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Três fábricas de pellets impulsionam o mercado da madeira no Rio Grande do Sul

Carolina Hickmann

O Rio Grande do Sul tem potencial para tornar-se referência na produção de pellets - biomassa criada a partir de resíduos da madeira. No momento, ao menos duas indústrias estão em funcionamento no Estado, enquanto investimento de uma empresa mineira promete trazer para o Rio Grande do Sul uma planta fabril com capacidade de produção recorde.

A mineira Finagro, com apoio de fundo internacional de investimentos, está com projeto de uma planta de pellets que terá capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas do biocombustível. O presidente da empresa, Afonso Bertucci, explica que a fábrica com maior capacidade de produção é de 1,2 milhão ao ano e fica na Geórgia (EUA). Assim o Estado mostraria potência internacional no insumo.

O empresário salienta que a região escolhida, o município de Pinheiro Machado, na Campanha, garante grande disponibilidade de áreas florestais, o que propulsionou o projeto, que a princípio teria capacidade de produção menor. Com investimento inicial de US$ 320 milhões, a capacidade máxima de produção deve ser atingida apenas em 2022, mas já em 2019 espera-se que a produção seja de 900 mil toneladas ao ano. Serão criados cerca de mil postos de trabalho, entre colheita, logística e unidade industrial, quando a fábrica atingir a sua capacidade total.

Além dos mais de 100 mil hectares de florestas, a localidade também tem outro diferencial quando levado em consideração que 100% da produção da fábrica será escoada pelo porto do Rio Grande. "Temos uma área de escoamento importante, toda por ferrovias. A produção vai para o porto direto", comenta Afonso Bertucci.

Outras alternativas já garantem a entrada do Rio Grande do Sul no mercado de pellets. Em São José dos Ausentes, um investimento de dois empresários ligados à Bebecê Calçados, Analdo e Antônio Moraes, garantiu ao Estado uma das maiores produtoras de pellets da América Latina. "Ainda estamos começando a produção, em fase de ajustes de mercado. Atualmente, produzimos 300 toneladas ao ano", comenta Analdo sobre a produção, que iniciou-se em janeiro e tem potencial para 100 mil toneladas ao ano.

A escolha pela área se dá pela cidade natal dos investidores. Analdo comenta que o município tem tradição madeireira e, a partir disso, era uma escolha natural. "É importante estar próximo da matéria-prima", lembra. A região conta com 170 hectares de pinus e, para o empresário, uma fábrica de pellets é também uma boa solução do ponto de vista ecológico. O Rio Grande do Sul também conta com um empreendimento mais consolidado, em Rio Grande. Com aporte inicial de US$ 60 milhões, realizado pela Tanac, e atual capacidade de 400 mil toneladas da biomassa, essa indústria está com 100% de sua produção comprometida com a empresa inglesa Drax em 11 anos.


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