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Na agricultura familiar, práticas ecológicas são difundidas através do cultivo de produtos orgânicos

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Campo Grande (MS) – Há um ditado que diz que “você é aquilo que você come”, logo a qualidade da saúde de um indivíduo está diretamente ligada ao tipo de alimento que ele escolhe colocar na mesa. Partindo deste raciocínio e tendo em vista a data de hoje, 5 de junho, Dia Mundial da Ecologia, imagine a importância dos alimentos para o meio ambiente, uma vez que os vegetais são dependentes diretos dele para retiradas de nutrientes que resultaram nas frutas, verduras e legumes que consumimos.

É com base nesses aspectos que a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) há algum tempo implantou em suas atividades o eixo de agroecologia para fomentar o sistema de cultivo diferenciado: alimentos orgânicos. “Os alimentos orgânicos são livres de contaminantes químicos, em geral, assim beneficia a saúde e também seus sistemas de produção respeitam o meio ambiente, auxiliando-o em manter ciclos de água e vegetação, o que contribui para bem estar geral da comunidade em que estão inseridos”, justifica uma das gestoras do setor de agroecologia da Agraer, Denise de Miranda.

Com a promessa de reduzir custos (energia), reutilizar recursos e reciclar materiais (técnica de compostagem) que antes eram descartados, o sistema de produção orgânico ainda promete outros três benefícios dentro dessa politica ecológica, são eles: agregar maior valor ao produto comercializado, garantir maior qualidade dos alimentos e, consequentemente, uma vida mais saudável tanto da porteira para dentro (produtores) como para fora (mercador consumidor).

Com profissionais capacitados e boas parcerias, o trabalho da Agraer vem dando tão certo que, atualmente, há um número considerável de agricultores familiares que fizeram a troca do sistema convencional de produção pelo orgânico. “Existem 152 cadastros no Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] como agricultores orgânicos, sendo na prática 120 unidades produtivas, pois algumas delas possuem mais de um tipo de certificação”, explica uma das gestoras do setor de agroecologia da Agraer, Denise de Miranda. 

A procedência dos alimentos é garantida aos consumidores mediante o credenciamento, no Ministério, que pode ser feito, segundo a lei, sob três formas: certificação sob auditoria, certificação por Organismo Participativo de Avaliação da Qualidade Orgânica (OPAc) e Organização de Controle Social (OCS).

“A OCS é um organismo de controle social, onde, na verdade, você não tem um selo de orgânico. Aqui, o que se tem é um sistema entre a cooperativa, os consumidores e os técnicos envolvidos que veem como é o sistema de produção, faz um planejamento junto aos agricultores e aí garantem a qualidade dos produtos pelos processos de acompanhamento e manejo que são feitos”.

Apesar de não haver, propriamente, um selo, há todo o acompanhamento de campo, com profissionais qualificados, e a possibilidade de visita in loco pelos canteiros por parte dos interessados. “Então, não é um selo, mas é uma garantia de origem onde as propriedades também são abertas para quem quiser visitar e ver como é o sistema de produção. E tem o sistema que é certificação por auditoria. Nesse processo há o selo de orgânicos, onde uma empresa faz toda essa parte de manejo, inspeção e, por fim, credencia o agricultor, faz todo o processo burocrático e aí garante a qualidade de orgânico”, explica a gestora da Agraer.

No Mato Grosso do Sul, dos 152 cadastros no Mapa, 128 são certificados por auditoria, sendo 59 pela empresa Ecocert e 69 pela Associação de Certificação Instituto Biodinâmico (IBD). Os outros 24 credenciados estão sob OPACs e OCS. “Contamos com nove pela OPAC e 15 por OCS. A Agraer possui um termo de cooperação com a OPAC Apoms [Associação dos Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul] para apoiar a ampliação desses credenciados e as certificações por OCS são acompanhadas pela coordenação de agroecologia da Agraer”.

As unidades produtivas de orgânicos estão distribuídas em 13 cidades do Estado das quais mais da metade delas estão em Capital, 65 no total. As demais estão situadas em 12 municípios: Ponta Porã com 15 unidades; Terenos com 12; Ribas do Rio Pardo com 15; Nioaque com 6; Dourados com duas, e uma em cada uma das seguintes cidades: Bonito, Glória de Dourados, Itaquirai, Jaraguari, Naviraí, Rio Negro e Rochedo.

Só na Capital são cinco postos de comercialização de orgânicos: Praça do Rádio Clube (quartas-feiras das 5h às 9h), em frente à igreja Perpétuo Socorro (quartas-feiras das 6h às 14h), no pátio Prefeitura Municipal (aos sábados das 6h às 10h), no shopping Bosque dos Ipês (todos os sábados das 15h às 20h), na Praça dos Imigrantes tem a Feira Vegana (aos sábados das 18h às 21h).

Segundo Denise de Miranda, as feirinhas foram uma forma de facilitar o acesso dos produtos aos consumidores sem elevar os custos de modo que todos, agricultores familiares e freguesia, saiam no lucro. “Os produtos que têm a certificação como orgânica eles podem receber um valor de até 30% mais caros do que os produtos convencionais. Contudo, nos pontos de feira o produto orgânico não tem uma alteração significativa de valor em relação ao produto convencional. Isso acontece porque é um sistema de feira, ou seja, o próprio agricultor vai vender a sua produção. Então, você não tem um intermediário dentro desse processo”.

E para garantir a popularização dos orgânicos a Agraer aderiu, inclusive, a campanha “Semana Nacional de Produtos Orgânicos”. “Desde o dia 28 de maio, o Mapa vem promovendo a campanha cujo tema de 2017 é ‘Você faz parte dessa rede ajude a promover a qualidade de vida orgânica. O que isso significa? Significa que para a gente tenha qualidade orgânica a gente precisa de produção e, também, o consumo. Os consumidores são chamados para participar do consumo. É muito importante participar de feiras para conhecer um pouco mais dos produtos orgânicos e integrar essa rede e, cada vez mais, ampliar essa rede da produção orgânica”, pontua.

Outra forma encontrada para elevar a popularização dos orgânicos está na base da produção: os agricultores familiares. “O núcleo [Agraer] vem divulgando e promovendo a agroecologia através da articulação com diversas instituições, participando e realizando reuniões, encontros, capacitações e distribuição de mudas e sementes, entre outras ações. Além disso, o nosso centro de pesquisa, Cepaer, possui uma unidade de produção agroecológica que possui mais de 100 variedades de plantas”.

Os agricultores familiares que tenham interesse em ser tornar um produtor orgânico podem procurar a Agraer do seu município. “Basta procurar um escritório local e solicitar o apoio. Caso esteja vinculado à Apoms ou a Organocoop, o apoio já está sendo feito através das parcerias com essas organizações”, garante Denise de Miranda.

Onde encontrar produtos orgânicos em Campo Grande?

Praça do Rádio Clube
Av. Afonso Pena com a Rua Padre João Crippa – Centro.
Quarta-feira – horário: 05h00 até 9h00.

Igreja Nossa Sra. Do Perpétuo Socorro
Av. Afonso Pena, 366 – Bairro Amambai,
Quarta-feira – horário: 06h00 até 14h00.

Estacionamento da Prefeitura de Campo Grande
Av. Afonso Pena, 3297 – Centro,
Sábado – horário: 06h00 até 10h00

Shopping Bosque dos Ipês (Corredor do Fácil)
Bairro Novos Estados
Sábado – 15h00-20h00.

Feira Vegana / Praça dos Imigrantes
R. Rui Barbosa, esquina com 26 de agosto,
Sábado – horário:18h00-21h00.

Aline Lira – Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer)

Fonte:Portal do Governo do Mato Grosso do Sul por Karla Tatiane em 05-06-2017

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