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Projeto Dom Távora capacita agricultores para o cultivo de arroz orgânico

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O objetivo é atender a demanda do grupo de pequenos agricultores ligados ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Participaram da oficina, agricultores de Ilha das Flores, Brejo Grande, Neópolis e Pacatuba

O Projeto Dom Távora está capacitando agricultores para o cultivo de arroz orgânico. Nos dias 18 e 19, mais um passo foi dado através da oficina de “Produção de Orgânicos”, realizada no centro de pesca da Codevasf, no povoado Betume, em Neópolis. O objetivo é atender a demanda do grupo de pequenos agricultores ligados ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), beneficiados com recursos financeiros do Projeto Dom Távora. Participaram da oficina, agricultores de Ilha das Flores, Brejo Grande, Neópolis e Pacatuba.

A oficina foi ministrada pelo engenheiro agrônomo e mestre em rizicultura orgânica, Edson Cardore, da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da região de Porto Alegre, que é ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul.

Na ocasião, Edson Cardore relacionou três vantagens fundamentais, para a transição do cultivo convencional para o orgânico. “A produção de arroz orgânico vem de uma agricultura da vida, que tem vantagens para as famílias e para a sociedade do ponto de vista do cuidado com a saúde das pessoas, da preservação do meio ambiente e do baixo custo. Assim, existe um equívoco de pensar que a produção orgânica tem maior custo de produção em relação ao convencional. O custo da produção convencional é bem maior porque se utiliza de pesticidas e fungicidas desde suas sementes até o processo de polimento e embalagem do grão. Além de o custo ser menor, o produto final do orgânico é o diferencial porque é um produto sem veneno, sem agrotóxico. Ou seja, não se pode medir só do ponto de vista econômico, porque o orgânico deixa uma série de benefícios para a sociedade e para o meio ambiente”, explica o agrônomo.

Ele exemplificou, ainda, que o cultivo do arroz utiliza grande quantidade de água. “Na produção orgânica essa água é devolvida para a natureza com qualidade. Já no convencional, a água é devolvida com grande quantidade de veneno poluído ao rio São Francisco”, frisou.

Parcerias

O representante do Projeto Dom Távora, Manoel Messias, que coordena as demandas de capacitação do projeto, disse que como se trata de uma iniciativa pioneira e não existe uma expertise no cultivo de arroz orgânico em Sergipe, a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), por meio do Dom Távora, articulou uma parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros, MPA e o Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH) para viabilizar a presença de um técnico com experiência em cultivo agro ecológico.

Refaela Alves, da direção nacional do MPA, destacou que uma das principais tarefas dos camponeses organizados no movimento é produzir alimentos saudáveis para a sociedade. Ela contou que no diálogo com o Projeto Dom Távora, a no baixo São Francisco, derivou a oportunidade de experimentar o modelo de produção que não degrada a terra, não mata a vida, não polui os rios. “É ainda uma experiência pequena, com poucos agricultores, mas que pode ser exemplo para outras localidades”, frisou.

Já o pesquisador do Núcleo de Ecologia da Embrapa Tabuleiro Costeiros, Fernando Curado, ratificou que não existe um sistema de produção agroecológico definido para o arroz do Baixo São Francisco. “É um processo em construção. Estamos recebendo a presença do Edson Cadori que é técnico e vem falar da experiência dele lá no Rio Grande do Sul, exatamente para bebermos dessa fonte e junto com os camponeses caminharmos no sentido da conformação de um modelo de produção local”, relatou.

Experiências

Já existem algumas experiências de cultivo de orgânico organizada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores, uma delas é a de Valmir dos Santos que há 20 anos planta arroz convencional. Nos últimos dois anos, ele vem reservando uma tarefa para a experiência com orgânico. Cauteloso Valmir diz que seu arroz não é 100% orgânico. “Estamos no processo de transição do convencional para o orgânico, porém o manejo é o mesmo. A diferença básica está em não usar agrotóxico. Usamos defensivos naturais feitos com uma combinação entre mel do fumo, álcool e folhas de Nim. Pretendemos colher, ainda este mês, 3 mil quilos de arroz desse arroz sem agrotóxico, revelou satisfeito.

Fonte:Agencia Sergipe de Notícias em 19 de Janeiro de 2018

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