O comércio de carbono precisa de regras para que os clientes não paguem por nada

Ainda uma lavagem verde flagrante entre os serviços de captura de carbono - e os benefícios para o clima

Muitas empresas e consumidores que compram compensações de emissões pagam do zero. O crescente comércio voluntário de carbono precisa de reformas e regras.

 

Até 90 % dos projetos de captura de carbono com certificação internacional não suportam um olhar mais atento sobre os impactos sociais e climáticos. Niklas Kaskeala , diretor de responsabilidade da Compensate Foundation, que comercializa compensação de emissões, diz que há exemplos flagrantes de lavagem verde entre os serviços.

 

A fundação realizou mais de uma centena de projetos climáticos, principalmente relacionados ao uso da terra. O professor da Academia Markku Kulmala , que faz parte do painel de especialistas científicos da Compensate , diz que sua triagem não teria passado nem dez por cento dos projetos de sequestro de carbono examinados.

Quase todos os projetos de sequestro de carbono têm problemas de verificabilidade. Apesar dos certificados conhecidos, eles não podem demonstrar com segurança que a quantidade de carbono reivindicada está ligada.

 

De acordo com Kulmala, o comprometimento com o solo e a vegetação pode ser medido com precisão. No entanto, a medição aumentaria o custo dos serviços de compensação. Os preços atuais da trilha falam de greenwashing.

 

Espera-se que o comércio voluntário de carbono cresça dos atuais cerca de € 300 milhões para mais de € 6 bilhões em cinco anos. Existe o risco de os clientes pagarem do zero.

 

Kaskeala enfatiza que os mercados e as regras precisam ser reformados para ter um impacto climático. Os compradores precisam saber para onde está indo o dinheiro.

“Às vezes, os vendedores não sabem como comunicar os riscos operacionais. A transparência é necessária para construir confiança, por exemplo, nos preços. ”

Mais da metade dos projetos pelos quais a Compensate passou não eram genuinamente incrementais. Isso significa que os serviços de sequestro de carbono são vendidos, por exemplo, de florestas que já estão protegidas, para que não estejam ameaçadas de extinção. Em alguns dos projetos, o dinheiro é usado para florestamento comercial, que seria feito sem subsídios.

 

Outro problema é a persistência do sumidouro de carbono. A situação política instável no país de destino, desastres naturais ou extração ilegal de madeira podem destruir a garganta. Em alguns casos, as florestas foram derrubadas assim que o projeto de sequestro de carbono foi concluído. Os projetos também não devem prejudicar as comunidades locais, exportando meios de subsistência e causando despejos.

 

O terceiro problema é a dupla contagem das reduções de emissões. De acordo com Kaskeala, os benefícios dos projetos privados de compensação na Finlândia também são contabilizados nas ações climáticas do estado.

 

"Duas partes não podem incluir reduções de emissões em seus próprios nomes."

 

Kaskeala enfatiza que a solução do problema é responsabilidade dos políticos. Os tomadores de decisão também devem regulamentar para evitar serviços não confiáveis ??de captura de carbono.

 

O serviço de compensação sustentável não visa apenas maximizar a quantidade de créditos de carbono que vende, mas também apoia as oportunidades de seus clientes de reduzir suas emissões por meio de seus projetos.

 

Mais e mais empresas estão fazendo promessas de neutralidade de carbono.

 

“Para que as alegações de neutralidade de carbono tenham credibilidade, as empresas devem divulgar a parcela da compensação, como foi implementada e como o impacto climático real foi garantido”, destaca Kaskeala.

 

Há uma necessidade de modelos de serviço em que os consumidores sejam informados sobre o impacto climático de sua compra antes de tomar uma decisão de compra.

 

O Finnish Environment Institute Syke investigou a situação do comércio voluntário de carbono na Finlândia.

 

Os pesquisadores recomendam que o estado e os provedores de serviços desenvolvam critérios e regras mínimas comuns para a indústria. A regulamentação necessária para compensação de emissões será avaliada em projeto do Ministério do Meio Ambiente, cujos resultados são prometidos no verão.

 

Na Finlândia, os serviços de sequestro de carbono são comercializados por cerca de vinte empresas.

 

Fonte:maaseuduntulevaisuus.fi em 09-04-2021 por Katja Lamminen <https://www.maaseuduntulevaisuus.fi/ymparisto/artikkeli-1.1366000>