O uso da soja transgênica para a produção de biodiesel poderia ser uma saída para a polêmica sobre o uso no Brasil da oleaginosa geneticamente modificada, indicou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira (28).
Em um discurso durante evento na refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas (RS), Lula afirmou que o governo avança na pesquisa de tecnologias alternativas para produção de energia e destacou o programa de biodiesel, que pode ser produzido a partir de vários tipos de óleos vegetais, incluindo o óleo de soja.
"Quando tiver tecnologia disponível aqui no Rio Grande do Sul, vamos aproveitar a soja. Em vez de comer soja transgênica, faz biodiesel que o carro não vai rejeitar. E a gente vai comer a soja boa", afirmou o presidente.
A declaração de Lula dá combustível para a polêmica sobre os transgênicos no Brasil, que se arrasta há anos. O país terá na próxima safra de verão seu primeiro plantio legal de soja geneticamente modificada, utilizando tecnologia desenvolvida pela multinacional norte-americana Monsanto.
O Rio Grande do Sul é o principal Estado produtor de soja transgênica. Entidades de classe no setor agrícola gaúcho estimam que cerca de 90 por cento da área de soja do Estado foi cultivada no ano passado com soja transgênica, com grãos que foram multiplicados ilegalmente a partir de sementes contrabandeandas da Argentina nos últimos anos.
O plantio de soja transgênica foi autorizado com a aprovação da nova lei de biossegurança, sob protestos de grupos ambientalistas e de defesa do consumidor. Estes grupos também exigem que alimentos produzidos a partir de soja transgênica sejam rotulados como tal, o que ainda não tem ocorrido no Brasil, apesar de existir legislação neste sentido.
O governo também já aprovou o plantio de algodão geneticamente modificado, assim como a importação de milho transgênico para produção de ração animal. (Reuters/ EcoAgência)
fonte: Ambiente Brasil, em 30/07/05
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