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Cohidro estimula consumo de produtos orgânicos entre funcionários

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“Casa de ferreiro, espeto de pau” é um ditado popular que não pode ser associado à Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Principal incentivadora da redução do uso de agrotóxicos nas lavouras, a empresa tem estimulado o consumo da alimentação orgânica entre os funcionários. Utilizando uma comanda com 46 tipos diferentes de produtos e preços, os servidores, familiares e até amigos fazem seus pedidos e aguardam ansiosos pela entrega dos produtos. No dia marcado, o agricultor Delfino Batista com seus produtos agrícolas do perímetro irrigado Piauí, em Lagarto, até a sede da empresa, na capital.

Delfino chega à Cohidro carregado de alimentos recém-colhidos e cultivados sem a utilização de agrotóxicos. São produtos como milho, coentro, banana, mamão, maracujá, cebolinha, repolho, espinafre, brócolis, tomate, e outras variedades. Funcionária e estagiários da Gerência de Desenvolvimento Agropecuário (Gedea) ficam responsáveis por selecionar os produtos de cada comanda e recolher o pagamento, que depois é repassado ao agricultor.

Evandro de Santana, gerente da Divisão de Compras, aplaude a iniciativa e destaca os malefícios do consumo de agrotóxicos. “Já trabalhei nessa área e conheci pessoas que adoeceram pelo consumo excessivo dessas substâncias químicas. Casos também de agricultores, que não tiveram o devido cuidado na aplicação. Portanto, conhecendo os riscos, procuro consumir alimentos orgânicos sempre que eu posso”, afirma.

Além do aspecto saudável, a auxiliar de serviços gerais Irivan Vieira dos Santos destaca a grande variedade de produtos. “Não consumo alimentos orgânicos com tanta freqüência e nem de todos os tipos, pois no supermercado não encontro tanta variedade quanto os que chegam à Cohidro. Aqui eu peço exatamente o produto que eu quero e na quantidade que eu preciso”, ressalta.

A assistente administrativa Maria Lendijan Rollemberg também aproveita a iniciativa para comprar e consumir alimentos mais saudáveis. “Tenho costume de comer folhagem, e os orgânicos vão ser a alimentação do futuro porque precisamos cuidar da saúde. A Cohidro está realizando esse trabalho de estímulo à produção orgânica e é preciso que todos os agricultores se engajem nesse processo. Vai ser bom para o produtor e melhor ainda para o consumidor”, diz Lendijan.

Segundo a idealizadora e gerente da Gedea, Sônia Loureiro, a fidelização do cliente consumidor de alimentos orgânicos da Cohidro antecede a concretização do projeto de uma Ecofeira. “A realização de uma feira semanal só de produtos orgânicos é uma cobrança antiga dos funcionários. A idéia é trazer, toda sexta-feira, representantes dos perímetros irrigados que cultivam sem agrotóxicos. Além de atender aos funcionários, a Ecofeira da Cohidro também atenderá à comunidade externa, sobretudo aos moradores do bairro América”, projeta Loureiro.

A gerente explica que a Ecofeira terá uma estrutura semelhante às Feiras da Agricultura Familiar, realizadas pela Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides) na capital e no interior de Sergipe. “Já possuímos as dez barracas que serão usadas na feira. É um projeto grandioso. Estamos trabalhando para o fortalecimento da agricultura orgânica nos perímetros irrigados, bem como para que esses produtores se organizem em grupo, se fortaleçam e se tornem independentes”, revela.

Seu Delfino é bastante conhecido pelo público que consome este tipo de alimentação. Para ele, alimentos orgânicos são as melhores opções para se levar uma vida saudável. “Os produtos que o povo vê nos supermercados grandes e caros, são todos com veneno, causam câncer por aí. Com esses alimentos orgânicos, a saúde do agricultor e de quem consome fica boa”, destaca o consciente produtor.

Combate ao agrotóxico

Historicamente, os produtores utilizam agrotóxicos no controle de pragas e doenças em suas culturas, sem observar, no entanto, as recomendações de segurança no preparo e uso dessas substâncias. Tal comportamento representa um risco à saúde do agricultor e de sua família, bem como dos consumidores em geral. Atenta a essas questões, a Cohidro realiza um intensivo trabalho de orientação e assistência técnica visando à conscientização sobre o uso do agrotóxico entre os produtores dos perímetros irrigados.

“O trabalho da Cohidro começou em 2007 com a formação de uma equipe específica e com a elaboração de planos de trabalho. Desde então, foram desenvolvidas muitas ações nesse sentido. Realizamos diversas reuniões de sensibilização, capacitações de técnicos e produtores, dias de campo, palestras educativas em escolas municipais, formação de Organizações de Controle Social, confecção de quatro mil cartilhas educativas, e em 2011 fizemos a implantação do sistema Pais em nossos perímetros, uma importante tecnologia social que estimula a produção livre de agrotóxicos”, pontua Loureiro.

Segundo a gerente, as ações da Cohidro e demais órgãos engajados nessa mesma causa têm levado à diminuição do uso indiscriminado de agrotóxico, e fortalecido a produção orgânica no Estado. “Notamos que os agricultores familiares estão mais conscientes quanto aos perigos causados pelo uso indevido das substâncias. Quando existe uma praga ou doença na plantação, ao invés de agir por conta própria, eles procuram os técnicos da Cohidro, que vão indicar o melhor tratamento e emitir o receituário para a compra do agrotóxico adequado, se for o caso. O trabalho é difícil, já que pretende uma mudança de comportamento e pensamento, mas temos obtido bons resultados e continuamos otimistas”, declara Sônia Loureiro.

Fonte:ASCOM Cohidro em: 11/06/2012

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