Anderson Vasconcelos
Para atender a demanda das grandes empresas fabricantes de cosméticos do país, a Crodamazon, indústria de óleos vegetais, projeta um aumento entre 10% e 12% em sua produção industrial nos meses de setembro e outubro, em comparação ao mesmo bimestre de 2005. Com a alta, a empresa espera superar em 30% o volume de produção do ano passado.
De acordo com o gerente de operações da indústria amazonense, George Dantas, os meses nove e dez do ano são considerados o período de pico da produção. “Essa antecipação deve-se ao fato de que a indústria de cosméticos também adianta a fabricação de seus produtos nos meses de outubro e novembro, com vistas a atender a demanda por cosméticos no fim do ano, período em que há maior procura pelos itens de higiene e beleza”, afirma.
Conforme Dantas, a expectativa é que o faturamento da empresa cresça entre 30% e 40% no último trimestre do ano, no paralelo com os três últimos meses do ano anterior. “A meta é manter a média de crescimento registrado no mês de julho de 2006”, informa.
Para 2007, o objetivo da indústria é incrementar a produção de óleos em 50%, ante o desempenho deste ano. “Ainda estamos pensando as estratégias a serem utilizadas e o valor do investimento total para atingirmos essa meta”, antecipa o gerente de operações.
Matéria prima
A Crodamazon processa cerca de 500 toneladas de matéria-prima por ano, disse a gerente de negócios da indústria, Vânia Maria Pacchioni. “Nesse ano, planejamos processar entre 80 e 120 toneladas a mais”, conta a gerente, acrescentando que os insumos mais utilizados são os frutos maracujá, castanha, cupuaçu e babaçu. “Esses são os óleos mais vendidos”, completou.
Polpas, amêndoas e sementes de buriti, café, cacau e pequi, bem como óleo bruto de andiroba e murumuru também são utilizados como insumos para a fabricação de óleos vegetais. Conforme George Dantas, toda a matéria-prima é comprada de fornecedores da Amazônia, sobretudo do Amazonas.
George explica que o produto final da empresa é utilizado na fabricação de sabonetes, cremes, xampus, produtos para barbear, batons, sabonetes, entre outros.
Mercado nacional compra 60% do produto
De acordo com o gerente, 60% da produção é destinado ao mercado nacional e o restante é exportado para América do Norte e Europa. “Mas, estamos fazendo um trabalho de divulgação dos produtos no mercado internacional e buscando novas parcerias para podermos inverter esse quadro”, completa.
Para Vânia, o diferencial dos produtos são as substâncias naturais e exóticas. “Por isso acreditamos na crescente aceitação do produto pelos mercados externos, principalmente na Europa, onde há procura por produtos orgânicos e ecológicos, sem perder de vista a valorização da sustentabilidade”, disse.
Empregos diretos
Embora possua um quadro pequeno de funcionários diretos, 12 no total, a Crodamazon -indústria do grupo internacional Croda, cuja sede é em Londres-, dispõe de uma assessoria de engenheiros e técnicos florestais, pesquisadores e professores que auxiliam no desenvolvimento dos produtos. “Estamos investindo bastante não só na contratação de mais profissionais e cientistas, como também em melhorias nas fábricas”, antecipou Vânia.
Há cinco anos no mercado local, a empresa possui certificação orgânica pelo IBD (Instituto Biodinâmico Nacional), selo agrícola pela SAN (Rede de Agricultura Sustentável, em inglês), certificação FSC (Conselho de Manejo Florestal, em inglês), além da ISO 9001, referente ao sistema de gestão de qualidade, e a 14001, relacionada à sistema de gestão ambiental.
Magama prevê gastos com tecnologia
Há 11 anos no mercado local, a Magama Industrial Ltda, fabricante de óleo vegetal graxo, essencial e extrato vegetal, apesar de não incrementar a produção para o fim de ano, projeta investimentos em tecnologias de derivação de óleo em 2007.
Para o proprietário da empresa, Daniel Israel do Amaral, a demanda de fim de ano deve se manter estável. “Acredito num desempenho linear no último trimestre do ano, em comparação ao mesmo período de 2005. Mesmo porque esse crescimento varia conforme as negociações feitas pelas empresas que operam neste setor”, afirma.
Novos itens
De acordo com Daniel, o crescimento na procura pelos produtos da empresa deve acontecer nos próximos dois anos, período em que a Magama vai investir em novas tecnologias. “No próximo biênio pretendemos dobrar a produção, em função do desenvolvimento de novos itens. Já estamos trabalhando na criação de derivados de óleos graxos, mas ainda não é possível informar quanto será investido”, disse Israel.
Amazonas é principal fornecedor
Atualmente, a empresa trabalha com 20 espécies vegetais nas três linhas de produtos que oferece. Polpas, sementes e amêndoas de cupuaçu, andiroba, tucumã, buriti, babaçu, murumuru são os insumos utilizados na produção dos óleos graxos. Já os óleos essenciais são fabricados a partir de galhos de madeira, como o louro-rosa e a preciosa, explica Amaral. Os extratos vegetais, por sua vez, são desenvolvidos com os frutos guaraná, camu camu, cupuaçu, açaí e buriti.
Conforme o proprietário, 100% da matéria-prima usada na fabricação de óleos e extratos é fornecida por produtores do Estado. Daniel informou ainda que 98% dos produtos são consumidos pelo mercado nacional, principalmente pela região Sudeste, e o restante demandado por empresas locais. “Os óleos servem como aditivos para cosméticos, como hidratantes e sabonetes, por exemplo”, acrescenta.
Localizada na rua Guiana Francesa, 75, Mauazinho, a Magama emprega cerca de 20 funcionários e tem capacidade para produzir, segundo Amaral, cinco toneladas de extratos e duas toneladas de óleo graxo por dia, além de dez quilos de óleo essencial, no mesmo período de tempo. “Esse último tem valor agregado mais alto”, finaliza.
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