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Vegetação corresponde a 3% do Ceará

 

Hoje está sendo aberta a Semana do Meio Ambiente. Uma boa notícia é que a Mata Atlântica do Ceará será mapeada nos próximos seis meses. Apesar de corresponder a menos de 4% do território do Estado, é um ecossistema de grande importância. É neste bioma que nascem rios importantes para a Região Metropolitana de Fortaleza, como o Pacoti, Cocó e Ceará, e onde se concentra boa parte da biodiversidade da fauna e flora. O estudo vai delimitar o que restou deste tipo de vegetação, que pode ser apenas 3% da mata original, e fará parte do Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, que já mapeou 10 estados brasileiros. Agricultores estão recebendo capacitação para aprender a cultivar sem agredir o meio ambiente.

A Mata Atlântica do Ceará, que faz parte dos únicos 4% de terras úmidas do Estado ao lado das florestas de altitude, será mapeada por satélite até o final deste ano. O novo estudo, com duração de seis meses, vai revelar o que ainda existe de áreas verdes conservada.

A estimativa atual é de que restam, no Ceará, apenas 3,33% dos 146.348 quilômetros quadrados da mata original, o que corresponde a 4.878 quilômetros quadrados. Mas, a devastação pode ser maior.

O mapeamento é um convênio entre Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Os dados serão incorporados ao Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, que já conta com informações sobre dez dos 17 estados abrigados por este bioma, incluindo 2.815 municípios.

A nova edição, lançada na última semana em Brasília, está mais detalhada que as anteriores e traz surpresas como São Paulo ser a segunda Capital em área preservada (21%), depois de Florianópolis (42%).

Declarada pela Unesco “Reserva da Biosfera” por ter uma das mais importantes áreas da biodiversidade do planeta, a Mata Atlântica ocupa, atualmente, apenas a 7,6% do território. Originalmente correspondia a 15% das terras brasileiras, com 1.306.421 quilômetros quadrados.

Somente na década de 1990, o desmatamento chegou a 900 mil hectares, área semelhante a 61.454 estádios do Maracanã.

Especulação imobiliária e agricultura de subsistência são dois dos motivos que mais contribuíram para diminuir a extensão da Mata Atlântica, segundo Flávio Jorge Ponzoni, coordenador técnico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Hoje, 108 bilhões de pessoas moram nestas áreas devastadas. “A perda de florestas deste tipo de ecossistema compromete o abastecimento de água das cidades, pois as nascentes da maioria dos rios vêm da Mata Atlântica, estando nela as terras mais férteis e a maior diversidade de animais, assegurando, ainda, o equilíbrio ambiental da região”, explica Mário Mantovani, diretor de relações institucionais da Fundação SOS Mata Atlântica.

Está no Senado Federal um projeto de lei que passou 12 anos em tramitação. Entre seus artigos, há propostas para recuperar áreas nativas com um fundo específico, mas que encontra resistência na bancada ruralista, que quer garantir indenização aos proprietários particulares.

O INPE e o SOS Mata Atlântica estão fazendo abaixo-assinado para aprovar o projeto de lei. SERVIÇO: Para participar é só acessar os dois sites indicados. O Atlas dos Municípios da Mata Atlântica e o abaixo-assinado estão nos sites www.inpe.br e www.sosmatatlantica.org.br.

fonte - Por Thaís Gonçalves para o Diario do nordeste em 01 de Jun de 2004

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