Empresa de Londrina dobra exportação de soja orgânic
Há dez anos abastecendo grandes indústrias alimentícias
da Europa e da Ásia, a empresa de Londrina GaMa pretende duplicar as
vendas externas este ano. No ano passado, a empresa vendeu 1,7 mil toneladas
de soja orgânica no mercado
internacional e, para 2003, a previsão é exportar 3,8 mil toneladas.
A GaMa, com escritório de administração e comércio exterior em Londrina e unidade de beneficiamento industrial em Ponta Grossa, exporta 80% da sua produção de soja orgânica para consumo humano. A empresa comercializa outros produtos orgânicos como feijão, farinha de centeio, arroz polido e integral, milho pipoca e amendoim cavalo.
De acordo com o diretor de marketing Leonardo Nasser Gardemann, a GaMa aposta firme no mercado de produtos orgânicos, que cresce 20% ao ano. Este ano, o mercado mundial de orgânicos deve movimentar US$ 25 bilhões, segundo dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Brasil movimenta cerca de US$ 200 milhões.
A alta qualidade da soja convencional não modificada produzida pela
GaMa é resultado do Programa de Identidade Preservada (IP), que estabelece
normas para o processo de controle do produto em todas as fases, desde a semeadura
até a exposição no ponto de venda com os testes finais
de transgênico, realizados em laboratórios nos Estados Unidos.
A GaMa trabalha atualmente com 30 produtores de soja convencional e 300 pequenos produtores de orgânicos, cujas lavouras estão nos três estados do Sul. As bases de assistência técnica estão localizadas em Capanema (PR) e Tenente Portela (RS). "Nós contratamos produtores-parceiros, para os quais oferecemos know-how e certificação orgânica por meio de cursos e seminários, com o objetivo de adequá-los aos padrões internacionais da agricultura orgânica", explica o diretor da empresa londrinense.
A empresa possui três divisões: a de agronegócios, que mantém o Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável; a divisão de alimentos, que congrega as marcas GaMa Alimentos (alimentos de soja), Brasil Organics (alimentos orgânicos) e GaMa Food Ingredients (linha específica de ingredientes à base de soja); e a divisão saúde com o laboratório Herborisa, que produz suplementos alimentares e fitoterápicos.
Segundo Gardemann, o processo de conversão da terra leva três
anos e a GaMa certifica todos os processos. Além da assistência
técnica, é oferecido treinamento para uma série de exigências
e especificações, que começam com o
plantio dos grãos e a escolha das sementes. "Os produtores que entregam
os grãos com a riqueza e grau de pureza que exigimos recebem 30% a mais
do valor da soja cotada na Bolsa de Chicago", conta o diretor de marketing.
"A produção orgânica não gera apenas um estilo de agricultura sustentável, mas produz o desenvolvimento que começa na melhoria da qualidade biológica dos alimentos, protege o meio ambiente e desenvolve as condições sócio-econômicas das comunidades que a praticam", completa Gardemann.
fonte: Gazeta do Povo em 7/07/03 por Mirian Gasparin
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