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Pecuaristas recebem informações sobre mercado orgânico

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Produtores reunidos no 1º Simpósio de Pecuária Orgânica, realizado no dia 24 de julho, na fazenda Rancharia, no Pantanal da Nhecolândia, tiveram acesso a informações relevantes sobre o mercado de produtos orgânicos, em especial da carne orgânica. Os dados foram apresentados pelo pesquisador André Steffens Moraes, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Cerca de 80 pessoas acompanharam a palestra, que mostrou a liderança mundial da Austrália em termos de área agrícola sob manejo orgânico, seguida pela Argentina e pelo Brasil. Em quarto e quinto lugares estão os Estados Unidos e a China.

No entanto, apesar de manter a maior área de produção, a Oceania tem apenas 1% dos produtores. A grande maioria deles (44%) está na África e é formada por pequenos produtores. Em todo o mundo, estimava-se, em 2007, a existência de 1,2 milhão de produtores orgânicos.

André Steffens disse ainda que quase dois terços da terra sob manejo orgânico são de pastagens. Isso corresponde a aproximadamente 20 milhões de hectares.

De acordo com o pesquisador, a produção de carne orgânica no Brasil e no mundo cresceu consideravelmente entre 2006 e 2007. Os principais mercados consumidores ainda são os chamados países ricos, que importam da Austrália, da Argentina, do Brasil e do Uruguai. "Esses países enxergaram a oportunidade de mercado, que vai continuar crescendo", afirmou.

Mas o consumo no mercado interno também tende a aumentar, de acordo com o pesquisador. A previsão é que cresça o número de produtores no país. "Em alguns países da Europa, a carne orgânica está deixando de ser um nicho de mercado, de ser vendida em butiques de carne ou lojas especializadas. Ela é encontrada facilmente em supermercados e está cada vez mais acessível", disse.

André afirmou ainda que no caso da produção orgânica, não é o produto que detém a tecnologia, mas o processo de produção. Daí a importância da certificação porque apenas visualizando o boi ou a carne, não é possível saber se ele é orgânico ou não.

O pesquisador disse ainda que a crise econômica mundial afetou o mercado de orgânicos, reduzindo o poder aquisitivo dos consumidores e o volume de investimentos de produtores no sistema, mas o mercado vai continuar apresentando taxas de crescimento positivas nos próximos anos.

Evento

O Simpósio de Pecuária Orgânica foi prejudicado pelo mau tempo no fim de semana no Pantanal. Temperaturas próximas a 6ºC, céu nublado, ventania e chuva impediram a chegada do governador André Puccinelli e do palestrante Márcio Buainain, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Eles iriam de avião até a fazenda Rancharia, onde também aconteceu, no sábado, a 4ª Cavalgada do Pantanal.

O simpósio foi aberto pelo presidente da ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica), Leonardo de Barros. Ele disse que o objetivo da cavalgada seria reverenciar a cultura pantaneira, responsável, em grande parte, pela conservação de 85% da vegetação original do ecossistema.

Esses dados foram apresentados por cinco ONGs (Organizações não Governamentais), que fizeram um estudo do desmatamento na região, com a consultoria técnica da Embrapa Pantanal. Leonardo lembrou ainda que a pecuária está presente no Pantanal há mais de 200 anos, sem agredir o meio ambiente.

Ele afirmou ainda que 18 propriedades pantaneiras já estão certificadas para a pecuária orgânica, um projeto que começou em 2002. Para o presidente da ABPO, o associativismo dos produtores voltado à gestão comercial, foi fundamental para o sucesso do projeto. "A união garante escala e poder de negociação na cadeia mercadológica", afirmou.

Leonardo disse que outro fator importante é a padronização da carne, que deixou de ser uma vantagem competitiva e se tornou um "dever de casa". Em seguida, ele falou das alianças estratégicas do projeto, incluindo o frigorífico JBS Friboi, a Embrapa Pantanal, a WWF-Brasil, a Real H e a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), além de ONGs que reúnem produtores pantaneiros.

O chefe geral da Embrapa Pantanal, José Aníbal Comastri Filho, também afirmou que a cultura pantaneira ajudou a salvar o Pantanal da degradação. Lembrou que a empresa de pesquisa está inserida na cadeia produtiva da carne porque busca r estados e mais de 15 mil famílias. O grupo exporta 300 produtos para mais de 15 países.

Edição: Graça Adjuto
ímica, é tudo orgânico mesmo"

depois de lavados, os tomates, as beringelas, o milho e o maxixe são colocados na bandeja. Em seguida, são pesados e recebem etiqueta com data da colheita e certificado de origem. Essa é a função da dona aparecida.

"Esse que tem buraquinhos a gente vai separando e os que estão bons a gente embala", explica a trabalhadora rural Aparecida Silveira Moreira.

Francine é professora da rede estadual de ensino. Nas horas vagas, vem ajudar o marido na colheita de milho. Além da família, Joilson conta com a ajuda de oito funcionários. Só assim é possível manter a produção da horta orgânica. Todo o esforço é recompensado na hora da venda. Os negócios vão tão bem que os planos são de triplicar a area de produção.

"Nos precisamos aumentar em 200 % nossa produção para poderá atender ao mercado, o consumidor esta começando a se conscientizar sobre um produto sem agrotóxico e que não agride o meio ambiente. Nosso estado esta valorizando, então temos como produzir em grande escala", afirma Joilson.

Produção farta. Satisfação no bolso e no rosto. É são as voltas do mundo. Quem diria que o médico veterinário descobriria a realização profissional no caminho da roça

Fonte: Redação MS Record em 30 de julho de 2009

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