A existência de Sesmaria (1530) , que durou até 1822, pôs fortes restrições à propriedade fundiária em todo o país. A zona da mata de Pernambuco primordialmente sua parte sul, concentrou o maior número de engenhos de açúcar do estado, os quais nasciam ligados à demanda do mercado internacional. Subordinado a esta economia dominante e ocupando terras permitidas pelos senhores de engenho, o camponês dedicava-se ao cultivo de subsistência, tanto para a sua família, como para o abastecimento da casa grande. O presente artigo traça um perfil do aparecimento dos primeiros camponeses da Zona da Mata Sul de Pernambuco e a importância de seu papel na economia açucareira, convivendo sob o Sistema de Sesmarias. O estudo de obras de autores como Alberto Passos Guimarães, Caio Prado Jr., Celso Furtado, Gilberto Freyre, José Graziano da Silva, Manuel C. de Andrade e outros permitiu-nos clarificar o processo de formação do campesinato e da economia canavieira na mata Sul. Como primeiros camponeses, da região, vamos encontrar brancos pobres e mestiços (filhos bastardos dos senhores de engenho e/ou de seus familiares com mulheres negras escravas e índias); excluindo do direito à posse da terra e vivendo na qualidade de moradores das grandes empresas agro mercantis (os engenhos), onde em troca da possibilidade de cultivar uma pequena parcela de terra prestavam serviços gratuitos ou pagavam com sua produção de alimentos. Este campesinato era bastante relevante na economia da monocultura da cana, já que em suas graves crises a produção de subsistência mantinha as pessoas que habitavam os complexos rurais canavieiros.
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