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Transg�nicos - Organismos Geneticamente Modificados

Not�cias publicadas ou recebidas em 16/10/2000

Pesadelo sinistro
(sobre a decis�o do Reino Unido de autorizar as companhias de seguro a exigirem testes gen�ticos)
O pesadelo daqueles que estudam quest�es �ticas em processos biol�gicos esta ' prestes a tornar-se realidade. O Reino Unido esta' autorizando companhias de seguro de sa�de a exigir de seus associados a realiza��o de testes gen�ticos para a detec��o de doen�as.

O Comite de Genetica e Seguros aprovou a utiliza��o do teste para a doen�a de Huntington, um dist�rbio cerebral degenerativo de origem genetica.

A mol�stia, que costuma manifestar-se por volta dos 40 ou 50 anos, e' incapacitante e n�o tem cura. Sua freq��ncia e' de 10 para 100 mil habitantes, mas um filho de pessoa acometida pelo mal tem 50% de chances de herdar o gene anormal.

O teste gen�tico e' confi�vel, mas os m�dicos s�' o recomendam quando surgem os primeiros sintomas, para afastar a possibilidade de outras patologias. Descobrir aos 20 que aos 40 algu�m sofrera' de uma doen�a terr�vel e n�o ha' nada que possa ser feito significa 20 anos de angustias.

O comite estuda a aprova��o de outros testes gen�ticos para c�ncer de mama e mal de Alzheimer. As autoridades brit�nicas argumentam que as companhias de seguro j�' procuram saber se existe hist�rico de Huntington na fam�lia de clientes e que o teste pouparia 50% dos que tem antecedentes familiares de pagar pr�mios maiores.

Frisam ainda que ningu�m seria obrigado a fazer o teste, mas, havendo recusa, a companhia poderia rejeitar a cobertura ou exigir um agravo financeiro, o que torna rid�culo falar em nao-obrigatoriedade.

A decis�o brit�nica, que obviamente poder�' ser adotada em outras partes do mundo, configura uma invas�o 'a privacidade genetica de cada um. Agora, na era pos-genomica, v�o multiplicar-se os testes para dezenas de males. Os diagn�sticos vir�o antes das terapias. No limite, toda a humanidade ser�' suspeita.

O principio de contratar um seguro e' o da divis�o de custos para o caso de ocorrer um sinistro. Restringir prote��o aos que est�o mais propensos a sofrer de uma doen�a qualquer e' excluir de forma discriminat�ria uma parcela da popula��o. Lan�a sobre os valores �ticos e humanit�rios uma nevoa sinistra.
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Folha de S�o Paulo, ter�a-feira, 16 de outubro de 2000

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