An�ncio publicado pelo Soft Click

Boletim 109, Por um Brasil Livre de Transg�nicos

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POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSG�NICOS
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Car@s amig@s

Gostar�amos de explicar os motivos de nosso �sil�ncio� recente. Alguns de nossos leitores devem ter notado o n�o recebimento do Boletim da Campanha na �ltima semana.

Tivemos problemas com nosso computador, que ficou inutilizado durante exatamente uma semana. Fomos infectados pelo v�rus Nimda e, simultaneamente, nossa placa de modem come�ou a apresentar problemas (que custaram a ser identificados devido � presen�a do v�rus).

Felizmente o problema j� foi resolvido e nossas atividades est�o voltando ao normal.

Divirtam-se agora com o Boletim 109 (um pouco grande, para matar as saudades).

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Foram divulgados na �ltima semana os resultados da primeira avalia��o cient�fica de lavouras ilegais de soja transg�nica no Rio Grande do Sul. O trabalho foi desenvolvido durante o m�s de mar�o de 2002, na regi�o de Palmeira das Miss�es, por dois conceituados geneticistas brasileiros -- o Dr. Rubens Nodari, prof. da Universidade Federal de Santa Catarina, e o Dr. Deon�sio Destro, prof. da Universidade Federal do Paran� -- e demonstra que a soja transg�nica plantada apresentou v�rios problemas agron�micos.

Houve, nas lavouras transg�nicas, uma perda m�dia de 9 sacas por hectare -- a produtividade m�dia da lavoura transg�nica foi de 17 a 20 sacas/hectare, enquanto a da lavoura convencional � de 28 a 30 sacas.

Tamb�m foi constatada pelos especialistas (ambos doutores gen�tica) uma grave altera��o oriunda da modifica��o gen�tica. Trata-se da rachadura no caule devida ao excesso de lignina nas plantas transg�nicas, problema que j� havia sido detectado em lavouras de soja transg�nica nos EUA. Este problema se expressa na presen�a de temperaturas elevadas e de seca e afeta diretamente a produtividade das plantas.

Outro problema constatado em algumas propriedades foi o ataque inusitado do inseto �burrinho�, que normalmente n�o ataca a soja (na regi�o ele s� atacava a batatinha). Os agricultores sup�em que este ataque seja devido � aus�ncia de plantas invasoras nas �reas onde o efeito do herbicida foi total. Segundo os pesquisadores, n�o se pode descartar a hip�tese de que este inseto venha a se tornar uma praga com possibilidade de causar danos econ�micos consider�veis.

Mais um problema grave, que tamb�m j� havia sido identificado nos EUA, foi a presen�a de col�nias de fungos, provavelmente do g�nero Fusarium, nas ra�zes das plantas. Cientistas da Universidade de Missouri, nos EUA, tamb�m registraram, em janeiro de 2001, uma incid�ncia de Fusarium significativamente mais alta nas ra�zes de soja RR que havia recebido as doses recomendadas do herbicida Roundup, comparadas com soja que n�o havia recebido o herbicida.

Foi constatado tamb�m um dos problemas mais evidentes decorrentes do cultivo de plantas resistentes a herbicidas, que recebem doses repetidas de um mesmo produto qu�mico: o desenvolvimento de resist�ncia tamb�m nas plantas invasoras.
Os professores registraram o aparecimento de pelo menos tr�s esp�cies de �mato� resistentes �s doses recomendadas do herbicida Roundup: a corda-de-viola ou curriola (Ipomoea purpurea), a leiteira ou amendoim bravo (Euphorbia heterophylla) e a estrela africana (provavelmente Cynodon plectostachys).

Este problema tem levado os agricultores (como nos EUA) a usarem cada vez mais herbicida. Na regi�o avaliada, eles t�m feito no m�nimo duas aplica��es (fora a aplica��o de pr�-emerg�ncia, que se faz tamb�m nas lavouras convencionais), com dosagens de mais de tr�s litros do veneno por hectare. Entre as conseq��ncias deste maior uso de agrot�xico, est�o o maior custo de produ��o para o agricultor, a maior contamina��o do meio ambiente (e do pr�prio agricultor) e maiores res�duos do veneno na soja, trazendo preju�zos para a sa�de dos consumidores.

A conclus�o dos pesquisadores � de que os preju�zos dos agricultores ga�chos que entraram nesta �barca furada� chegar�o a 200 milh�es de reais este ano -- considerando que tenham sido cultivados 1 milh�o de hectares com as variedades transg�nicas.

Para aqueles que v�m acompanhando as informa��es sobre os problemas que os cultivos transg�nicos v�m apresentando nos pa�ses onde s�o permitidos, estas constata��es n�o representam surpresa alguma.

Mas devem estar surpreendendo os fazendeiros ga�chos que ainda est�o caindo na conversa das empresas e do governo federal. Mais surpresos ainda eles ficariam se os transg�nicos fossem de fato liberados logo. As sementes transg�nicas, que nos EUA custam em m�dia 40% mais que as sementes convencionais, est�o sendo vendidas aos agricultores do Sul por at� metade do pre�o das sementes comuns -- o que explica em grande parte sua dissemina��o na regi�o. Uma vez liberadas oficialmente as sementes transg�nicas, esta �vantagem� n�o duraria nem mais um dia.

Veja a �ntegra do trabalho e as fotos que registram os problemas identificados no site
http://www.actionaid.org.br

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Muitos de nossos leitores devem ter lido a entrevista de Luiz Ant�nio Barreto de Castro, presidente do Centro de Recursos Gen�ticos e Biotecnologia da Embrapa e ex-presidente da CTNBio (Comiss�o T�cnica Nacional de Biosseguran�a) � revista Isto � da �ltima semana.

� incr�vel a quantidade de bobagens e mentiras que este senhor, do alto de sua �autoridade cient�fica�, consegue dizer ao p�blico.
 
Vejam as �p�rolas�:

(respondendo � pergunta �qual a vantagem econ�mica destes alimentos?�) �No caso da soja, os agricultores n�o precisam arar o terreno para o replantio. As sementes modificadas germinam no meio da palha que sobrou da colheita. Reduz-se assim a m�o-de-obra para o preparo do solo.
O que voc�s acham que leva este senhor a responder tamanha mentira? A resposta de Castro se refere � t�cnica de plantio direto, que nada tem a ver com o uso de sementes transg�nicas. O plantio direto, que reduz significativamente a eros�o do solo, j� � amplamente difundido no Brasil, com qualquer tipo de semente. Existem, inclusive, experi�ncias de sucesso com o plantio direto sem herbicidas no sul do Brasil. Como voc�s sabem, a soja transg�nica que se quer liberar no Brasil, a soja RR (Roundup Ready), da Monsanto, � resistente � aplica��o do herbicida Roundup, da mesma empresa. Isto, em tese, facilitaria o controle do mato. S�.

(...) N�o � porque se errou com a vaca louca e at� com a talidomida (rem�dio que prevenia o enj�o nas mulheres gr�vidas, mas provocava m� forma��o nos fetos) que teremos de esperar 20 anos para liberar os transg�nicos.� E completa: �E n�o adianta dizer que eles n�o s�o naturais, porque s�o. Todos os genes s�o extra�dos da natureza�.
A quest�o n�o � esperar 20, 30 ou 50 anos para liberar os transg�nicos. Devemos, sem sombra de d�vida, esperar at� que haja certeza cient�fica sobre a sua seguran�a, ao inv�s de apenas confiar nas empresas e nas autoridades, como aconteceu com a talidomida e a vaca louca.
E quanto aos transg�nicos serem �naturais�, que bom trocadilho, n�o? Agora os cruzamentos artificiais, que jamais aconteceriam na natureza, resultam em produtos �naturais�.

Todos os produtos que existem no mercado fazem mal e matam de alguma maneira. Descobriu-se que a Coca-Cola estaria supostamente contaminada com dioxina (essa subst�ncia foi empregada como arma qu�mica durante a Guerra do Vietn�). Os anabolizantes matam, os agrot�xicos matam aos milhares e nada disso � controlado.�
Moral da hist�ria: �Deixa matar! Qual o problema??�

A Europa tem interesse em ser do contra porque n�o consegue competir nem com o mercado agr�cola convencional, quanto mais com um produto de pre�o menor. Quem vai ganhar dinheiro enquanto os transg�nicos estiverem proibidos s�o as multinacionais de agrot�xicos�.
Vamos l�: primeiro, as multinacionais de agrot�xicos s�o exatamente as mesmas que produzem e vendem transg�nicos. N�o � a toa, por exemplo, que a Monsanto desenvolveu sua soja para resistir ao seu herbicida. Com isso ela promove a �venda casada�: compre a semente e seja obrigado a levar tamb�m o agrot�xico. E s�o elas que est�o tentando atropelar as leis brasileiras para liberar seus produtos por aqui.
Segundo, quem puxou a rea��o de resist�ncia aos transg�nicos na Europa foram os movimentos ambientalista e de consumidores. No in�cio os governos europeus n�o eram contra. Mas n�o puderam resistir � press�o da sociedade civil, que l� tem muita for�a.
Terceiro, o produto transg�nico n�o tem custo menor. As experi�ncias dos EUA e da Argentina est�o mostrando que o custo pode at� ser maior. Estes produtos est�o com pre�o menor, devido � rejei��o do mercado (o que, at� agora, est� favorecendo as exporta��es brasileiras).

Em 2001, os plantadores de algod�o do Mato Grosso reduziram em 28% a �rea cultivada. N�o podem competir com o algod�o alterado (transg�nico) e mais barato dos americanos e chineses.
Passemos � mat�ria publicada na mesma semana (em 07/04) no jornal O Estado de S�o Paulo: �(...) em anos mais recentes, a hist�ria da soja se repetiu no caso do algod�o. O produto pegou carona na leguminosa para crescer no cerrado, preenchendo a lacuna na rota��o das lavouras. Na d�cada de 80, o rendimento m�dio por hectare de algod�o estava na faixa de 350 quilos e hoje chega, em algumas regi�es, a ser duas vezes maior, observa o presidente as Associa��o Brasileira de Algod�o (Abrapa), Jo�o Luiz Pessa. �A produtividade brasileira � comparada � do melhor algod�o do mundo e s� � atingida em pa�ses que usam a irriga��o, como a Austr�lia.� (...) �Se os EUA parassem de subsidiar a produ��o local, a exporta��o brasileira -- hoje de 150 mil toneladas por ano -- poderia atingir a m�dio prazo 1 milh�o de toneladas.��
Outra mat�ria do mesmo jornal deu destaque � qualidade do algod�o produzido no Pa�s: �(...) O resultado � de causar inveja � China e aos EUA, os maiores produtores. As exporta��es do produto brasileiro, que h� dois anos estava na casa de 50 mil toneladas, triplicaram e a perspectiva seria de crescimento, se n�o fossem os elevados subs�dios dados aos produtores americanos que distorcem os pre�os no mercado internacional e desestimulam o cultivo. Apesar dos obst�culos, a qualidade do algod�o do cerrado j� tem fama internacional. �Traders alem�es, su��os, italianos e ingleses j� vieram comprar nosso produto�, diz Adilton Sachet, produtor de Rondon�polis (MT).�
N�o s�o necess�rios outros coment�rios a respeito, certo?

 �(...) Os transg�nicos n�o provocaram mal em sete anos, mas ser� que em 50 v�o provocar? A pergunta n�o tem resposta. Cautela at� quando?�
A introdu��o da Isto � � entrevista cita este coment�rio: �Ao seu ver (de Castro), a �nica forma de testar o risco desses produtos seria colocando-os no mercado.�
Esta � a opini�o do cientista (n�o � o �nico) que diz garantir a seguran�a dos transg�nicos: devemos coloc�-los no mercado e fazer o �teste de seguran�a� na popula��o, em escala mundial e em tempo real -- como se fez com uma enorme lista de produtos t�xicos ao longo da hist�ria, proibidos s� ap�s comprovadas as in�meras mortes por eles causadas. Voc�s querem confiar?

(respondendo � pergunta �O que � melhor para a sa�de: o alimento org�nico, o convencional com agrot�xico ou o transg�nico?�) �O transg�nico, claro. O Centro de Controle de Doen�as dos EUA estima que o alimento org�nico causa 250 mortes e deixa 20 mil pessoas doentes ao ano em seu pa�s porque utiliza apenas fertilizantes naturais, como esterco de porco e de boi. N�o h� certeza de que esse estrume esteja livre de microrganismos infecciosos.
Pensemos, apenas, nas seguintes situa��es:
a) O que acontece quando lavamos um produto org�nico? Os microorganismos s�o eliminados?
b) O que acontece quando lavamos um produto convencional tratado com agrot�xico sist�mico (do tipo que entra na circula��o da planta)? O agrot�xico � eliminado?
c) O que acontece quando lavamos um produto transg�nico?
O Centro de Controle e Preven��o de Doen�as do EUA estima que 250 pessoas morram e 20.000 fiquem doentes por ano no seu pa�s devido � contamina��o pela bact�ria Escherichia coli e n�o ao consumo de alimentos org�nicos. Esta bact�ria apresenta problemas em situa��es de baixa higiene e falta de saneamento b�sico e � completamente eliminada dos alimentos na lavagem.
Ningu�m afirma que n�o seja preciso lavar os alimentos org�nicos. E ningu�m morre (nem adoece) se consumir alimentos org�nicos bem lavados.

Castro, assim como seus colegas da CTNBio (Comiss�o T�cnica Nacional de Biosseguran�a / MCT), pretende convencer a popula��o sobre a seguran�a dos transg�nicos apenas com o �argumento da autoridade cient�fica�, ao inv�s de apresentar dados concretos que atestem sua opini�o. E depois n�s � que somos �anti-cient�ficos�, retr�grados. S�o estes �cientistas� que dizem (e o governo assina em baixo) que t�m compet�ncia para decidir nosso destino como bem entenderem.

De um certo ponto de vista, declara��es deste tipo acabam por nos ajudar. Observar o que diz um dos maiores e �mais conceituados� defensores dos transg�nicos no Brasil deve deixar qualquer pessoa de m�nimo bom senso e esp�rito cr�tico, por mais desinformada sobre o assunto que seja, desconfiada.

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A CNBB (Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil), atrav�s de seu Secret�rio Geral, o Bispo Dom Damasceno de Assis, enviou a todos os deputados federais uma carta expressando sua preocupa��o com rela��o ao Projeto de Lei que visa � libera��o comercial dos transg�nicos no Brasil.

Segundo o texto, �� necess�rio dar aten��o �s advert�ncias firmes e incisivas que fazem muitas das organiza��es e autoridades reconhecidas pelo seu trabalho em defesa dos valores ecol�gicos e do meio ambiente. Essas advert�ncias apontam para a necessidade de se exigir evid�ncias claras e definitivas que demonstrem que o emprego das novas tecnologias propostas ao mercado � ecologicamente saud�vel�.

O texto diz ainda que �h� que se advertir quanto ao risco de se refor�ar a depend�ncia tecnol�gica do setor agr�cola no seu conjunto vis-�-vis um reduzido n�mero de grandes empresas transnacionais que parecem ter como estrat�gia o controle da produ��o em escala global�.

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Neste n�mero:

1. Monsanto perde o controle de sua canola modificada
2. Soja americana em baixa
3. A excel�ncia brasileira mora aqui
4. Brasil ter� �show room� permanente na China
5. ONG canadense-americana tenta reduzir plantio de soja no Brasil em 15%
6. Transg�nicos v�o muito al�m do RS
7. Mulher estaria gr�vida do primeiro clone
8. Senado brasileiro discute lei para banir a clonagem de humanos
Sistemas agroecol�gicos mostram que transg�nicos n�o s�o solu��o para a agricultura
1. Desenvolvimento participativo de sistemas de plantio direto sem herbicidas.
Eventos
: 1� Jornada Paranaense de Agroecologia - Terra Livre de Transg�nicos e Sem Agrot�xicos
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1. Monsanto perde o controle de sua canola modificada
A Monsanto Co. acredita que sua semente de canola pode conter material geneticamente modificado que n�o tem aprova��o do governo americano. Na esperan�a de evitar um grande recall de produtos alimentares, a empresa est� pedindo ao governo que perdoe qualquer presen�a desse material que possa surgir no suprimento de alimentos nos Estados Unidos.
A empresa americana ainda n�o a detectou nas sementes que testou, mas diz que vest�gios da vers�o modificada foram encontrados no ano passado no Canad�, levando-a a acreditar que o mesmo � poss�vel nos EUA. Admitindo que h� tr�s anos produtores americanos v�m plantando semente de canola que pode conter um determinado material gen�tico que nunca deveria ter sa�do do laborat�rio, a Monsanto se tornou o mais recente exemplo de falha da ind�stria de biotecnologia em controlar plantas cujos genes ela alterou.
A Monsanto, controlada pela americana Pharmacia Corp., insiste que a semente em quest�o � segura para o consumo. Mas pelo menos um grupo de ativistas pretende combater o pedido da Monsanto e divulgar suas implica��es -- que o setor de biotecnologia n�o consegue controlar sempre a prolifera��o de suas pr�prias cria��es. �Isso � polui��o gen�tica�, diz Joseph Mendelson, diretor jur�dico do Centro pela Seguran�a Alimentar, do EUA.
Se a Monsanto n�o conseguir receber aprova��o para a semente alterada, conhecida como GT200, a descoberta de sua presen�a na canola americana pode levar fabricantes de alimentos a sofrer press�o de grupos antibiotecnologia para recolher os produtos assim mesmo.
The Wall Street Journal, in O Estado de S�o Paulo, 15/04/02.

2. Soja americana em baixa
Os pre�os da soja registraram a maior baixa em um m�s no mercado internacional, depois que um relat�rio do governo norte-americano mostrou o decl�nio da demanda global da oleaginosa (dos EUA), que � usada em ra��es animais e alimentos processados. (...)
Processadoras chinesas reduziram suas compras depois da ado��o das novas normas sobre importa��es de soja transg�nica, enquanto os compradores europeus passaram a encomendar o produto mais barato produzido pelo Brasil.
A demanda global de soja americana �est� baixa porque a China n�o est� comprando�, informa Anne Frick, analista de oleaginosas da Prudential Securities, de Nova York. (...)
Maior mercado consumidor de soja americana no exterior, a China reduziu suas compras dos norte-americanos devido � implementa��o de novas normas sobre alimentos, que exigem certificados atestando a seguran�a dos produtos importados produzidos a partir de sementes geneticamente modificadas, segundo analistas. Cerca de 68% da soja cultivada nos EUA no ano passado tiveram origem transg�nicas. (...)
A demanda global de soja est� aumentando, pois os fabricantes de ra��es animais da Europa e �sia decidiram substituir os ingredientes gados � doen�a da "vaca louca". (...)
Gazeta Mercantil, 09/04/02.

3. A excel�ncia brasileira mora aqui
O Brasil tem hoje verdadeiras ilhas de prosperidade no setor produtivo, com resultados de causar inveja aos pa�ses mais desenvolvidos do mundo. Soja, celulose, algod�o e a�o s�o exemplos de segmentos que alcan�aram os mais elevados n�veis de efici�ncia internacional, sem subs�dios ou protecionismos.
A produtividade da soja brasileira, por tr�s anos consecutivos, � a mais alta do mundo. Os 2.736 quilos por hectare colhidos no Pa�s superam os indicadores dos Estados Unidos (2.663 quilos por hectare) e da Argentina (2.590 quilos por hectare), grandes produtores. (...)
Em anos mais recentes, a hist�ria da soja se repetiu no caso do algod�o. O produto pegou carona na leguminosa para crescer no Cerrado, preenchendo a lacuna na rota��o das lavouras. Na d�cada de 80, o rendimento m�dio por hectare de algod�o estava na faixa de 350 quilos e hoje chega, em algumas regi�es, a ser dez vezes maior, observa o presidente da Associa��o Brasileira dos Produtores de Algod�o (Abrapa), Jo�o Luiz Pessa. �A produtividade brasileira � comparada � do melhor algod�o do mundo e s� � atingida em pa�ses que usam a irriga��o como a Austr�lia�. (...)
�Se os EUA parassem de subsidiar a produ��o local, a exporta��o brasileira -- hoje de 150 mil toneladas por ano -- poderia atingir a m�dio prazo 1 milh�o de toneladas�. (...)
O Estado de S�o Paulo, 07/04/02.

4. Brasil ter� �show room� permanente na China
O Brasil passa a contar, a partir de agora com uma s�lida base de apoio para divulga��o e venda de seus produtos no mercado chin�s: um �show room� permanente na sede da rede de supermercados Shanghai Mart, bem no centro desta cidade, segundo informou ao Estado o presidente da C�mara do Com�rcio e Ind�stria Brasil-China o empres�rio brasileiro Charles A.Tang. (...)
Tang disse que o comparecimento, � Feira Comercial, de dirigentes de empresas chinesas compradoras de soja abre boas perspectivas para neg�cios tamb�m nessa �rea, se bem que as remessas desse gr�o dependem de certificadoras de qualidade, uma vez que a China n�o admite a importa��o de soja transg�nica. (...)
O Estado de S�o Paulo, 06/04/02.

5. ONG canadense-americana tenta reduzir plantio de soja no Brasil em 15%
A ONG canadense-americana Foccus on Sabbatical quer convencer produtores brasileiros a deixar de plantar soja. Quem n�o plantar, segundo a ONG, receber� o equivalente a US$ 165,00 por hectare (cerca de R$ 380,00). A proposta, considerada absurda pelo governo brasileiro e algumas lideran�as rurais, � defendida pelos representantes da ONG sob a alega��o de que o n�o plantio faria reduzir a oferta mundial de soja e o produto, conseq�entemente, teria pre�os mais vantajosos para o agricultor. O prop�sito � o de reduzir em 15%, no futuro, a safra brasileira que neste ano agr�cola deve ser da ordem de 41,5 milh�es de toneladas. (...)
A proposta foi apresentada pela primeira vez no dia 29 de janeiro � Comiss�o Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, pelo presidente da Foccus -- formada por 3.500 agricultores canadenses e 500 norte-americanos --, Joe Whitney. Segundo ele, a ONG estaria disposta a investir cerca de US$ 400 milh�es para convencer produtores a n�o plantarem soja.
Para indenizar o produtor que deixar a terra descansando, a Foccus pagaria US$ 165 para cada hectare e o objetivo, conforme explicou Whitney, seria reduzir em 19,3 milh�es a oferta mundial da oleaginosa -- estimada em 182 milh�es de toneladas --, para garantir um aumento do pre�o internacional da commodity e a renda dos sojicultores. (...)
�Somos contra�, diz o representante da Federa��o da Agricultura do Paran� (Faep), Carlos Augusto Albuquerque, cujo estado vai colher, nesta safra, 9,460 milh�es de toneladas, a segunda maior do Pa�s.
�Embora aparentemente a proposta seja ben�fica ao sojicultor, j� que ele ganharia US$ 165 por hectare para n�o plantar -- quando ganha, plantando, cerca de US$ 108 por hectare no Paran� --, para o Pa�s ela � um desastre�, continua. �Quando voc� renuncia a um mercado, est� deixando o espa�o aberto para outros ocuparem�, diz. �E quem garante que os outros pa�ses tamb�m v�o reduzir sua safra ou que a ONG realmente vai pagar os produtores que aderiram ao programa?�, continua, acrescentando que a orienta��o da Faep aos produtores � a de n�o aceitar a proposta. (...)
�� muito estranho ouvirmos uma proposta destas, justamente agora que as exporta��es de soja brasileiras v�m crescendo�, acrescenta o presidente da Federa��o da Agricultura do Mato grosso do Sul (Famasul), Le�ncio de Souza Brito Filho. �N�o vamos embarcar numa canoa furada dessas para atender a interesses americanos e canadenses e j� levamos esta posi��o � CNA�, continua Brito Filho. (...)
O Estado de S�o Paulo, 08/04/02.

6. Transg�nicos v�o muito al�m do RS
Ainda n�o � poss�vel desenhar com precis�o um mapa do plantio de soja transg�nica no pa�s, mas por certo, ele n�o se restringe mais ao Rio Grande do Sul, como se imaginava at� pouco tempo atr�s. E tamb�m n�o fica apenas na lavoura nas lavouras encontradas recentemente no Paran�.
O plantio -- que ainda n�o � regulamentado no pa�s -- j� chegou a outros estados produtores de soja, como Mato Grosso, Barreiras, na Bahia e Tocantins, afirmam fontes dos setores de esmagamento e de certifica��o, que preferem o anonimato temendo efeitos negativos sobre seus neg�cios. (...)
�J� encontramos soja �contaminada� com gr�os transg�nicos nos tr�s estados do Centro-Oeste�, diz um executivo de esmagadora do Sul, que costuma originar produto em outras regi�es do pa�s  no in�cio de safra.
Mas o n�vel de �contamina��o� nas demais regi�es n�o � t�o alto quanto no Rio Grande do Sul, onde se estima que cerca de 50% das lavouras de soja sejam transg�nicas. Na regi�o Centro-Oeste, o risco seria m�dio e na Bahia e no Tocantins, baixo, avaliam as fontes.
Se as empresas envolvidas com o neg�cio de soja evitam falar abertamente sobre a propaga��o do plantio de variedades transg�nicas no pa�s, quem acredita que, de alguma forma, pode ser afetado pelo avan�o na �rea  n�o hesita em se pronunciar.
� o caso da Tesco, a maior rede de varejista brit�nica, com faturamento anual de US$ 30 bilh�es, que proibiu o uso de ingredientes transg�nicos nos produtos com sua marca. H� mais de um ano, os fornecedores de carnes de frango e su�na da rede adquirem farelo de soja certificado como n�o-transg�nico em esmagadoras brasileiras.
Para Martin Cooke, gerente de desenvolvimento t�cnico e estrat�gico da rede, o avan�o do plantio de transg�nicos no Brasil vai elevar os custos de toda a cadeia de produ��o de frango e su�nos, animais que se alimentam de ra��es contendo farelo de soja.
�Quanto maior o plantio, mais apurado precisa ser o n�vel de controle de segrega��o da soja e maiores os custos log�sticos�, explicou Cooke, que esteve h� duas semanas no Brasil, para se reunir com os fornecedores e certificadoras. (...)
O executivo da Tesco n�o esconde a preocupa��o com o avan�o dos transg�nicos no Brasil, j� que a �rea de soja modificada � muito maior em outros pa�ses e, portanto, � muito dif�cil obter o gr�o convencional nestas regi�es.
Cooke admite estar contactando outros potenciais fornecedores, como a �ndia e at� os EUA. �H� pequenas empresas americanas interessadas em fornecer soja certificada como n�o-transg�nica porque eles perderam mercado para o Brasil�. (...)
Valor Econ�mico, 08/04/02.

7. Mulher estaria gr�vida do primeiro clone
Uma mulher pode estar na oitava semana de gesta��o de um clone. A mulher seria uma das milhares inscritas no pol�mico programa de clonagem humana do m�dico italiano Severino Antinori, o maior defensor da cria��o de beb�s clonados. A not�cia foi revelada ontem pela revista brit�nica �NewScientist�, segundo a qual Antinori fez o an�ncio durante uma confer�ncia, em Dubai, nos Emirados �rabes Unido, quando perguntado sobre os avan�os da pesquisa.
Antinori, de acordo com a �NewScientist�, n�o revelou o nome ou nacionalidade da mulher. Ao jornal  de Dubai �Gulf News� ele teria dito apenas que ela � uma das cerca de cinco mil inscritas em seu programa, que tem casais de todo o mundo. O s�cio de Antinori, o grego radicado nos EUA Panos Zavos, afirmara ano passado que entre os casais h� brasileiros. A maioria dos inscritos, por�m, � composta por milion�rios da �sia e de pa�ses �rabes. As experi�ncias, banidas na Europa, nos EUA e no Brasil, estariam sendo realizadas secretamente em um pa�s asi�tico.
An�ncio � recebido com rep�dio e desconfian�a
Especialistas em clonagem e reprodu��o humana receberam a not�cia com ceticismo. Eles preferem esperar por provas e frisaram que Antinori violou todos os princ�pios da �tica m�dica ao expor os seres humanos a experi�ncias perigosas. A maioria considera poss�vel que ele tenha obtido um embri�o e o implantado em uma mulher. Todos, por�m, duvidam que a gesta��o resulte no nascimento de uma crian�a viva devido �s dificuldades t�cnicas da clonagem.
Pouco depois a empresa americana ACT ter anunciado a primeira clonagem de embri�o humano em novembro passado, Antinori disse que j� tinha um embri�o de 20 c�lulas -- contra o de apenas seis criado nos EUA -- e que faria nascer o primeiro beb� clonado em 2002. Considerado um dos mais ousados e pol�micos especialistas em reprodu��o do mundo, Antinori  se defende dizendo que sua inten��o � ajudar pessoas est�reis.
A diretora-geral da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), Gro Harlem Bruntland, que est� em S�o Paulo, condenou a clonagem de humanos. O secret�rio-geral da Confedera��o Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Raimundo Damasceno Assis, tamb�m repudiou o clone.
O especialista brasileiro em reprodu��o Roger Abdelmashi alertou sobre os graves riscos da experi�ncia:
- � um absurdo gerar uma crian�a sem sabermos as conseq��ncias.
Um dos maiores especialistas do mundo em clonagem, Rudolf Jaenisch, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), se disse chocado com a not�cia:
- Isso � irrespons�vel, repugnante e ignora todas as provas cient�ficas obtidas at� agora na clonagem de animais. Antinori usa seres humanos como porquinhos-da-�ndia para levar adiante seus question�veis experimentos. Esse homem precisa ser detido.
Para o cientista americano da Universidade A&M do Texas, Mark Westhusi, criador do primeiro clone de um animal dom�stico, n�o h� motivos para dizer que Antinori esteja mentindo:
- Eu acho que � poss�vel, levando em conta as experi�ncias com animais. Mas o risco desta gravidez n�o ter sucesso � muito grande.
Editor da publica��o brit�nica �Bulletin of Medical Ethics�, Richard Nicholson, lembrou da necessidade de se criar uma legisla��o internacional sobre o tema:
- Enquanto houver Antinoris por a�, ser� inevit�vel assistirmos ao nascimento de um clone humano. Mas ele ter� uma vida breve e triste.
O Globo, 06/04/02.
Beb� clonado seria c�pia de milion�rio �rabe
O primeiro beb� clonado � filho de um milion�rio �rabe, de acordo com um jornalista italiano amigo do especialista italiano em fertiliza��o Severino Antinori.
Ele teria dito que o embri�o foi clonado de uma pessoa muito importante e rica do mundo �rabe, e que fez experimentos para produzir um clone humano num pa�s isl�mico.
O Globo, 08/04/02.

8. Senado brasileiro discute lei para banir a clonagem de humanos
(...) No Brasil, um projeto do senador Sebasti�o Rocha (PDT-AP) que pro�be qualquer tipo de clonagem humana seria discutido ontem (10/04) pela CCJ, mas acabou n�o sendo votado. A proposta continua na pauta da comiss�o.
O projeto recebeu voto favor�vel do relator da comiss�o, Leomar Quintanilha (PFL-TO), que recomenda a aprova��o da proposta sob forma de uma reformula��o � Lei de Biosseguran�a (N� 8.974), de 5 de janeiro de 1995. (...)
Folha de S�o Paulo, 11/04/02.

Sistemas agroecol�gicos mostram que transg�nicos n�o s�o solu��o para a agricultura
1. Desenvolvimento participativo de sistemas de plantio direto sem herbicidas.
No trabalho realizado pela ONG AS-PTA e pelo F�rum das Organiza��es dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, na regi�o do Centro-Sul do Paran�, que veio questionar a baixa ado��o de sistemas de plantio direto entre os agricultores familiares da regi�o, o uso de herbicidas em sistemas de plantio direto tornou-se um ponto importante a ser refletido.
Com a proposta de promover um novo modelo de desenvolvimento, foi iniciado na regi�o um processo social de experimenta��o envolvendo, al�m de testes de sistemas de plantio direto sem uso de herbicidas, temas como manejo da agrobiodiversidade, manejo ecol�gico do solo, seguran�a alimentar, entre outros. Com o uso de abordagens participativas, foi poss�vel identificar diversos agricultores experimentadores, incluindo alguns agricultores que j� se encontravam familiarizados com o sistema proposto. Um bom exemplo � a fam�lia Bischof, do Munic�pio de Rebou�as, que j� possu�a 14 anos de experi�ncia no plantio direto sem uso de herbicidas.
Al�m de ter permitido analisar o comportamento de diferentes esp�cies de adubos verdes e de plantas de cobertura, foram obtidos outros resultados como o incremento do n�mero de �reas de experimenta��o e a amplia��o das �reas j� implantadas, devido � boa aceita��o das t�cnicas experimentadas. Quanto aos resultados agron�micos, foi apontada uma significativa melhoria dos desempenhos produtivos j� no curto prazo.
Espera-se que, como resultado de um melhor desempenho produtivo das lavouras, a generaliza��o do sistema de plantio direto sem herbicidas na regi�o ocasione um impacto positivo na renda das fam�lias.

Eventos:
1� Jornada Paranaense de Agroecologia - TERRA LIVRE DE TRANSG�NICOS E SEM AGROT�XICOS
Articular, em torno da proposta da Agricultura Familiar Ecol�gica, as organiza��es, entidades e institui��es do campo democr�tico-popular comprometidas na constru��o de um processo de Desenvolvimento Rural Sustent�vel;e
Apresentar a Agricultura Familiar Ecol�gica como alternativa vi�vel ao projeto neoliberal de desenvolvimento agr�cola, com capacidade insubstitu�vel na promo��o do Desenvolvimento Rural Sustent�vel, do abastecimento alimentar da popula��o brasileira e da gera��o de excedentes export�veis.
Esses s�o alguns dos objetivos da Jornada, que ser� realizada entre 17 e 20 de abril de 2002, em Ponta Grossa.
O evento contar� com:
- pain�is com especialistas
- experi�ncias agroecol�gicas
- oficinas e cursos tem�ticos
- exposi��o da agricultura familiar
- feira de alimentos ecol�gicos
- feira estadual da agrobiodiversidade
- atividades culturais e muito mais
Encontre maiores informa��es e textos no http://www.jornadadeagroecologia.com.br/

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A Campanha "Por um Brasil livre de transg�nicos" � composta pelas seguintes Organiza��es N�o Governamentais (ONGs): AS-PTA (coord.), ACTIONAID BRASIL (coord.), ESPLAR (coord.), IDEC (coord.), INESC (coord.), GREENPEACE , CECIP, CE-IP�, e FASE.

Este Boletim � produzido pela AS-PTA - Assessoria e Servi�os a Projetos em Agricultura Alternativa

=> Acesse a Cartilha "POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSG�NICOS" via Internet

http://www.syntonia.com/textos/textosnatural/textosagricultura/apostilatransgênicos
=> Para acessar os n�meros anteriores Boletim clique em:

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ou  http://www.uol.com.br/idec/campanhas/boletim.htm

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Se voc� por alguma raz�o, n�o desejar receber este boletim, envie uma mensagem para o nosso endere�o <[email protected]> solicitando a exclus�o do seu nome de nossa lista.

"Continuamos a contar com a participa��o de todos, tanto no envio de not�cias, como de sugest�es de pessoas e institui��es interessadas em se cadastrar para receber o Boletim"
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A Rede de Agricultura Sustent�vel � um servi�o gratuito de Cristiano Cardoso Gomes e contou com o apoio da Broederlijk Delen


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