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Agropecuária brasileira entra no mercado de títulos verdes

A ministra Tereza Cristina citou uma usina de São Paulo que será a primeira empresa no mundo a emitir títulos de dívida verdes certificados para bioenergia.

 

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assinou ontem, quinta-feira, 21, em Nova Iorque, o memorando de entendimento com a organização não-governamental Climate Bonds Initiative (CBI) para desenvolvimento do mercado de títulos verdes do setor agropecuário brasileiro.

 

Com esse ato, o Ministério da Agricultura busca estimular novas fontes de financiamento da agropecuária brasileira, promovendo práticas e tecnologias sustentáveis.

 

Esse tipo de iniciativa é possível graças à edição da Medida Provisória do Agro (MP 897/2019), que estabelece mecanismos para investimento no setor rural brasileiro. A MP está tramitando no Congresso.

“Esta Medida Provisória também contribuirá para intensificar o segmento das finanças verdes no Brasil, com destaque para investimentos em Green e Climate Bonds”, disse a ministra, em discurso no encontro sobre oportunidades de investimento na agricultura brasileira.

 

Conforme dados da Climate Bonds Initiative e Green Bond Data, no ano passado foram investidos US$ 167 bilhões de títulos verdes.

 

A ministra Tereza Cristina citou uma usina de São Paulo que será a primeira empresa no mundo a emitir títulos de dívida verdes certificados para bioenergia. Está prevista a emissão de cerca de US$ 50 milhões em títulos recebíveis do agronegócio (CRA), certificados pela CBI, que deve atrair investidores interessados em elevar sua participação em projetos limpos.

 

“O Ministério da Agricultura quer impulsionar essa agenda. O memorando de entendimento com a Climate Bonds Initiative certamente trará importantes resultados para o segmento”, afirmou Tereza Cristina.

No encontro, ela apresentou as melhorias adotadas no setor agropecuário brasileiro com a edição da MP do Agro.

 

Entre elas, a possibilidade de emissão de título em moeda estrangeira para investidores não residentes, o que possibilita maior facilidade para o investimento no Brasil. Para a ministra, há no Brasil “um enorme potencial para este tipo de investimento”.

 

“Reforço o compromisso do governo de continuar fomentando um ambiente de negócios saudável, com a simplificação da burocracia, maior facilidade de acesso ao crédito, melhoria da infraestrutura e atenção às necessidades do produtor rural, independentemente de seu tamanho”, afirmou.

 

Após citar acordos que vêm sendo negociados pelo governo brasileiro com outros países e blocos econômicos, a ministra disse que o seu Ministério trabalha para ampliar a participação da agropecuária brasileira no mundo. Destacou ainda que o Ministério da Agricultura está aberto a parcerias que contribuam para alcançar esse propósito.

“Tenho confiança de que, juntos, continuaremos a construir uma agropecuária que traga prosperidade para toda a sociedade brasileira e para nossos parceiros ao redor do mundo”, disse Tereza Cristina, acrescentando que o país busca construir “uma agropecuária inovadora, dinâmica, lucrativa e sustentável”.

 

Os títulos verdes são títulos de dívida que só podem ser usados para implantar ou refinanciar investimentos sustentáveis, capazes de trazer benefícios ao meio ambiente e contribuir para amenizar os efeitos das mudanças climáticas. Ao optar pela emissão dos títulos verdes, a empresa deve comprovar que o projeto gera impactos ambientais positivos.

 

Entre os títulos que se enquadram nesses parâmetros estão debêntures, debêntures de infraestrutura, Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).

 

Fonte:Diario do Nordeste por Egídio Serpa, 22 de novembro de 2019

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