rodeia, no caso a planície pantaneira habitat de tuiuiús, onças, capivaras e jacarés entre outros. A criação do gado será desenvolvida dentro do Parque Natural Regional do Pantanal, cuja implantação recebe apoio de organização não governamentais da França. A área de 5 milhões de hectares, ou 20% do Pantanal, reunirá as fazendas onde o bezerro será criado.


fonte: Gazeta Mercantil quinta-feira, 6 de Dezembro de 2001

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