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Plantio ecologico é alternativa rentavel

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Quem ouve José Placotnik contar sua trajetória de menino pobre de uma família de posseiros do Rio Grande do Sul até virar assentado da fazenda Annoni se emociona com seu entusiasmo. Ele lembra todos os detalhes dos anos de ocupação da fazenda que começou em outubro de 1985. Agora, aos 44 anos, olha agradecido sua propriedade de 18 ha, e se orgulha.


Ele conseguiu a posse da terra, mas agora luta para torná-la viável. Placotnik explica que, como a maioria dos assentados da Annoni, veio para sua área com muito entusiasmo, pouca orientação e nenhum investimento. Começou repetindo a experiência dos pais, plantando grãos e tentando trabalhar num sistema semicooperativo com seus vizinhos. Depois de sete anos tentando a lavoura de grãos, concluiu que apesar de todo o investimento e todo o trabalho, não tinha conseguido juntar praticamente nenhum dinheiro ou bem, só dívidas. Resolveu mudar o modelo. A opção foi pela agricultura ecológica, que ele considera mais completa que a orgânica.

Uniu-se a outro grupo de assentados, que criaram uma associação de agroecologia e estão agora produzindo leite, legumes, verduras, frutas, peixe e recuperando uma área de mata na beira dos seus 18 hectares.

A experiência começou em 1998, com 35 famílias. Apenas 15 continuam. Placotnik acredita que a mudança para o novo modelo é muito difícil para algumas famílias. Primeiro por causa de questões culturais. Segundo, pelas dificuldades de implantação. Outro problema é a distribuição dos produtos. Desde o ano passado, os ecoagricultores da Annoni estão vendendo sua produção em uma feira de produtos orgânicos em Passo Fundo, cidade a 40 km do assentamento.

Platocotnik afirma que se tivesse começado neste modelo, a média de renda dos assentados da Annoni seria hoje muito maior. O agricultor diz faturar R $ 800,00 por mês, mas tem esperança de chegar a triplicar este valor.

fonte: O Estado de São Paulo, 26/01/02.

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