Marina diz que CTNBio ficou com o tamanho que devia ficar
Cristiane Jungblut - O Globo
Indagada se o projeto foi uma vitória sua, Marina foi evasiva, ressaltando mais uma vez que foi um trabalho conjunto do Congresso e de representantres da sociedade e do governo. Marina elogiou o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmando que ele foi à Câmara para ajudar a aprovar o substitutivo de Calheiros.
A ministra ressaltou que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) terá a palavra final sobre a pesquisa científica e que só as questões relacionadas à comercialização passarão também pelos órgaos dos ministérios e o Conselho de Ministros. Segundo Marina, a CTNBio ficou com o tamanho que devia ficar e, para as novas atribuições do Ibama, disse que a Casa Civil já anunciou a disponibilização de mais carg os e que o governo quer ter uma estrutura ágil que consiga responder às novas demandas.
Marina disse esperar que o Senado aprove o texto o quanto antes para que o país tenha um marco legal sobre organismos geneticamente modificados. Ela disse que acompanhou a votação até 1h da manhã e depois assistiu o restante pela televisão, em casa.
O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, autor do primeiro relatório sobre o projeto e que acabou sendo modificado, não compareceu à cerimônia, embora estivesse previsto em sua agenda. Durante o lançamento do Programa Nacional de Florestas, ele estava reunido com a bancada do Rio de Janeiro.
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O Globo On, 5 de fevereiro de 2004 - 13h44m
http://oglobo.globo.com/online/plantao/133775518.asp
Lula elogia Marina e diz que natureza não pode ser atropelada
Cristiane Jungblut - O Globo
BRASÍLIA - No dia em que a Câmara aprovou o projeto que institui a Lei de Biossegurança, num acordo costurado pelo governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou de forma bem-humorada a aprovação do projeto afirmando que ao presidente da República "cabe cumprir as decisões aprovadas pelo Congresso e não é questão de gostar ou não".
No fim da cerimônia de lançamento do Programa Nacional de Florestas, Lula fez questão de elogiar o comportamento da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, mas em nenhum momento citou o caso específicos dos transgênicos. Ele disse que Marina sempre disse que não gostaria de ser "a ministra que sempre diz não, mas sim, a que quer discutir o que pode ser feito". O presidente disse ainda que Marina teve paciência e muitas vezes não foi bem compreendida.
- O evento de hoje (o lançamento do Programa Nacional de Florestas) prova que quando há diálogo, quando há disposição do governo e da sociedade para sentar e conversar os resultados normalmente são os melhores - disse.
Segundo Lula, se o Brasil não implementar uma política ambiental correta terá problemas ao se relacionar "com o mundo lá fora, que está cada vez mais exigente".
- A natureza não deve ser encarada como um museu de relíquias, mas não pode ser atropelada por modelos econômicos de espoliação. É preciso haver um equilíbrio - afirmou.
No fim da cerimônia, bem descontraído, Lula visitou uma sala de churrasco feita com madeira apreendida e certificada (cultivada dentro do manejo sustentado). O presidente botou avental de churrasqueiro, sentou-se à mesa e dedilhou um violão - feito de madeira reciclada - que ganhou de presente.
O Programa Nacional de Florestas tem o objetivo de estimular o manejo sustentado da floresta e o aproveitamento de madeira apreendida, que costuma apodrecer nos depósitos do Ibama. Com a madeira apreendida, o governo quer constuir cinco mil casas no Pará, o que deve gerar cinco mil empregos. Ao todo, o programa vai liberar R$ 1,8 bilhão em crédito até 2007.
fonte: O Globo Online em , 05/02/2004
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