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Uso de alga marinha como fertilizante aumenta em até 10% a produção no Oeste

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A tecnologia de inovação na fertilização do solo foi apresentada durante a Bahia Farm Show, feira de agronegócio que acontece até amanhã no município de Luís Eduardo Magalhães

Para quem acha que lugar de alga marinha é no mar, nem imagina a quantidade de nutrientes que ela possui e de que maneira isso pode interferir no desempenho da lavoura. Isto porque elas podem ser fontes naturais de cálcio, magnésio e dezenas de outros nutrientes que resultam em melhorias significativas no campo que podem significar uma produtividade em torno de 10% maior ao potencializar a eficiência do adubo químico.

“Com base em estudos desenvolvidos na região (Oeste da Bahia) pela Oceana Brasil junto com a Fundação Bahia, Circulo Verde e Brasil Business Consultoria nas culturas de soja e algodão chegamos a esse ganho na ordem de 10%. O objetivo maior do produto é aumentar a produtividade devido às ações do algen como fonte nobre de nutrientes marinhos e como também um potencializador do adubo químico”, explica o responsável técnico da Oceana Brasil, Ricardo Macedo. A empresa desenvolveu a tecnologia de extração sustentável das algas marinhas, a partir de fragmentos mortos da espécie Lithothamnium.

A tecnologia de inovação na fertilização do solo foi apresentada durante a Bahia Farm Show, feira de agronegócio que acontece até sábado (3/6) no município de Luís Eduardo Magalhães. Desde 2013, o produto é comercializado em escala comercial. “O grande diferencial em relação aos diversos insumos em geral é ser de origem 100% vegetal marinho”, pontua Macedo.

Na lavoura, a alga é capaz de substituir qualquer fertilizante que seja utilizado para fornecer cálcio para o solo, entre eles gesso, óxido de cálcio, nitrato de cálcio, cloreto de cálcio, farinha de concha e farinha de osso. “Além disso, o algen também fornece magnésio, enxofre, micronutrientes e aminoácidos que são fundamentais para atingir alta produtividade na lavoura”, acrescenta Macedo.

De origem vegetal, as algas marinhas são compostas por mais de quarenta macro e micronutrientes minerais e orgânicos. Os produtos são extraídos no município de Tutóia, no Maranhão, onde há um ambiente marinho com condições favoráveis ao crescimento de algas.

Até o momento, pelo menos, 12 produtores da região utilizam o sistema de fertilização a partir de algas marinhas. Em solos como o do cerrado, que naturalmente apresenta características de baixa fertilidade, as algas ajudam a estimular a atividade microbiana. A matéria orgânica estimulada nesse processo é o principal componente de fertilidade dos solos tropicais. “O algen atua com muita rapidez, ao criar uma condição química e biológica que melhora a saúde do solo, sobretudo, na região próxima as raízes”, diz Macedo.

Sustentabilidade

Tecnologias que possam conciliar o aumento de produção com o uso sustentável dos recursos têm interessado cada vez mais o produtor, como explica a bióloga e diretora de Meio Ambiente da Associação dos Produtores e Irrigantes da Bahia, Alessandra Chaves. “Se não houver hoje a utilização de boas práticas no manejo do solo, o produtor não consegue alcançar um bom resultado. A produção está cada vez mais atrelada à sustentabilidade. O volume de produção é crescente onde esse manejo é adequado”, afirma.

O médio produtor, Luiz Antônio Pradella é adepto de boas práticas na lavoura onde cultiva comercialmente milho e soja, no oeste baiano. Ele tem testado o uso de produtos biológicos no solo, mas defende também uma boa rotação de cultura para formação de biomassa. “O manejo de rotação de cultura protege o solo e melhora a sua diversidade biológica”, garante. As espécies vegetais cultivada em seu terreno são milheto, sorvo e branquiária. “O solo é coberto e transforma parte desta biomassa em matéria orgânica, que o torna melhor para a agricultura. e o sequestro de carbono ainda beneficia o meio ambiente como um todo”.

Fonte:Priscila Natividade em 02/06/2017

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