Roma, 3 mai (EFE).- A agricultura orgânica é praticada com fins comerciais em 120 países, nos quais ocupa cerca de 31 milhões de hectares, e no ano passado movimentou um mercado de US$ 40 bilhões, segundo um relatório publicado hoje pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
A agricultura orgânica evita o uso de adubos sintéticos, pesticidas e organismos modificados geneticamente, e reduz a níveis mínimos a poluição do ar, do solo e da água.
Este tipo de plantação não é somente um fenômeno dos países desenvolvidos, e algumas projeções sugerem que a agricultura orgânica "tem o potencial" de cobrir a demanda mundial de alimentos, assim como a do tipo tradicional faz hoje, mas com "um impacto menor sobre o meio ambiente".
A FAO dedica a partir de hoje, até sábado, uma conferência internacional à agricultura orgânica e apresentou um relatório sobre seu papel na segurança alimentar, no qual se identificam as vantagens e os inconvenientes destas plantações.
O traço principal da agricultura orgânica é que se baseia em recursos produtivos presentes em nível local e não dependem de combustíveis fósseis. Além disso, por trabalhar com processos naturais, aumenta a rentabilidade e a resistência dos ecossistemas agrícolas às condições meteorológicas adversas.
A agricultura orgânica também rompe "o círculo vicioso" do endividamento para conseguir insumos agrícolas, o que levou a um "aumento alarmante no número de suicídios de camponeses", acrescenta o documento.
E, ao tramitar a biodiversidade no tempo - rotação de cultivos - e no espaço - cultivos mistos -, os agricultores orgânicos usam seu trabalho e os serviços ambientais para aumentar a produção de uma forma sustentável.
No entanto, para que um camponês passe a praticar a agricultura orgânica, são necessários conhecimentos agroecológicos e disponibilidade de mão-de-obra, o que "não é fácil" em países onde a população foi dizimada pela aids.
A FAO pede aos Governos que dediquem recursos à agricultura orgânica e a incluam em suas estratégias nacionais de desenvolvimento e redução da pobreza. EFE
Fonte: Agencia EFE em 03/05/2007 - 14h44m
Leia Mais: