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Produtor orgânico do Centro Oeste pode financiar certificação

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Linha Pronatureza, do BB, tem R$ 15 milhões para quem produzir respeitando o ambiente

Os produtores do Centro-Oeste que planejam deixar de lado sua produção convencional e partir para a produção orgânica, mas estão tendo dificuldades para bancar os custos da conversão, que leva cerca de três anos, podem contar agora com o financiamento Pronatureza do Banco do Brasil por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).

"A maior dificuldade para a expansão da produção orgânica no Brasil é o produtor sobreviver a esta fase de transição, já que leva um bom tempo até que ele consiga se beneficiar do selo orgânico e agregar valor ao produto", afirma a analista plena da Diretoria de Agronegócio do Banco do Brasil, Liliane Miranda Joel.
Certificação – Até o lançamento do programa, somente os produtores que já tinham o selo de certificação orgânica podiam requisitar financimentos de estímulo à produção orgânica. "Com o Pronatureza financiamos também as despesas da certificação", complementa a analista, que acredita que este programa incentive a exportação de produtos orgânicos brasileiros. "É um mercado crescente que temos de explorar."

Além de incentivar a produção de alimentos associada a práticas ecologicamente sustentáveis, o programa ainda pretende financiar a reabilitação de áreas degradadas ou em degradação, a instauração de sistemas que aproveitem fontes alternativas de energia e a recuperação de microbacias,

nascentes e mananciais. "Nosso foco são projetos que estimulem o desenvolvimento sustentável."

O Pronatureza conta com R$ 15 milhões de recursos. Mas, até agora, apenas R$ 2 milhões foram aplicados em três projetos diferentes, o reflorestamento de Formosa (GO); um reflorestamento com madeira teca, em Mato Grosso, e o contrato de boi orgânico no Pantanal. "Não fizemos muita divulgação este ano", explica a analista do Banco do Brasil. No próximo ano, de acordo com ela, a tendência é a de que a quantia de recursos disponíveis seja a mesma.
O limite do empréstimo do Pronatureza, segundo Liliane, depende da renda bruta rural do produtor e pode variar de R$ 50 mil a R$ 150 mil. "Os prazos para pagamentos também são generosos", diz. O financiamento para custeio da produção orgânica, por exemplo, dá seis anos para a quitação do empréstimo e o projeto de reflorestamento, 20 anos.
"O ideal seria que todos os produtores do Brasil pudessem se beneficiar de um plano de financiamento como este durante os anos de conversão, mas isso depende de outras instâncias", afirma Liliane. Além disso, segundo ela, infelizmente, a maioria dos brasileiros ainda têm um grande receio em investir em propostas que não contemplem somente a questão econômica.
Mercado – A International Trading Centre (ITC), entidade suíça que acompanha o mercado mundial de alimentos, fez uma pesquisa e constatou que, em 1989, o consumo de orgânicos no planeta era de US$ 2 bilhões. Em 2000, saltou para US$ 19 bilhões e este ano deve chegar a US$ 20 bilhões, um crescimento de 1.000% em 12 anos.
Banco do Brasil, (0--11) 310-5200
fonte: Jornal O Estado de São Paulo – Caderno Suplemento Agrícola - Quarta-feira, 2 de janeiro de 2002

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