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Agroecologia é modelo ideal para uso da terra, diz especialista

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Agroecologia é modelo ideal para uso da terra, diz especialista: Ana Primavesi defendeu a agroecologia e criticou a agricultura química
Créditos: Bernardo RebelloPioneira da agroecologia no país, Ana Primavesi ensina há mais de 60 anos que é possível aliar a produção de alimentos à conservação do meio ambiente. A especialista, ao falar no dia 18 de maio de 2010, no I Seminário Nacional do Produção Agroecológica Integrada Sustentável (Pais), apontou as diferenças entre a agricultura química, orgânica e a agroecologia. Para a agrônoma, a agricultura convencional "é a arte de explorar solo morto com tecnologia sofisticada".

 

Ana Primavesi considera que "a agroecologia é a prática ideal". Para ela, trata-se da "interligação da natureza". Ana afirmou que é a ciência que leva em conta o restabelecimento ou a conservação do solo permeável protegido por uma vegetação diversificada, ou seja, para extrair dos recursos naturais as condições ideais ao desenvolvimento das lavouras. "O solo permite que as plantas cresçam. Essas, por sua vez, desenvolvem folhas que, mortas, servem de nutrientes ao solo", defende Ana.

Em sua palestra, a especialista alertou para o aumento do desmatamento no país. "O futuro do Brasil está ligado à sua terra. O manejo adequado de seus solos é a chave para a prosperidade e bem estar geral", afirmou.

LARGA EXPERIÊNCIA

Formada em Ciências Agrárias pela Universidade Rural de Viena, na Áustria, e com Ph.D. em Nutrição Vegetal, Ana Primavesi dá cursos, profere conferências e é consultora sobre agroecologia e correto manejo da terra. A austríaca naturalizada brasileira já têm oito livros publicados, dezenas de artigos científicos e larga experiência, expressa com precisão seu ponto de vista sobre a presente situação planetária e as condições para a sobrevivência da espécie humana.

De acordo com a especialista, o uso de adubos químicos faz com que o solo se torne "compactado", impossibilitando que a água da chuva penetre, provocando erosão e enchentes. Com o fenômeno, secam os rios, esquenta o solo e, consequentemente, aquecem o ar e o clima. "Tudo isso resulta em baixas colheitas, 12,6% a menos por cada grau que a temperatura sobe. Outro dado preocupante é que, a cada ano, cem milhões de hectares se desertificam", alerta Ana Primavesi.

"A agricultura química sacrifica o solo e a água. Com ela, a terra só produz de sete a oito anos; depois morre. E será preciso despejar toneladas de produtos para gerar um alimento pobre em proteínas", disse. Ana acredita que esse modelo não foi feito para produzir mais alimento. Sua finalidade é industrial.

Para surpresa da platéia do seminário, as críticas da especialista também se voltaram à agricultura orgânica. Segundo ela, "essa prática é muito trabalhosa, precisa-se usar composto, produz-se pouco e é necessário ser certificada, com custo caro".

PARA SABER MAIS

Assista aqui a reportagem da TV Cultura sobre Ana Primavesi.

FONTE

Agência Sebrae de Notícias
Regina Xeyla - Jornalista
Telefone: (61) 2107-9110

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noticias :: Por Editor em 21/05/2010 :: imprimir pdf enviar celular

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