Presidente do Congresso, senador Antônio Carlos Magalhães, afirmou hoje em entrevista ao Último Segundo que vai tentar "abrir a cabeça do presidente" e convencê-lo a não tocar a obra. Segundo ACM, o ministro da Integração Fernando Bezerra tem interesses eleitoreiros por trás do projeto do Rio São Francisco: quer ser governador do Rio Grande do Norte, um dos Estados beneficiados pela transposição
Tão logo tomou conhecimento do conteúdo do relatório de impacto ambiental (RIMA) da transposição das águas do Rio São Francisco, divulgado com exclusividade pelo Último Segundo, o presidente do Congresso, senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) voltou a criticar o projeto. Ele sempre foi contrário à iniciativa por considerar que a obra prejudica o rio que passa pela Bahia em grande parte do seu trajeto.
"Acho que esse projeto será um dos maiores erros que o governo federal poderá fazer nos últimos tempos. É faraônico e sobretudo inútil", afirmou ACM.
Segundo ele, o projeto de transposição irá prejudicar a vazão do rio, reduzindo seu nível. "Seus executores ficarão marcados para sempre. Eles não conseguirão distribuir a água pelo Nordeste e destruirão o Rio São Francisco".
"Na parte de impacto ambiental é indiscutível o prejuízo", disse ACM.
Depois das eleições, ele vai conversar com o presidente FHC sobre o assunto e tentar demovê-lo da idéia de fazer a transposição.
"Vou tentar abrir a cabeça do presidente para o desatino que esse projeto será. Acho que o governo não pode entrar em uma aventura tão dispendiosa numa hora em que os recursos são escassos".
Segundo o presidente do Congresso, não serão gastos apenas R$ 2,8 bilhões com o projeto como tem sido dito pelo governo. ACM afirma que serão gastos mais de R$ 10 bilhões para tocar projetos de irrigação para aproveitar a água.
Ele lembrou também que poderá haver perda de energia nas hidroelétricas do São Francisco. "Se diminui a quantidade de água, as hidroelétricas vão produzir menos energia e terão menos receita".
Para ele, seria melhor se o governo usasse o dinheiro em projetos de irrigação já prontos mas ainda não executados por falta de verbas.
Fonte: Ultimo Segundo, em 12:52 22/09 por Vladimir Netto, repórter iG em Brasília ([email protected])
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