Historicamente, os recursos para a conservação de florestas tropicais no Brasil são escassos e têm como fonte o poder público ou grandes doadores internacionais. Uma situação que incomodava o empreendedor Plinio Ribeiro, 37. Filho de pecuaristas de Campo Grande (MS), Plinio buscava formas alternativas de driblar essa falta de dinheiro e, em paralelo, tornar a conservação das florestas uma atividade economicamente relevante.
Para isso, a saída foi trazer o setor privado para o jogo. A estratégia começou a ser desenhada em 2008, com a fundação da Biofílica, empresa especializada em serviços ambientais inovadores e que montou um modelo diferenciado de financiamento para a conservação das florestas.
A estratégia prevê parcerias com os donos das florestas (empresas, proprietários particulares e reservas extrativistas) para o desenvolvimento de projetos de conservação, proteção da biodiversidade e do solo e manejo florestal que evitem o desmatamento e, consequentemente, diminuam as emissões de CO2 na atmosfera.
“Atualmente, temos cinco projetos na Amazônia que, juntos, somam 1,2 milhão de hectares de florestas, no Pará, Amapá e Rondônia”, diz. O diferencial do modelo é que as ações de conservação geram créditos de carbono florestal que são comercializados no Brasil e no exterior para grandes empresas — a remuneração da Biofílica vem da partição de um volume dos créditos.
Em 2017, a empresa comercializou 900 mil toneladas de créditos de carbono, superou 1 milhão de toneladas em 2018 e deve chegar a 2 milhões em 2019. Na lista de clientes estão companhias como Bradesco, Natura, Cielo e Itaú — a compra dos créditos é uma forma de essas empresas neutralizarem suas próprias emissões de gases do efeito estufa na atmosfera.
Após a venda dos créditos de carbono, o dinheiro volta para o dono da floresta reinvestir em atividades de conservação. “É um ciclo virtuoso. Há negociações para aumentarmos em 500 mil hectares as áreas do portfólio em 2020”, diz. A Biofílica projeta faturar R$ 7,6 milhões em 2019.
Fonte:Revista por Felipe Datt em 15-10-2019
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