A fazenda Rizoma Agro, dobrou a produção de grãos orgânicos e busca um modelo de produção com centenas de hectares, que some produtividade, lucro e preservação do meio ambiente.
Atualmente, investem na produção de milho e de soja para atender o mercado de criação de animais no sistema orgânico.
O fundador da empresa, Pedro Paulo Diniz, ao perceber a falta no mercado de grãos para alimentar galinhas que cria na Fazenda da Toca, optou por investir na Rizoma uma fornecedora para o criadouro.
Com uma colheita de 60 sacas de soja por hectare e 150 de milho de sequeiro, a empresa consegue ainda exportar o restante da safra que não vai para a Fazenda da Toca.
O que é agricultura regenerativa?
Diniz deu início à Rizoma em 2018, juntamente com seu sócio Fábio Sakamoto. Eles contam que a área escolhida para o empreendimento estava com a terra degradada e pouca matéria orgânica.
Por causa disso, eles tiveram que corrigir o solo usando calcário e gesso, produtos biológicos para trazer a biodiversidade de volta e adotar a rotação de culturas para reviver o solo.
Este processo se baseia no conceito da agricultura regenerativa que, segundo Sakamoto, “parte do princípio que não é suficiente você reduzir o dano e que nós estamos no momento que precisamos reverter o dano”.
Para obter uma melhoria dos indicadores, é preciso ter um solo com biodiversidade, a partir de insetos e microorganismos.
Para conseguir um ciclo equilibrado de biodiversidade, a empresa usa algumas técnicas, como manter o solo protegido por meio da palhada do milho.
“A diferença aqui é que, no sistema orgânico, toda essa biodiversidade auxiliar acaba fazendo com que a natureza trabalhe junto com a gente, no sentido de fazer com que haja um equilíbrio na produção. E a gente tem observado produtividades crescentes ao longo dos anos”, diz o diretor de operações da Rizoma, Fernando Tersi.
Quando aparecem enfermidades, a fazenda lida por meio de produtos de controle biológico, que usam, principalmente, fungos e bactérias para derrotar pragas e insetos que transmitem doenças. Atualmente, a empresa já produz esses insumos por conta.
Tecnologia como aliada
Se bem o custo de produção acaba sendo até 20% mais caro do que o modelo convencional explicam que o cultivo orgânico é comercializado por até o dobro do preço.
Para cortar gastos, a Rizoma tem investido em tecnologia. Um destes casos é a adoção de máquinas que capinam, no lugar de arrancar espécies invasoras uma a uma, como seria em uma produção menor.
Para manter esta lavoura saudável, um funcionário faz uma ronda investigando a quantidade de lagarta, registrando tudo no tablet para ver se precisa tratar da área.
Investindo em gado
Além dos testes com grãos, já existem ensaios com a pecuária na fazenda. Cerca de 200 cabeças de gado compartilham uma área divida em quatro sistemas.
Os animais participam de um sistema de revezamento com a agricultura. Depois da colheita do milho, metade do gado sai do primeiro sistema e vai pastar na área do plantio, junto com o capim, comendo sementes de plantas invasoras e adiantando o serviço para a próxima lavoura.
A criação de gado também regenera o meio ambiente, porque, quando o rebanho pasta, ele movimenta nutrientes escondidos na terra. Além disso, o esterco ajuda a aumentar a matéria orgânica no solo.
Meio ambiente gera lucro
Os sócios Pedro Diniz e Fábio Sakamoto já investiram mais de R$ 70 milhões para produzir em 1.200 hectares e para desenvolver mercado e tecnologia. Apesar de ainda não terem conseguido o retorno do valor, as operações geram lucro de 40% ao ano.
Agora, o plano é expandir, até 2022, a produção para mais de 6 mil hectares em Sao Paulo e Mato Grosso.
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Fonte: Rizoma AGro em 13-04-2021
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