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Corredor ecológico implanta a primeira 'agrofloresta' do Vale



Projeto, que mistura preservação florestal e atividades agrícolas, será criado na região norte de São José no próximo ano

O Corredor Ecológico do Vale do Paraíba vai implantar na zona norte de São José, no próximo ano, o primeiro projeto de agrofloresta da organização na região. Trata-se de uma mistura de preservação florestal com atividades agrícolas.

O local escolhido é o assentamento Nova Esperança 2. O trabalho visa implantar um mix de produção agrícola, com legumes, frutas e hortaliças, em meio ao plantio de árvores.

Segundo a engenheira Mariana Ferreira, analista ambiental do Corredor Ecológico, a atividade agrícola pode enriquecer o solo e ajudar na preservação da floresta, além de permitir renda a pequenos produtos rurais. "Dessa forma", afirma ela, "conseguimos ter um proveito da floresta de maneira adequada. Vamos aprender a fazer agrofloresta no assentamento em São José".

Sustentabilidade. De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o método de agrofloresta pode ser utilizado para recuperar áreas degradadas. "A tecnologia ameniza limitações do terreno, minimiza riscos de degradação inerentes à atividade agrícola e otimiza a produtividade a ser obtida", informou a Embrapa.

Mariana resume o projeto como uma ação que unirá a recuperação de floresta, fauna e flora nativas da região com a produção agrícola. "Futuro é a convergência do uso da terra".

Criado em 2006, o Corredor Ecológico do Vale do Paraíba reúne organizações do primeiro, segundo e terceiro setores para reconectar fragmentos isolados de Mata Atlântica em propriedades privadas e públicas. A meta é ligar 150 mil hectares de floresta em 20 anos. Até outubro deste ano, o projeto reconectou 150 hectares em ações próprias e outros 350 hectares apoiando iniciativas de terceiros.

No final de agosto, o produtor Manoel Nunes, 84 anos, concordou com o plantio de 2.550 árvores de diversas espécies nativas da Mata Atlântica em sua terra, na zona norte de São José. As árvores ajudarão a preservar nascentes do rio Buquira. O produtor admitiu que adotava práticas erradas.

"A vida inteira eu derrubei florestas", disse ele. "Nas terras que tive, a preocupação sempre foi o gado, a alimentação, espaço. A gente sempre viveu da produção de leite".

Hoje, ele sabe que preservar a floresta é vital para a vida.

Fonte: O vale em 08-10-2016 por Xandu Alves

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