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Grupo de cientistas brasileiros estuda armadilha sonora para percevejo da soja

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Pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen) estão estudando a elaboração de uma espécie de armadilha sonora, visando aumentar o controle integrado do percevejo da soja, um inseto devastador que suga o grão e destrói plantações em várias partes do Brasil. Depois de sintetizar o feromônio liberado pelos machos para atrair as fêmeas ao acasalamento, os pesquisadores buscam, agora, reproduzir o som emitido pelos percevejos da soja durante o ato sexual, como mais um meio de controle da praga. O feromônio são as substâncias segregadas por animais, especialmente insetos, que servem de meio de comunicação entre indivíduos da mesma espécie ou são atraentes sexuais. Diversos estudos mostraram que os insetos emitem sons de baixa freqüência e que esses sons são diferentes para cada espécie, sexo e atividade. Produzidos por vibrações corporais, os sons podem ser reproduzidos e propagados mecanicamente e atrair assim os insetos para armadilhas de captura ou despertar a atenção de predadores naturais ou parasitóides que utilizam a postura dos percevejos como hospedeiros. Vários sons emitidos por machos e fêmeas durante o acasalamento já foram captados e gravados. No entanto, ainda falta criar um microaparelho capaz de reproduzir esses sons continuamente em seu padrão original. Engenheiros eletrônicos e especialistas em nanotecnologia da Embrapa já trabalham para isso. De acordo com a empresa é apenas uma questão de tempo. Os estudos da Embrapa se direcionam para uma micro-vespa, menor que uma formiguinha de açúcar, que usa os ovos do percevejo para fecundar suas larvas. Esse parasitóide consegue decifrar a linguagem química dos percevejos e localizar suas colônias, num procedimento conhecido como "espionagem química". Depois de identificar os locais de postura, elas depositam seus ovos dentro dos do percevejo. Estes servirão de alimento aos seus descendentes, dando origem a mais inimigos naturais, prontos para procurar outras posturas logo após o nascimento. O percevejo põe dezenas de ovos de uma só vez – cerca de 80 por postura – e, para não perder a conta, a vespinha marca cada um dos que foram parasitados. A eficácia da vespinha no combate do percevejo da soja já é conhecida. A questão é fazer com que ela chegue à plantação antes ou junto com os percevejos, quando a quantidade de posturas ainda é pequena. O estímulo sonoro será um componente a mais para atrair a vespinha e ajudá-la a localizar as colônias.

Fonte: CruzeiroNet em 03/04 - 10:30

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