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União Europeia Proíbe Uso De Três Inseticidas Perigosos Para Abelhas


A União Europeia decidiu proibir em cultivos abertos o uso de três inseticidas perigosos para as abelhas, para preservar a biodiversidade e meio ambiente. Para preservar a biodiversidade, uso do inseticida só está permitido em estufas, sob a condição de que as sementes e as plantas não sejam retiradas do ambiente fechado

Defendida pela Comissão Europeia, a proibição foi votada por maioria qualificada dos países do bloco. Segundo fontes ouvidas pela AFP, 16 membros deram luz verde para a medida – entre eles França, Reino Unido, Alemanha. A ministra de Meio Ambiente de Luxemburgo, Carole Dieschbourg, se expressou satisfeita em uma rede social. “É um grande dia para nossa luta permanente por mais biodiversidade e contra os inseticidas nocivos”, afirmou.

O comissário o da União Europeia para assuntos de saúde e segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis, também comemorou a decisão. “A saúde das abelhas tem uma importância fundamental para mim, porque diz respeito a biodiversidade, produção de alimentos e meio ambiente”, disse.

Os inseticidas são a clotianidina, o imidacloprid e o tiametoxam – substâncias tóxicas que afetam o sistema nervoso das abelhas – e estavam suspensos desde 2013, depois de uma primeira avaliação da Agência Europeia de Segurança Alimentar. A agência confirmou essa decisão em fevereiro, apoiando a vontade da Comissão Europeia para ampliar a proibição.

A partir de agora, o uso do inseticida só está permitido em estufas, sob a condição de que as sementes e as plantas não sejam retiradas do ambiente fechado.

Em 2013, a União Europeia já havia colocado restrições, em primeira instância, contra essas três substâncias. A suíça Syngenta e a alemã Bayer, porém, que haviam sido afetadas pela restrição, apelaram. Uma decisão parcial proibiu então o uso dos inseticidas em cultivos que atraem abelhas, como milho, canola e girassol. A UE não esperou a decisão final do Tribunal de Justiça da União Europeia – a ação ainda está em curso.

“O julgamento da ação na Justiça europeia está previsto para 17 de maio. Essa decisão (de proibir) é prematura e não bem-vinda”, disse Graeme Taylor, da Associação Europeia de Produtores de Produtos Fitossanitários.

“É lamentável que uma decisão tenha sido tomada para restringir ainda mais o uso de substâncias que têm grande importância para a agricultura na Europa. A Agricultura europeia terá prejuízos com essa decisão”, acrescentou.

Para Sandra Bell, da ONG Friends of the Earth, a proibição é uma “grande vitória para nossas abelhas e para o meio ambiente.”

Fonte: Estadão em 30 de abril de 2018

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