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De olho na saúde, brasileiros demonstram maior interesse por produtos orgânicos

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Além de possuírem maior valor nutricional, não prejudicam o meio ambiente com a produção

Nos últimos anos, os brasileiros passaram a se preocupar mais com a alimentação, não apenas com o intuito de emagrecer, mas também para seguir um estilo de vida mais saudável, longe de qualquer incomodo ou possíveis doenças causados pelas refeições consideradas muitas vezes inadequadas. Aquele ditado antigo de você é o que você come nunca fez tanto sentido igual faz agora, afinal, esses novos hábitos se tornaram tendência entre as pessoas.

Diante dessa nova postura, pesquisas mostram que a procura por produtos orgânicos também aumentou, uma vez que, apenas o sabor não é o único fator importante, mas também toda a procedência do alimento até o momento que ele chega na mesa de casa. E especialistas explicam que produtos orgânicos são mais nutritivos e também fazem bem ao meio ambiente, visto que, não é feito o uso de agrotóxicos que prejudicam o solo, animais e as pessoas. Ou seja, são vários os motivos que podem atrair cada vez mais os brasileiros para uma refeição mais consciente.
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De olho no produto orgânico

De acordo com a pesquisa “Hábitos alimentares do brasileiro: preferências, dietas e tendências de consumo” realizada pela Banca do Ramon, 76% dos brasileiros acreditam que alimentos orgânicos são mais saudáveis que os convencionais, sendo que, 51% afirma consumir esporadicamente ou já ter experimentado este tipo de produto, enquanto 36% consome com frequência.

Segundo a nutricionista e consultora da Banca do Ramon, Juliana TomandI, os produtos orgânicos não são apenas definidos como alimentos que estão livres de químicas, mas que eles também devem estar inseridos dentro de um contexto social. “O produto orgânico não utiliza agrotóxico, hormônios, adubos químicos, transgênicos, drogas veterinárias ou antibióticos. E também deve ser cultivado num espaço que leve em consideração a sustentabilidade ambiental, econômica e social. Sendo assim, a agricultura orgânica busca, como um todo, um equilíbrio no ecossistema”, explica.

Ou seja, quem opta por comer alimentos orgânicos, além de estar livre de ingerir os pesticidas que fazem parte do sistema convencional e que podem trazer problemas para o ser humano de forma crescente, também contribui com o pequeno agricultor e o meio ambiente. De um modo geral, os produtos não orgânicos, tem baixo valor nutricional e teor tóxico que contaminam a fauna, a flora, o ar, a água e a terra. “Além de toda essa questão ambiental, os produtos orgânicos possuem um sabor melhor, alto valor nutricional e ainda é possível consumir vegetais e frutas sem descascar, pois, muitas pessoas descascam para eliminar os pesticidas presentes, então, é um alimento que pode ser consumido em toda a sua totalidade”, detalha a especialista.

Por que são mais caros?

Uma dificuldade que muitas pessoas têm para passarem, de fato, a consumir alimentos orgânicos, é o preço. O produto costuma ter o valor mais elevado por vários motivos, entre eles estão:

Demoram para crescer
São produzidos em menores escalas
Possuem custos que o próprio fazendeiro precisa arcar
Fazem parte de um mercado pequeno

Esses fatores mais a dificuldade de comercialização e distribuição deste produto, fazem com que os custos sejam mais elevados. Então, o aumento da demanda, aliado a inovações tecnológicas podem fazer com que os gastos desde a produção até a comercialização sejam reduzidos para que mais brasileiros possam comprar esses alimentos que são tão saudáveis.

Como saber se o alimento é orgânico?

O Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) fornece um selo que garante que a origem do alimento é livre de estimulantes químicos, porém, o processo de obtenção deste certificado pode demorar um pouco, então, vale a pena investigar de onde veio o produto. Entretanto, além dessa dificuldade de identificar se é orgânico ou não, muitas pessoas não sabem onde encontrá-los. “De fato, são alimentos que não encontramos com a mesma facilidade que os outros, mas é um mercado de que está ficando cada vez mais aquecido e isso faz com existam algumas feiras dedicadas somente a este tipo de produto, mas também é possível compra-los em empórios, por exemplo. Por ser algo que as pessoas estão consumindo mais, não é difícil de encontrar”, detalha a nutricionista da Banca do Ramon.

Mitos e verdades sobre produtos orgânicos

Mesmo que tenha uma tendência de consumo sobre os alimentos orgânicos, ainda existe muitas dúvidas acerca do assunto, o que faz com que muitas pessoas hesitem em comprá-los, por isso é importante saber mais a respeito do tema, para que, o consumo seja cada vez mais comum entre a população. Veja algumas dúvidas que são bastante frequentes entre os que querem passar a comer orgânicos ou até mesmo entre aqueles que já são adeptos:

Não precisa lavar

Mito. Mesmo que sejam produtos que estão livres de agrotóxicos precisam ser higienizados. Aliás, qualquer alimento independente da produção, deve ser lavado antes do consumo.

São rastreados

Verdade. A rastreabilidade é uma exigência das certificadoras, todo alimento possui uma identificação quem contém algumas informações, como o local de origem, tratos culturais aplicados e a lavoura que foi colhido.

Não são fiscalizados

Mito. Os produtos orgânicos são fiscalizados pelo Ministério da Agricultura e Inmetro. A lei que garante essa fiscalização é considerada uma das mais completas do mundo.

Podem ser consumidos crus

Verdade. Os alimentos podem ser consumidos crus, desde que sejam higienizados corretamente. Muitas pessoas descascam e cozinham os vegetais para eliminar os agrotóxicos, mas o consumo dos orgânicos pode ser, inclusive, com a casca.

Ajudam a emagrecer

Mito. Não existe qualquer relação com uso de produtos tóxicos com o emagrecimento. De um modo geral, são alimentos que fazem bem a saúde pelos nutrientes que oferecem, mas para emagrecer é necessário ter uma alimentação equilibrada aliada a prática de exercícios.

Consciência na alimentação

O consumo de alimentos orgânicos, é, portanto, muito benéfico para a saúde, inclusive, para as crianças que são mais vulneráveis aos agrotóxicos. E mesmo que ainda seja um hábito comum entre 36% dos brasileiros, como mostra a pesquisa, o mercado tem crescido cada vez mais e quanto maior o consumo, mais fácil será de encontrar e também mais incentivo o pequeno agricultor terá, por isso é interessante consumir, mesmo que seja em poucas quantidades. “Algumas mudanças, por menores que sejam, são importantes em nossas vidas, estamos caminhando para uma alimentação mais saudável e consciente, buscando equilíbrio e promoção do bem-estar, não apenas o nosso, mas de todo um sistema de produção. Mesmo que não seja possível consumir toda a alimentação orgânica, se puder escolher algumas opções, certamente, já fará uma diferença para a própria saúde e para a sustentabilidade”, finaliza a especialista.

Fonte: Agência Carti e Banca do Ramon em 04/03/2019 por Andreza de Paula

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