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Brasil cria selo para feiras de orgânicos

 

O "Organic Brazil" será usado em mercadorias de 15 produtores reunidos pela Apex-Brasil; estréia é em setembro

Brasil cria selo para feiras de orgânicos

MARI TORTATO DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA


As feiras internacionais de alimentos orgânicos Biofach América, de Washington, e Biofach Japão, de Tóquio, vão abrir espaço para uma nova marca brasileira, o selo "Organic Brazil". Ele será usado em mercadorias de 15 produtores reunidos pela Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos). A estréia será em setembro, mês em que ocorrem os dois eventos. Criado em parceria com o IPD (Instituto Paraná de Desenvolvimento) e a Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), o selo vai funcionar como um estimulador da aquisição de produtos brasileiros pelos consumidores estrangeiros e, em conseqüência, do incremento da exportação. Mas não é um certificador de mercadorias produzidas sem o uso de agrotóxicos e com preservação ambiental. "Estamos de olho em um mercado que movimenta US$ 25 bilhões e cresce 25% ao ano", diz o administrador do projeto na Fiep, Ming Chao Liu. A certificação que garante a produção dentro das normas aos alimentos orgânicos no Brasil é feita por sete empresas credenciadas. "Nós entramos com o marketing e vamos criar uma estrutura organizada para a exposição nas feiras." Filé de tilápia, café, erva-mate, açúcar mascavo, leite, banana, soja e mais de uma dezena de alimentos produzidos sem veneno nem modificação genética integram a lista das primeiras mercadorias que devem receber o selo "Organic Brazil".

Potencial de crescimento Na maioria, os produtores orgânicos do grupo já exportam, mas têm potencial para crescer. É o caso da Oitavo Mar Pescados S.A., que há oito meses exporta dez toneladas por mês de tilápia cultivada em tanques de piscicultura em Marechal Cândido Rondon, oeste do Paraná. Outro exemplo é o da Tribal Brasil, empresa resultante de três comunidades dedicadas à atividade extrativista no Paraná e no Rio Grande do Sul e que exporta erva-mate há cinco anos. A fazenda Fortaleza, de Mococa (SP), vai adotar o selo, mas já vende no exterior café, leite e banana. Liu diz que o selo nasceu da proposta de criação de um selo da produção de orgânicos no Paraná. A Apex estimulou a abertura do leque e a participação nas feiras internacionais, canais naturais de divulgação do setor. Não há estatísticas seguras do peso dos orgânicos na balança comercial. É o único setor da cadeia de exportação que não dispõe de um código NCM (Nomenclatura de Comércio do Mercosul). Hoje, o que sai do país para ganhar consumidores seletivos lá fora é incluído em grupos de produtos tradicionais. "Mas não conheço nenhum outro produto brasileiro que cresça à margem de 25% ao ano", diz o gerente de exportação da Oitavo Mar Pescados, Dalmer Vinicius Maffei. O Ministério da Agricultura está começando o trabalho de regulamentação da produção de orgânicos no Brasil.


fontE :Folha de São Paulo em 30/08/05

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