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Programa ensina técnica de agroecologia a pequenos produtores

 

Brasília - Agrônomo senegalês Aly Ndiaye participa da apresentação de resultados do projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável em aldeias indígenas e áreas de sem-terra e quilombolas

 

Brasília - Os primeiros resultados da Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais) foram apresentados hoje (26), em Brasília, pelos parceiros do projeto: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Fundação Banco do Brasil e Ministério da Integração Nacional. O Pais, implantado há dois anos, conta com a participação de 1.003 famílias rurais em 36 municípios de doze estados, além de gerar renda com o excedente da produção e melhorar a economia local.

 

Com o projeto, os agricultores estão deixando a dependência dos insumos agrícolas e agrotóxicos, e ingressando no mercado do alimento orgânico. São mais de quatro mil pequenos agricultores beneficiados. Nas pequenas propriedades são criados ou produzidos: peixes, tomate, cebola, cenoura, beterraba, pimentão, alho, coentro e mantidas pequenas criações, como porcos, gado e galinhas.

 

Para serem atendidas pelo projeto, as famílias têm de estar nos programas de assentamentos de reforma agrária e em comunidades rurais ou quilombolas. Precisam, ainda, viver em área com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e ter baixa renda. E mais: o agricultor tem que ter uma área mínima de cinco mil metros quadrados (o equivalente a cinco campos de futebol) com acesso a água para irrigação.

 

Selecionadas as famílias, os beneficiados recebem treinamento para conhecer a nova técnica de cultivo. Oitenta consultores foram capacitados para disseminar a tecnologia, sob a direção do agrônomo senegalês Aly Ndiaye, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os beneficiados recebem kits que vêm com ferramentas de irrigação, variedades de sementes de hortaliças e verduras, calcário, tela e pregos para montar galinheiros, algumas galinhas e bicos gotejadores.

 

A implantação do kit (custa R$ 3,6 mil e é cedido em regime de comodato por um ano) é a primeira etapa do Pais, aonde o agricultor monta seu próprio projeto de produção. O plantio de hortaliças, por exemplo, é feito em formato circular: aproveita melhor o espaço, facilita a visualização da produção e ajuda no controle de pragas num sistema que não usa agrotóxico. O fertilizante vem da própria criação de galinhas, cujos dejetos são usados como adubo orgânico.

 

"O foco é a auto-sustentabilidade. As comunidades conseguem produzir sem trazer insumos de fora, ao contrário do que ocorre em muitos projetos de agricultura vistos no país", sublinha Aly Ndiaye. Na segunda etapa do Pais, o governo federal apóia as famílias na comercialização dos produtos. Os agricultores interessados devem procurar o Sebrae ou a Fundação Banco do Brasil.


Fonte:Agência Brasil por José Carlos Mattedi por 26 de Fevereiro de 2007 - 21h31

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