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Governo quer duplicar área da agricultura biológica

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Em 2015 a agricultura biológica ocupava 239.864 hectares em todo o país (dados oficiais mais recentes). O objetivo do Governo é conseguir atingir o dobro desta área ao longo dos próximos dez anos

agricultura-biológicaO Govoverno anunciou hoje que quer duplicar a área de agricultura biológica, que em 2015 ocupava 239.864 hectares em todo o país (dados oficiais mais recentes). O objetivo é conseguir atingir essa meta ao longo dos próximos dez anos.

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, garante que “há um interesse crescente neste tipo de produtos por parte dos consumidores, devido não só às suas características, mas também ao facto de se tratar de um modo de produção ambientalmente sustentável”.

Na apresentação pública da Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica, o ministro disse ainda que “é cada vez mais importante estimular o consumo de hortofrutícolas e temos plena consciência de que, através da produção biológica e da sua mensagem, esta é também uma via para melhorar os hábitos alimentares da nossa população, tornando-os mais saudáveis”. E comprometeu-se ainda a introduzir produtos biológicos nas ementas escolares.

DUPLICAR O CONSUMO EM DEZ ANOS

A ambição do Governo é que o consumo deste tipo de produtos possa aumentar 50% no espaço de uma década. Para ajudar à difusão de informação sobre o tema, será também criado um Portal “BIO”, essencialmente orientado para promoção da inovação e toda a informação técnico-científica associada.

O ministro disse ainda que “o interesse nestes produtos por parte dos consumidores tem vindo a transformar a produção biológica numa área de negócio cada vez mais relevante do ponto de vista económico”. No entanto, não são adiantados números que comprovem a dimensão do negócio em Portugal.

Em termos de culturas biológicas, os dados que o ministério de Capoulas Santos apurou apontam para um largo domínio das pastagens (que representam 90% do total da área identificada). Segue-se o olival, com 9% e as culturas forrageiras, com 8,1%. Depois aparecem os frutos secos, vinha, hortícolas e plantas aromáticas, mas com uma expressão muito reduzida face ao total.

ALENTEJO E BEIRA INTERIOR LIDERAM

No mesmo documento que faz o levantamento do sector, as regiões do Alentejo e da Beira Interior, no ano de 2015, continuavam a ser as que tinham maior peso na superfície em agricultura biológica (63,8% e 18,6%, respetivamente). A região da Beira Interior surge como a que detém maior peso da área em produção biológica face ao total da área agrícola utilizada - cerca de 13,2%, seguida do Alentejo com 7,8%.

“A superfície cultivada com pastagens, culturas forrageiras, culturas arvenses, pousio e olival têm a sua maior representatividade na ocupação cultural das explorações em agricultura biológica do Alentejo”, pode ler-se no mesmo documento hoje apresentado por Capoulas Santos. Já a fruticultura, tem a sua maior expressão na ocupação cultural das explorações em agricultura biológica da Beira Interior e do Alentejo. Quanto aos produtos hortícolas, volta a ser o Alentejo que domina, sendo que é Trás-os-Montes que se destacam as explorações de frutos secos.

Quanto à atração de pessoas para o sector, os números indicam que estamos perante uma tendência crescente: 234 produtores registados em 1994 contra quase 4000 em 2015. O segmento que mais gente ocupa é claramente o do olival, com 1708 produtores identificados.

Fonte: Expresso Sapo em 29.03.2017 por Vitor Andrade

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