Um curso de agroecologia, promovido pela Prefeitura, reuniu ontem, no sitio
escola, 30 produtores rurais de Maringá para experimentar, na prática,
métodos de controle de pragas naturais, especialmente na produção
de maracujás orgânicos. A agroecologia prega o uso e consumo
de produtos agrícolas cultivados sem o uso de agrotóxicos e
adubos químicos e envolve a sustentabilidade sob os aspectos econômico,
social e ambiental.
O objetivo do curso, segundo o diretor geral de agricultura e abastecimento,
Elson “Zumbi” Borges do Santos, é capacitar o agricultor
a dominar o método da agroecologia. Ele aprenderá a fazer defensivos
agrícolas naturais com produtos que encontra facilmente em sua propriedade,
como arruda, Santa Barbara, alho, álcool, urina, mel, sal e bicarbonato.
Os agricultores também aprendem a utilizar as espécies no equilíbrio
da propriedade e no combate às pragas.
Estas técnicas, que fazem parte do conhecimento popular, estão sendo testadas no sítio-escola, onde acontece o curso. Além de palestra e discussão sobre os problemas enfrentado pelos produtores, também foram ministradas duas oficinas, a de compos-tagem (produção de adubo) e de defensivos naturais. A escola foi reativada no primeiro ano da administração petista.
RECEPTIVIDADE
Ontem foi a quinta vez que o curso foi realizado, sempre reafirmando os conceitos
agroecoló-gicos, mudando apenas o produto abordado, que no caso foi
o maracujá. Zumbi conta que existe uma receptividade muito boa por
parte dos agricultores e produtores, mas existe resistência por ser
uma prática nova. “Estamos vencendo esta barreira mostrando como
funciona”, disse.
A intenção da administração é levar o debate da agoecologia também para os pais e alunos do município, através das escolas municipais. Maringá será um dos primeiros municípios a inserir produtos agroecológicos na merenda escolar. A aceitação do consumidor também é muito boa, a ponto de faltar produto. “Maringá tem a característica de ter uma parcela da população com senso crítico e poder de consumo”, avaliou.
Zumbi explicou que a filosofia defendida pela administração
do PT é tratar a agricultura como assunto de segurança alimentar
e isso depende de qualidade. “Essa qualidade da produção
e a relação social com os agricultores é o legado que
queremos construir para as gerações futuras”, concluiu.
Fábio Massalli
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